Capítulo 3.1

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Capítulo 3.1

Point of view - Luisa

Quando que eu ia imaginar, depois de duas semanas, eu iria encontrar Charles na vinicultura da minha família, era muito azar, não é possível

— Então, devo te chamar de Hanna ou de Luisa? - Pra quem sabia andar a cavalo, alguém estava meio atrapalhado mas até que estava indo

— Na verdade não deveria me chamar de nenhum dos dois, o que aconteceu em Nova York deveria ter ficado em Nova York - Respondi sorrindo

— Mas já que não ficou e estamos aqui, me responda

— Luisa, meu nome verdadeiro é Luisa Bandeira Laviolette - Eu sempre lembraria da minha mãe ao pronunciar o meu último sobrenome, Lillian ou Lilly como meu pai chamava

— Não sabia que tinha descendência francesa

— Leclerc, você não sabia nem meu nome verdadeiro, quem dirá minha descendência - O monegasco fechou a cara e eu não contive a risada

— Me conte mais sobre você, de preferência coisas verdadeiras

— Sobre o que quer saber?

— Já que estávamos falando sobre a sua descendência, continua

— Meu pai é italiano, o pai dele é italiano e minha avó brasileira, meu avô por parte de mãe era francês, minha avó era portuguesa e minha mãe era francesa - Que saudades eu tenho dela, queria poder voltar no tempo e aproveitar mais

— Como ela era? - Falar sobre ela era difícil e não tinha o costume de conversar sobre isso abertamente mas Charles me parecia alguém simples de conversar sobre isso

— Minha mãe era incrível, ela era sempre muito sorridente, de bom humor, tínhamos a tradição de participar do festival que a vinicula faz todo ano, participavamos de todos os jogos, por enquanto é isso que você vai saber, próximo assunto

— Fala sobre você então - Algo me dizia que ele estava curioso sobre mim

— Eu não sei o que você quer saber sobre mim

— Eu quero te conhecer, conta qualquer coisa - Eu olhava Charles procurando o que eu poderia contar

— Amo histórias em quadrinhos, meu pai coleciona, passo boa parte do tempo aqui na Itália mas também vivo em Paris

— Já foi em Mônaco?

— Uma vez, é onde tem o gp favorito do meu pai

— Poderia ir mais vezes, tem coisas e pessoas muito legais em Mônaco, eu sou uma delas - Um sorriso presunçoso nos lábios dele se formou

— Então você quer que eu visite Mônaco por sua causa? - Desci do cavalo colocando ele na sombra

— Eu sou um motivo justo, sabe disso

— Se você é um motivo justo, eu sei voar - Passei o olho sob a colheita, tudo em ordem pelo visto

— Gosta de fazer isso? - Charles me perguntou enquanto parava ao meu lado

— Claro, amo pegar o Ares e olhar as plantações, visitar a produção, gosto daqui, é a minha casa - Eu amava tomar conta disso junto com o meu pai

— Faz alguma outra coisa além disso? - Voltei a cavalgar indo a caminho de casa, se eu não passasse lá, vovó me mataria sem dúvida nenhuma

— Fotografia, mas é só um hobby mesmo - Respondi dando os ombros

Quando chegamos lá em casa, paramos os cavalos na sombra e eu olhei para Charles que descia do cavalo

— Você espera aqui, não vai nem passar perto dessas janelas

— Porque? - Me perguntou confuso

— Não quero que a minha avó pense que estamos juntos, ela provavelmente vai pensar nisso se você aparecer junto comigo, então espera aqui

— Admite que formariamos um belo casal - Ele era muito iludido

— Seu sonho isso não é? - Ele só riu e eu fui subindo as escadas para entrar em casa, mas assim que fui abrir a porta vovó foi mais rápido

— Onde ele está? Eu já vi vocês dois vindo a cavalo - Meu Deus, ela tinha visto Charles - Henrico, venha aqui agora, nossa bambina trouxe um rapaz

— Como assim nossa bambina trouxe um rapaz? Acho bom ser verdade, estava vendo as notícias sobre a ferrari - Bati a mão na testa vendo o caos que tinha se formado, dona Antonia desceu a escada indo de encontro a Charles que sorriu simpático a ela, meu avô veio logo atrás

— Olha que rapaz bonito, você trouxe alguém para gente conhecer, finalmente - Fui descendo as escadas tentando explicar a situação para eles

— É um prazer, sou...

— Você é Charles Leclerc, o menino prodígio da minha scuderia ferrari - Ah mas você só pode estar de brincadeira comigo

— Não precisa disso tudo, mas obrigada pelo elogio - Charles ficou ruborizado e eu fiquei também mas de raiva

— É um prazer Charles, sou Antonia e esse é o meu marido Henrico

— Que felicidade, você finalmente trouxe um garoto pra gente conhecer

— Ela não tem esse costume não é? - Perguntou Charles curioso

— Não desde a adolescência ela não trouxe nenhum namorado para a gente conhecer, na verdade ela não namorou, você é o primeiro, aí que alegria

— Nós não somos namorados, está bem? Charles é um conhecido meu - Expliquei calmamente

— Não somos namorados ainda e por que você não quer - Eu ia bater em Charles na primeira oportunidade que estivéssemos a sós

— Está esperando o que para aceitar ele? Menina teimosa - Meus avós me empurraram em direção a Charles que segurou a minha cintura, de novo vi as suas íris que eu nunca saberia dizer as cores exatas, eu odiava o fato dele ser bonito demais

— Temos que ir agora está bem? Mais tarde eu volto para o jantar - Me soltei do toque dele e montei em meu cavalo novamente, Charles se despediu dos meus avós, que tinham adorado ele, meu avô então, que era ferrarista doente, eu ia matar esse garoto

𝐒𝐭𝐚𝐭𝐞 𝐎𝐟 𝐆𝐫𝐚𝐜𝐞 - 𝐂𝐡𝐚𝐫𝐥𝐞𝐬 𝐋𝐞𝐜𝐥𝐞𝐫𝐜Onde histórias criam vida. Descubra agora