Chapter 2 - The Tragedy

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08 de Maio de 2015

Camila Diaz

- Obrigada pela noite, Oliver. Te chamaria para entrar mas tenho que resolver uns problemas ainda hoje.

- Tudo bem, falo com você mais tarde. - beijou-me no rosto e o vi indo embora.

Agora só preciso resolver as coisas com a Mandy.

Entro em casa com este intuito, mas vejo meus pais no sofá com feições tristes em seus rostos, mas ao mesmo tempo orgulhosos. Mandy. Decido perguntar o que houve antes que eu tire conclusões precipitadas.

- O que houve?

- Amanda conseguiu a vaga na UFRJ e teve de ir hoje. Na verdade, amanhã de madrugada, mas ela precisava irão aeroporto comprar a passagem - minha mãe respondeu.

- Estamos orgulhosos por ela ter conseguido a vaga, mas ao mesmo tempo tristes por ela estar indo para tão longe. - meu pai se levantou - Boa noite para vocês. - ele subiu as escadas deixando minha mãe e à sós.

- Ela se despediu de uma maneira tão estranha, falou como se nunca mais fosse nos ver. Estou com um pressentimento ruim quanto a isso. - minha mãe falou e eu quis voltar no tempo e ter falado com ela ao invés de sair com o Oliver. - Vou subir. Durma bem. - disse depositando um beijo em minha testa e em seguida subindo as escadas.

O que diabos tinha acontecido? A última coisa que lembro antes de adormecer é meu celular com o número de Amanda e ao lado o número de ligações realizadas: 31.

Amanda Martinez

Ainda estou aqui, falei com o dono do bar que é um conhecido meu há muito tempo e consegui ficar aqui pelo menos por um tempinho. Tudo o que eu preciso é a companhia de minhas bebidas e de meus calmantes.

Não pretendia voltar para a casa dos Diaz, eu era uma vergonha para todos. Fracassada e ainda por cima homossexual. Sim, é assim que eu penso.

Enquanto tomo minha cerveja, pego um pedaço de guardanapo e escrevo: "Para Camila Diaz, We Are Stars - The Pierces. Em 23 de Maio apenas, de sua eterna, Amanda".

Entrego para Renata e explico o que quero, ela apenas concorda me perguntando se estou bem e eu apenas aceno positivamente.

21 de Maio de 2015

Camila Diaz

Passei essas duas semanas tentando entrar em contanto com Amanda, mas não consegui nada. Foi ai que vi o noticiário sobre o voo 911 com destino ao Rio de Janeiro que havia caído enquanto sobrevoava os Estados Unidos na madrugada do dia 09 de Maio.

Meus pensamentos me levaram à Mandy e automaticamente comecei a chorar apenas ao pensar que ela poderia estar morta.

Não esperei muito tempo e ao me recuperar saí atrás dos meus pais para que pudéssemos ir a algum lugar e olhar a lista de mortos que não havia sido divulgada no noticiário, mas que já havia sido completada pelo o que o ancora do jornal informou. Os corpos já haviam sido examinados e mandados para seus determinados países, para o necrotério central.

Após enfrentar a loucura do necrotério, conseguimos finalmente ver a lista com o doutor e eu nunca tinha rezado tanto.

- Nenhuma Amanda Martinez. - ouvi a voz do legista e um alivio percorreu minhas veias. Obrigada Deus.

Voltamos para casa e eu continuava tentando me comunicar com ela mesmo sabendo que ela foi embora por minha culpa. Desisti de ligar e mandei algumas mensagens.

"Por favor, mande noticias, você está bem? Eu te amo. Muito."

Senti meus olhos pesarem e meus pensamentos me abandonarem.

22 de Maio de 2015

Camila Diaz

Acordei assustada devido a um pesadelo e peguei meu celular para verse tinha noticias e meu coração se encheu de alegria.

"Match Bar, 23 de Maio, depois de tudo, você sabe que eu também te amo. Amo os padrinhos também. Sempre amei."

Sorri e decidi, não iria amanhã, iria hoje.

Levantei-me animada e corri para o banheiro, queria chegar ao Match Bar o mais rápido possível.

Desci as escadas correndo e fui repreendida pela minha mãe.

- Chegou uma carta. Da UFRJ. Hoje. - ela falou pausadamente e meu coração parou, Amanda havia mentido sobre isso.

- O que tem escrito?

- Aceita.

- Não estou entendendo mais nada.

- Algo está acontecendo.

- Vou encontrá-la no Match Bar hoje. Recebi uma mensagem. Ela disse que nos ama e que está bem.

- Eu vou com você.

- Mas mãe...

- Sem mais.

17h: 00m PM

Camila Diaz

Eu e minha mãe fomos ao Match Bar, eu estava nervosa, na verdade... Estava ansiosa. Mesmo não a amando daquele jeito, ela é uma irmã para mim.

Sou invadida pelo mesmo sentimento que senti no dia em que vi o noticiário informando sobre o voo quando minha mãe faz a curva na avenida do bar e eu vejo ambulâncias.

Minha mãe estaciona e eu saio correndo, e ao entrar no bar e subir até o primeiro andar vejo o que eu não gostaria. Eu não desejaria este sentimento nem ao meu pior inimigo.

Amanda pálida, em uma maca sendo retirada do banheiro.

- Camila, irmã dela. O que houve? - pergunto aos paramédicos me debulhando em lágrimas.

- Se acalme. Você é maior de idade?

- Sim, 28 anos.

- Nos acompanhe, por favor, mas se acalme.

Os acompanho até o lado de fora e vejo minha mãe sendo interrompida pela maca antes de entrar. Corro e a abraço.

- Eu vou com ela. - falo me afastando e subindo na ambulância.

- Qual hospital? - ouço minha mãe perguntando assim que a porta é fechada.

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- Hey, vai ficar tudo bem. - seguro suas mãos - Você passou na UFRJ. - dou um sorriso fraco em meio às lágrimas - Você não é a fracassada que pensou que seria. Eu te amo muito. Por favor, fica.

- Vai ficar tudo bem. - ouço a voz da morena que canta nas noites nobres do Match Bar, mas não sinto firmeza no que ela diz - Acho que a encontrei a tempo.

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- Sinto muito.

Ouço meu pai perguntar a causa, e o médico diz algo em seu ouvido.

Não aguento e me desmancho mais ainda. Ao ouvir a voz do médico, minhas esperanças morreram junto com ela.

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