Chapter Two

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Chapter Two

Os olhos de Misha se perdiam em todas as direções esperando o ressoar da voz do outro lado da linha telefônica. Por um momento ele pensou que fosse Mark, mas logo percebeu que sua teoria estava errada.

- Oi! - Uma voz completamente desconhecida por Misha o comprimentou. Uma voz grave e rouca, mas ao mesmo tempo suave e gentil.

- Oi! - respondeu Misha sorrindo tímido. Quem ele era? O que ele queria? -Posso ajudar? - Perguntou.

- Bom, é que... Eu ouvi sua mensagem! - Afirmou.

Misha franziu o cenho.

- Hoje cedo você ligou pra mim por engano. Você falou sobre o Smiley! - Misha demorou um pouco para sua mente deduzir o que estava acontecendo.

- Ah! - Collins corou forte ao perceber o que tinha feito. Ele ficou totalmente sem graça, parecia paralisado com o telefone no ouvido sem dizer nenhuma palavra.

- Veja bem, essas coisas acontecem. Você vai encontrar outra pessoa! - Um sorriso simpático foi ouvido por Misha. - Eu me chamo Jensen! - Apresentou-se.

Misha ainda tinha suas bochechas vermelhas de vergonha, mas logo voltou seus pensamentos somente aquela chamada fixa.

- E-eu me chamo Misha! - Gaguejou.

- Não estou te vendo agora, mas se estivesse eu diria que está fofo! - Jensen riu.

Misha tentou falar, mas tudo que conseguiu foi gaguejar ainda mais. Jensen estava certo, Misha era fofo, principalmente quando está nervoso.

Misha e Jensen conversaram por um tempo, nem eles mesmos sabiam quanto tempo passaram ali falando sobre filmes, séries e livros, e até sobre seus namoros que não deram certo, e outras coisas aleatórias sobre eles mesmos. Jensen até chegou a mencionar que namorou um cara que gostava de ser enforcado bem na hora do orgasmo, e também disse que outro chegou a pedir que ele mijasse nele. Misha contou que costumava transar com muitos caras gostosos, mas que não passava disso. Até que chegou Mark. Ele fez Misha acreditar que ele não queria apenas transar, que não era apenas diversão, ele até chegou a pedir Misha em namoro. Mark era o seu príncipe encantado, montado em um cavalo branco e carregando uma espada em sua armadura. Mas não foi como nos contos de fadas. Não teve um final feliz.

- Talvez, ele era a bruxa má disfarçado de príncipe! - Jensen tentou consolar. Misha havia desabafado tudo que estava sentindo para um desconhecido do outro lado da linha telefônica, mas que por algum motivo, ele sentia confiança.

- Talvez! - Misha concordou.

- O que acha de nos encontrarmos? - Propôs ao outro.

Misha pensou por alguns segundos até responder.

- Tudo bem! - Aceitou. - Você tem instagram? - Perguntou.

- Não! - Foi sincero.

- O quê? Você não tem Instagram? Em que mundo você vive? - Misha parecia surpreso.

- Bom, é que eu não me dou bem com as redes sociais! Por que a pergunta? - Misha sorriu.

- Pra mim ver uma foto sua! - Jensen poderia jurar que teve um ar de malícia na voz de Misha.

- Podemos nos ver pessoalmente! - Jensen retrucou.

- Como vou saber quem é você, gênio? - Collins riu.

- Eu levo um livro! - Misha não pôde ver mas Jensen acabara de lubrificar os lábios com a ponta da língua.

- Qual livro? - Perguntou.

- Brokeback! - Jensen respondeu. Sua voz parecia apaixonada, talvez por amar o livro que acabara de citar, ou pela voz de Misha que era como um canto de sereia o preparando para o levar para o mar.

Misha ficou em silêncio.

- É o meu livro preferido! - O de olhos azuis falou depois de um tempo. Parecia coincidência, ele queria acreditar que era coincidência, mas sua mente insistia em criar expectativas para achar um príncipe encantado que o amasse inteiramente. Afinal, era só um livro, não quer dizer muita coisa. Quer?

Jensen se sentiu vitorioso do outro lado.

- Então, o que me diz senhor, Misha? - Perguntou.

- Eu aceito! Eu trabalho em um bar. Texas Beer, conhece?

- Conheço! - Jensen respondeu.

- Venha amanhã à noite! Acho que não trabalha no sábado, sim?

-Não! Estarei lá, e levarei o livro! - Desligou.

O coração de Misha começou a bater rápido, uma ansiedade por antecipação o tomou e ele já queria que chegasse amanhã e que o sol fosse embora bem rápido. Era uma sensação boa, algo novo.

Jensen não podia negar que também estava ansioso. Seus pensamentos se voltaram inteiramente ao amanhã, os segundos pareciam horas e as horas pareciam anos. Por que ele estava ansioso por alguém que ele nem se quer viu o rosto? Jensen se perguntou.

***

Mesmo com as horas que pareciam eternidades, o dia finalmente amanheceu,
Jensen havia ido para a casa de seu amigo, Jared.

Podia se dizer que a casa do mesmo era umas das mais lindas da cidade. Do lado de fora havia uma enorme piscina, rodeada com lajotas brancas, o que fazia a água parecer mais transparente. A alguns metros da piscina, tinha uma garagem guardando um lindo Honda cinza.

Jensen estava sentado na mesa da sala de estar, acompanhado de seu amigo e de sua família. Gen, a esposa de Jared; e seus filhos, Thomas, o mais velho, Austin e Odette, a mais nova;

Jensen contou que contrariou Jared e ligou para o cara. Contou também que eles se encontrariam à noite e que ele levaria um livro para que Misha pudesse reconhecê-lo.

- Você é maluco! - Jared riu.

- Eu achei fofo! - Gen o defendeu.

- Pelo menos a sua esposa fica do meu lado! - Gen sorriu fazendo biquinho, indicando um beijo.

Jensen sorriu de volta.

- Tio Jensen vai casar? - Perguntou Austin, curioso.

Eles riram.

- Não querido! - A mãe do garoto respondeu.

- Queride! - Retrucou Jared.

Jensen franziu o cenho confuso.

- Ele agora não quer que chamemos os nossos filhos sendo eles ou elas.

- Eles não têm idade para decidir suas sexualidades, então até que eles decidam a regra continua.

Jensen e Gen riram.

- Podem rir! - Jared falou.

***

Finalmente o sol tinha ido embora e a noite havia chegado.

Jensen usava apenas uma toalha branca enrolada na cintura, ele procurava algo para vestir em seu armário de roupas. O mesmo experimentou um terno azul, mas não o agradou. Depois ele experimentou uma social branca e uma calça jeans, e teve o mesmo resultado do terno. Ele não sabia o que vestir, talvez ele precisasse fazer umas compras depois dessa noite.

Do outro lado, Misha se encontrava do mesmo jeito. Não tinha nada naquele armário de roupas que ele não tivesse usado, o que não era problema para ele, até então. Ele estava indeciso, mas era só um encontro com um cara que ele nem sabe como é o rosto, mas isso tornava tudo mais intenso.



Espero que tenham tido uma boa leitura! Obrigado e até o próximo!





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