✖Capítulo 1✖

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Era o último dia de aulas do 8ºano. Apesar de ser quase verão, o dia estava cinzento, diria até monótono. Já passava das 17h30 mas eu ainda estava na escola. Farta de caminhar sentei-me nas escadas que uniam o pavilhão de Ciências ao resto da escola.

-Olá - diz uma voz familiar.

Era o Peter Moore. Apesar de já nos conhecermos desde os 9 anos e nos últimos dois anos termos sido da mesma turma, não me lembro da última vez que tivemos uma conversa. Sentou-se ao meu lado, na 5ª escada a contar de cima.

-Olá - respondi eu estranhando a presença dele - Desde quando é que nós falamos?

- A partir de agora - respondeu ele soltando um belo sorriso rasgado que me fez corar, algo que não é muito normal


(Ainda nem me apresentei. Eu sou a Wendy Green e tenho 14 anos. Tenho a pele morena e os olhos de um castanho escuro e profundo que segundo o que me dizem combina na perfeição com o meu longo e ondulado cabelo castanho. A escola é algo que não gosto muito, por vezes acho que esta não permite que sejamos nós próprios. Acho que é por isso que gosto tanto de desenhar e pintar porque arte é "liberdade", quando desenho posso expressar quem sou realmente e aquilo que sinto, o mesmo acontece quando escrevo. Mas ainda há outra paixão na minha vida, as estrelas.)


Ali estava eu, ainda na escola, com o Peter. Estávamos sentados um ao lado do outro mas o silêncio instalado era enorme. Silêncio que foi quebrado pelo meu telemóvel. O meu pai já estava na entrada. Despedi-me do Peter e desci apressadamente as escadas da escola, só queria ir para casa. Entro no carro e meto o volume do rádio no máximo. Tocava a minha música favorita. Soltei um grande sorriso, ao que o meu pai reagiu com estranheza.


- Tanta felicidade pelo fim das aulas? Eu quero é ver essas notas Wendy... - disse o meu pai.

- É, é isso... - respondi eu continuando a cantar a música.


Aquele sorriso era pelo fim das aulas, mas não só...Acho que também era pelo Peter.

Assim que cheguei a casa, corri para o quarto e atirei-me para cima da cama. Fiquei deitada durante alguns minutos a olhar para o meu teto azul, todo ele coberto de estrelas.

Decidi ligar o computador e ir ao facebook. Uma mensagem nova. Provavelmente era a Haley, a minha melhor amiga ou então alguma outra amiga minha.

Afinal não... A mensagem era do Peter.

Take me to NeverlandOnde histórias criam vida. Descubra agora