extra - i

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hehe olá! surpresa?

eu sei que eu disse que a fic tinha terminado e oficialmente sim, mas a pedidos das vozes da minha cabeça (e algumas pessoas também que inclusive agradeço o incentivo!!) eu pensei em trazer alguns extras da história. eu planejo alguns curtinhos sem muito muito plot ou um tempo específico pra postar, só porque eu criei um apego por eles :')

boa leitura e espero que gostem! ♥♥


。°。°。°。°。°


son estava exausto.

tinha acabado de impedir um sequestro no centro de londres assim que terminou as provas do final do semestre, provas estas que estudou a madrugada inteira diga-se de passagem. seu corpo inteiro doía, mas aquilo não era nem mais novidade, ele sentia que podia cair desmaiado a qualquer segundo de tanto cansaço, mas a adrenalina no seu corpo não lhe deixaria descansar. precisava desestressar antes de tentar dormir.

a estrutura do apartamento de richarlison já lhe era tão familiar depois de meses morando ali que ele sequer precisava acender as luzes para se movimentar livremente na direção do banheiro, evitando a bagunça de coisas que estavam espalhadas pela casa inteira com o fim de semestre os ocupando até o pescoço. assim que recebessem o resultado com certeza o mobilizaria para uma grande faxina geral no apartamento- agora, só conseguia suspirar pesado e ir até o banheiro.

em cima da pia tinha um dos seus pijamas dobrados, coisa de richarlison com certeza, não lembrava de ter feito isso antes de sair de casa. sorriu sozinho e foi para o chuveiro, a água quente corria seu corpo e o relaxava tão profundamente que quase caiu. o shampoo do brasileiro era péssimo, mas tinha um cheiro agradável e resolveu escolher esse mesmo. as coisas dos dois já estavam misturadas demais aquele ponto.

fazia alguns meses desde toda a situação do seu apartamento e, consequentemente, de richarlison descobrindo sua identidade como herói da vizinhança. a reforma do seu apartamento estava quase pronta, semana que vem deveria receber de volta as chaves, mas o mais novo lhe convenceu de maneira sórdida a desistir de ir embora e continuar ali - "estamos juntos de todo jeito, por que se importar com isso?" foi seu argumento enquanto beijava a sua nuca no topo de um prédio no centro de londres.

muito convincente, se heung-min pudesse ser honesto.

ainda não tinha conversado com seu síndico, mas se o brasileiro não decidisse lhe abandonar até a próxima semana, não voltaria mais para seu apartamento.

viver em um relacionamento sério com o cara da sua vida - ele falava isso no tom mais sério e não-emocionado que poderia ter - era como flutuar num sonho. não havia nada que odiasse, richarlison conseguia ser ainda melhor na vida real que nas suas fantasias, tudo entre eles estava baseado numa boa amizade então qualquer mínimo problema era fácil de lidar. ele apoiava a sua vida de herói mesmo que fizesse bico quando voltava machucado de alguma forma e dissesse que ele não precisava ir se não estivesse disposto. eles jogavam ainda melhor juntos no time agora, com o nível de intimidade maior eles conseguiam se comunicar melhor em campo e marcar mais.

son suspirou enquanto passava os braços na blusa do pijama, chegava a doer o quanto ele amava richarlison.

não saberia descrever o quão feliz aqueles últimos meses haviam sido, o quanto ele estava aproveitando seus dias ao lado de quem amava e fazendo tudo o que gostava. era a definição de viver o sonho.

"sonny, você chegou bem?" a voz sonolenta do brasileiro lhe tirou dos seus devaneios. ele estava com a sua boa e velha blusa de tricô enorme que ia até o meio das suas coxas, os tons de vermelho e laranja contrastavam com o short azul, curto demais, da seleção brasileira. seus olhos pararam por tempo demais nas tatuagens expostas do seu ombro antes de desviarem de volta para a sua própria imagem no espelho. estava corado.

"sim, cheguei agora, estou bem, sem machucados, jagiya."

"mhm, entendi." murmurou em português, passando os olhos sobre seu corpo para se certificar mesmo que estava bem. desde que iniciaram o relacionamento heung-min tinha um vocabulário em portguês cada vez maior, tudo graças ao vício de richarlison em reality shows brasileiros e a incapacidade de son de recusar qualquer coisa que o fizesse feliz. ele podia não saber falar um terço do que entendia, mas achava que era um bom progresso.

richarlison também estava aprendendo aqui e ali um pouco de coreano, son fazia questão de forçá-lo a acompanhar todas as suas maratonas de filmes e doramas como uma pequena vingança pessoal. eles trocavam palavras básicas e simples dos seus vocabulários durante o dia e, de fato, não era muita coisa, mas a simplicidade da situação, o conforto que sentiam por compartilhar um pouco mais de uma parte tão íntima deles era algo de outro mundo.

eles ficaram na porta do banheiro por alguns segundos, apenas se encarando em silêncio até que richarlison o puxou pelo braço e o arrastou até o seu quarto. heung-min não reclamou, só sorriu consigo mesmo mesmo enquanto deixava seus olhos passearem pelas costas largas do brasileiro. a blusa de tricô escorregava um pouco mais pra baixo sempre que andava e son sentia um pouco da sua sanidade escapar a cada centímetro. não queria expor nenhum tipo de favoritismo, mas aquela deveria ser a melhor peça do guarda-roupa dele.

já no quarto dele, percebeu que a televisão estava ligada, o volume tão baixo que se não fosse a luz forte pintando o quarto em vários tons de verde e azul não iria perceber. por trás dele, richarlison o enrolou de surpresa num dos seus cobertores e o puxou para a cama, o corpo dos dois caindo com um baque surdo no colchão. o brasileiro lhe prendeu em seus braços com um sorriso pequeno arteiro e fingiu dormir.

"o que é isso?" perguntou assim que conseguiu se virar para ele e se acomodar numa posição mais confortável entre o cobertor e seus braços.

"nada, só não gosto de dormir sozinho e imaginei que estivesse cansado. ficou salvando umas pessoas aí e tals." murmurou contra o seu cabelo, abraçando-o um pouco mais forte. son sentiu seu coração palpitar no peito e não se conteve, girou o corpo e segurou seu rosto entre as mãos para o beijar. não foi nada muito desesperado, um beijo lento e cheio de ternura que pareceu diluir todo o resto de adrenalina que corria pelo seu corpo. o brasileiro não hesitou em beijá-lo de volta, suas mãos apertando-o onde quer que estivessem. ter aquele tipo de contato, de acesso, de intimidade era uma das melhores parte de estar namorando richarlison- junto com todo o resto.

"ah é? estava preocupado?" perguntou quase como uma piada assim que se separaram. ele desviou os olhos para a televisão para evitar a pergunta e son usou uma das cordas de energia para pressionar o botão de 'desliga' na tv. tímido e sem opção, o brasileiro voltou os olhos para ele.

" não... talvez."

fofo, fofo, era o que queria gritar aos quatro cantos do mundo. son o beijou novamente, mais rápido daquela vez e se aconchegou melhor no peito dele, sentindo seu coração bater desritmado sob a blusa de tricô.

"bom, então eu concordo que estou bem cansado de salvar umas pessoas aí e tals." repetiu sua frase com uma risada fraca, seus braços rodearam seu torso e son se deixou relaxar com o calor que vinha do corpo dele naquela fria londres. richarlison não reclamou, apenas se ajeitou também e o trouxe pra mais perto. "boa noite, jagiya."

"boa noite, meu herói."

herói por acidente ⧗ 2sonWhere stories live. Discover now