𝕂𝕙𝕒𝕝𝕖𝕖𝕤𝕚
Depois de alguns minutos, eu já estava com Tuk nas costas, brincando com ela.
- Ai, você está agarrando meu cabelo!
- Ops, me desculpa, Kha!
- Você vai deixar ela careca, desse jeito. -Kiri disse.
Parei imediatamente quando Lo'ak entrou na barraca.
- Eaí, gente.
- Eaí.
- Oi...
- Eu fiz para você. -Ele me entregou um colar, com uma concha rosa com alguns pontinhos brilhantes presa ao cordão.
- Aonde achou isso?
- Aonde eu estava pescando. Achei bonito, e como você gosta de conchas, imaginei que combinaria com você.
- Valeu! -Sorri.
Neteyam me deu um sorrisinho e piscou um dos olhos. Tuk não segurou uma risadinha.
Kiri apenas ficou nos olhando, do mesmo jeito de sempre.
As vezes ela até parece estar com tédio o tempo todo.
Ele tirou Tuk de minhas costas e a colocou nas suas.
Coloquei o colar, o analisando.
- Essa concha é linda. Obrigada.
Ele assentiu, enquanto balançava Tuk para que ela desse risadas.
- Você... Tem algo para fazer amanhã de manhã? Poderíamos nadar um pouco e...
- Foi mal, eu vou nadar com a Tsireya. Estou ajudando no estoque dos peixes.
- Ah...
Olhei para o chão por alguns segundos, na tentativa de disfarçar minha decepção.
É... Terceiro dia sozinha, pelo visto.
Neteyam o encarou indignado, enquanto Kiri revirou os olhos e negou com a cabeça.
Tuk puxou uma das tranças do cabelo dele. Mas foi de propósito, e não sem intenção, como foi comigo.
- Ai! Tuk! -Ele a tirou de suas costas- Não pode puxar meu cabelo. Isso dói.
- Eu vou dar uma volta. -Avisei- Vejo vocês mais tarde. Talvez na hora do jantar.
- Espera aí! Mas aonde você...
- Volto na hora do jantar. -Repeti, e saí da barraca.
Saí da cabana, mas não antes de ver Neteyam acertar um tapa em sua cabeça.
- Você é burro ou se faz?
Apenas ignorei isso.
Bem feito.
Suspirei e continuei seguindo meu caminho para perto da água.
Que vontade de dar um soco no rostinho bonito do Lo'ak.
Eu realmente podería bater em alguém.
Eu podería bater na primeira pessoa que aparecer em minha frente.
E sería incrível se fosse Lo'ak.
Tirando o presente, ele continua igualmente afastado.
(...)
E lá estava eu, sentada em um tronco de árvore, observando a paisagem azulada em minha frente.
Até alguém bastante suspeito se sentar do meu lado.
Aonung.
O olhei desconfiada, já me segurando para não revirar os olhos.
- O quê você quer?
- Calma. Eu vim em paz. -Ele levantou os braços, em sinal de rendição.
- Eu achei que isso fosse impossível.
- Não tão impossível... -Ele deu uma risadinha.
Apenas continuei olhando para as ondas.
Talvez seja boa ideia encontrar a tulkun mais tarde.
- O quê aconteceu?
- O quê?
- É que você anda com uma cara meio... Mal humorada. E não está mais sempre acompanhada do seu namoradinho. Deu um pé na bunda dele?
