S/n Point Of View
São apenas 6 da manhã. Eu não dormi a noite inteira, obviamente. Sam está me perguntando a todo momento por quê estamos acordado tão cedo em uma manhã de domingo. Não sei se quero lhe contar a verdade.
"Ah, nosso pai fez uma dívida estrondosa e agora eu preciso trabalhar cinco anos na casa de desconhecidos."
O que mais me preocupa é o fato de que, talvez, eles não deixem Sam ir comigo. Eu não posso simplesmente deixá-lo com a Sra. Martín, ele ficaria muito próximo a William e a qualquer outro cara a quem ele deve.
Estou pensando em tantas coisas que só noto quando ouço o barulho de um carro estacionar na frente da minha casa. O silêncio na minha mente é ensurdecedor agora. Eu posso ver dois homens descerem do carro. A Sra. Martín me acompanha até o lado de fora.
O mesmo homem de ontem me encara, e em segui encara minhas malas, e logo depois, Sam.
— Bem, essa é sua escolha? — pergunta.
— É a única que tenho, na verdade. — ele assente e faz um gesto para o outro pegar as malas. — Vamos.
— Espera! — ele se vira novamente para mim. — S-Sam... ele pode ir junto?
— Quantos anos?
— 5. — ele suspirou enquanto pensava.
— Não deixe que a Sra. Ortega note a presença dele de forma negativa, isso pode ser ruim para os dois. — dito isto, ele virou novamente, caminhando até o carro.
Era inevitável não sorrir com aquela resposta.
— Obrigada por ter nos ajudado até aqui, Martín. — a senhora sorriu.
— Não há o que agradecer, sua mãe e eu éramos amigas, é o mínimo que eu poderia fazer por seus filhos. — sorri para ela, antes de lhe dar um abraço. — Não esqueça de me visitar quando puder, sim?
— Pode deixar.
— E traga esse baixinho junto! — ela abraçou Sam.
— Não se preocupe, você não vai ter tempo de sentir saudades desse pestinha. — ela riu. — Tchau, Sra. Martín.
— Tchau, minha querida.
Sam se despediu dela e então me acompanhou até o carro. Eu e Sam entramos na parte de trás do carro. Sem perca de tempo, o homem de minutos atrás arranca com o carro.
— Meu nome é Prescott, aliás. — ele fala por fim.
Eu nunca parei para analisar sua aparência. Ele é alto, talvez 1,80. Cabelo bem cortado e de um castanho escuro. Seu olhos que agora nos encaram pelo retrovisor, são bem azuis, um azul forte. Sua voz é sempre calma e grave, da calafrios de tão fria.
Mas ele não parece ser uma pessoa ruim, nem de longe. Apesar de ser sério e indiferente, seu rosto é gentil. Suas feições são de alguém que sabe muito bem como a vida funciona.
— S/n Shade. Este é Sam. — ele assente.
— E eu sou Evans! — o cara só seu lado anuncia. — Sou bem mais novo que ele. — ele virou para trás e sorriu.
Tem um sorriso confiante, brincalhão. Seu cabelo é grandinho e sedoso, brilha de longe. É bonito. Mas não é nem de longe o tipo de pessoa que eu me relacionaria.
— Espere até que ela chegue a casa pelo menos, moleque. — o sorriso de Evans morreu ali.
O caminho inteiro foi um completo silêncio por parte dos dois da frente. Mas Sam me fez inúmeras perguntas durante todo o trajeto. Eu precisei explicar tudo isso para uma criança de 5 anos. Porra William!
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Yes, Miss Ortega? || Jenna Ortega
FanfictionOnde S/n Shade se vê em um beco sem saída criado por seu próprio pai, um alcoólatra que não consegue lidar com a morte da esposa. Ela precisará quitar uma dívida feita por seu pai da maneira que pode: trabalhando na casa do homem a quem seu pai deve...