Onde nunca houve uma traição. Betty e Jughead foram para Connecticut e ainda estão juntos vivendo novas aventuras na nova cidade, com novos amigos e mistérios em Yale.
Minhas mochilas estavam no chão enquanto me despedia da minha mãe pela milésima vez no dia.
- Têm certeza de que querem ir de moto? Eu posso levar vocês até lá. É perigoso - Ela insiste mais uma vez.
- Pode ficar tranquila que eu irei dirigir com cuidado, Alice. Nunca me perdoaria se acontecesse algo com Betty - Ele coloca a mão sobre meu ombro enquanto acalma minha mãe com um sorriso reconfortante.
Pra uma mãe que nunca saiu de perto da filha isso deve estar sendo um baque. Meu coração se aperta quase cogitando não deixá-la, mas me recordo de que é a pura emoção do momento.
- Vamos ficar bem mãe, eu prometo - Reforço, mas sei que ela ainda têm um pé atrás, ou melhor, as pernas estendidas meio metro para trás.
- Me mandem mensagem a cada parada e assim que chegarem, por favor.
- Com certeza - Jughead confirma se direcionando para dar um abraço de despedida - Não deixaremos de avisá-la.
Ela aceita a nossa partida e nos leva até a porta, mas não nos deixa ir sem antes nos dar um último abraço apertado e cheio de carinho. Encarando a fachada da casa um flash de memórias começa a reproduzir em minha mente. As quedas enquanto tentava aprender a andar de bicicleta, meu pai fazendo churrasco e queimando ao menos dois hambúrgueres, minha gatinha Caramelo, que amava se esconder nas moitas... E em meio a tantas memórias percebo que estou chorando, mas agora por sentir que realmente estou deixando tudo isso. Estou deixando minha infância. Seco as lágrimas dos olhos e vou até a moto, onde Jughead já se encontrava guardando nossas bagagens. Não havia muita coisa. Quatro mochilas no total que couberam com um pouco de esforço. Pegamos só o necessário já que no veículo não cabia muita coisa. Minha mãe mandaria o resto de que precisaríamos a longo prazo via correio aos poucos, mas nada que não possamos sobreviver sem. Quando me ajeito na moto colocando os braços em volta do Jughead, dou uma última olhada para minha mãe que manda um beijo pelo ar, no qual eu pego e coloco sobre o peito. Jughead dá partida e acena se despedindo, a moto logo parte nos levando. Me aperto mais contra o seu corpo sentindo um frio na barriga. Connecticut, faculdade, nada de família, nada de amigos de infância, de correr pela cidade que conhecemos com a palma da mão.
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Nossa primeira parada foi num posto de estrada. Estávamos comendo um salgado e percebo que Jughead estava em um devaneio, encarava o sanduíche fixamente sem dar uma mordida, o que era estranho.
- Jug - Chamo.
Ele olha rapidamente.
- Aconteceu alguma coisa?
Se endireita na cadeira enquanto tira o gergelim do pão por nervosismo.
- Queria que meu pai estivesse lá hoje. Seria bom ter dado um abraço nele como o que recebemos da sua mãe.
Eu tenho o costume de reclamar dessa situação que minha mãe me coloca em longas despedidas, mas não parei pra pensar no quão rápida e seca foi a de Jughead com o pai. Fp ia para Toledo com Jellybean, a irmã caçula de Jughead, para reunir a família após uma situação delicada que a mais nova havia passado. Os dois se abraçaram, Fp deu dois tapinhas nas costas de Jughead e foi embora, só isso. Aconteceu semana passada. Tentando amenizar a situação seguro sua mão.
- Logo, logo você verá ele de novo. Teremos a Ação de Graças. Seu pai disse que iria pra Riverdale nessa época do ano, certo?
Ele força um sorriso, e eu percebo isso, é o tipo de coisa que ele costumava fazer para dizer: "Estou bem", "Você têm razão", "Já estou melhor", e fugir logo do assunto.
- Sim - É o que ele responde. Nada mais.
Voltamos para o lanche nos esquivando do assunto, e conversamos sobre outras coisas antes de pegarmos a estrada novamente.