Italiano...
Passo a mão no meu rosto mais uma vez, respirando forte, com a cabeça puro neurose bolo um baseado, tirando o isqueiro de dentro do meu bolso, acendendo. Meu corpo ta ralado na parte da coxa e doendo pra caralho, mas pelo menos consegui sair da porra de uma cova.
Minha cabeça tá doendo, meu coração tá apertado, batendo forte no peito e só queria tentar entender isso tudo... queria entender melhor ela, qual era a porra do pensamentos em fazer isso comigo. Nunca pensei que sentiria uma dor como essa, tô sem notícias de nada desde da parte da tarde e agora são meia noite. Caralho.
Mas como eu sempre falo, tem que ter a porra de uma coragem pra entrar na minha vida e vou fazer pagar por uma traição dessa. Por ela tá fazendo eu me remoer até meu último pensamentos horas dentro desse cômodo em volta de vários homens.
Tento afasta meus pensamentos fitando a madeira da porta na minha frente, sentado no chão sinto o gosto da maconha pregado nos meus lábios ao deslizar minha língua por cada extensão.Oli: Ta liberado a entrada e saída das duas comunidades, dois foram presos com o Nando... porra, mermão, Pegaram o cara em um beco sem saída, bateram pra caralho na cara dele dizendo, dizendo que vagabundos nunca tem vez – fala em pé, ajeitando o fuzil nas costas.
Dou uma tragada forte no meu baseado, sobrando a fumaça pra longe. Eles falavam e minha mente tá em outro mundo, tá nela...minha vontade é de derrubar tudo na minha frente e descontar meu ódio em uma droga de cocaína.
– Tem dois aí?– levanto meu olhar pro Oli.
Gil: Dois o que, caralho? – do canto dele me encara, ajeitando o boné na cabeça.
– Tem, Oli? – murmuro sério mais uma vez, meu olhar permanece sobre o Oli. Ele respira fundo, olhando nos meus olhos.
Oli: Eu não ando flagrado, acho que ninguém aqui anda – travo meu maxilar – Ainda mais nesse fim de mundo que nós estamos, papo reto. Tamo no meio do mato.
Gil: Queria o que? Ficar la e morrer com vinte bala na cara?– rosna bolado.
Oli: Podíamos tentar.
Gil: Tentar? Tinha policial subindo pela mata no Alemao, porra, tinha no meio da favela, eles desceram por corda pra vasculhar aquela porra.
Oli: Eu tô ligado.
Gil: Tá ligado? Eu não tenho notícia da minha mãe e muito menos do meu amigo, porra, ele tava morrendo. Ta ligado em caralho nenhum.
Oli: Aê, qual foi? – vira de frente pra ele, analiso a cena serinho, batendo minha cabeça na parede atrás duas vezes devagar – Tô tentando agir na boa e tá querendo câo comigo? – os caras da contenção analisam a cena.
Gil: Cala a boca e senta no teu lugar, não vai ajudar? Não abre a porra da tua boca – travo meu maxilar, ficando calado.
Querendo ou não, Gil tem mais poder que o Oli, que escuta calado e caminha pro canto dele, ficando ao lado dos outros. Apago meu baseado e jogo no chão mermo.
Tiro meu celular do bolso mais uma vez, Desbloqueando a tela, clico no mesmo perfil da Maitê trazendo meu celular na minha frente, vendo que tava mermo bloqueado. Meia noite e nenhuma notícia... nada mermo, isso me deixa agoniado pra caralho, fazendo meu peito doer. Eu nunca vou entender essa porra de decisão dela, justo com a única mulher que amei na minha vida inteira, justo ela. Esperava de qualquer um, mas dela? Dela não... não quando eu olhava naqueles olhos.
Oli: Aê, ligação – aproxima, apoio minha mão, levantando do chão, assim Gil faz e a tropa aproxima – É o Cleiton.
Oli atende a ligação, colocando no viva-voz, prendo minha respiração pronto pra escutar o que ele quer falar por trás do telefone branco na mão do Oli.
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Atração Irresistível 2
RomanceGuiado por desejos a uma refém, Italiano muda completamente a vida e os sonhos de uma simples mulher, uma trajetória onde o amor sofrerá, mas esse mesmo amor permanecerá em meio a tantas mentiras, invejas e ódio. Maitê, com seus dezoito anos tenta a...