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Mais ou menos, após 1 mês. 15 de Maio de 2019.

Eu contei para os meus irmãos sobre o gato.. Os dois se preocuparam se eu não levei algum arranhão, pois era um gato de rua, e então eu poderia ficar com algum lugar infeccionado, ou coisa assim...

E eu realmente fiquei com um arranhão, mas nenhuma infecção, graças a... Espere, eu não sou um demônio? Enfim. Entende o que quero dizer.

Contei para Leo e Leah sobre o gato, eles me ajudaram a levá-lo ao veterinário, cuidar dos ferimentos... Isso me preocupa. Espero que o gatinho tenha uma chance de viver, ainda.

Acho que eu me sentiria melhor se eu tivesse algum bichinho para cuidar. Tudo é estranho... Não me sinto quem já posso ter sido. Isso me trás um estranho vazio.

Apoio minha cabeça em meu braço. O que eu poderia fazer, agora?

Leo e Leah não estão em casa. Pai e mãe estão muito ocupados. Eu tenho que ficar aqui, e começar a estudar em casa. Mas não sei por onde começar.

Até agora estou me perguntando o que aconteceu... Como eu era? Eu era uma boa pessoa, ou não? Eu era útil, ou não? Eu merecia perder a memória, ou não?

Isso parece injusto. Por que escondem isso de mim, mas não posso esconder se me sinto mal?

Tudo o que tenho neste momento são livros.

Sem meus irmãos por perto. Sem meus pais por perto. Sem alguma outra distração por perto.

Poderiam ter me dito por onde começar a estudar, já que eu esqueci quase tudo...

Talvez eu devesse dormir. Vai demorar até pelo menos os meus irmãos chegarem.

- Som da campainha -

Oh?... Oh...
Há alguém na porta. Talvez eu devesse atender...

(1° pessoa - on)
Vou descendo as escadas enquanto seguro o corrimão, lentamente, para não ter perigo de eu me machucar...

Não param de apertar a campainha, droga... Eu já escutei, já estou indo.

Destrancou a porta, e então abro...
(1° pessoa - off)

-"Para de apertar isso! Você vai quebrar! Além que é irritante!..."

Disse o de cabelo preto...

- "Avemaria! Para de ser chato!" - Disse o de cabelo branco, logo parando de tocar a campainha.

Eu estou bem aqui... Não abri isso à toa.

Os dois finalmente notaram a minha presença.

-"Ahooy! Ei, como tá tu?"

-"...Hm?" - Murmurei.

Os dois ficaram me olhando... Como se estivessem esperando a minha resposta. Seria rude não responder nada.

-"...Estou bem..."

-"Ah... Beleza." - O de cabelo branco pareceu menos animado com a minha resposta atrasada...

Fiz algo de errado?...

-"...Oh, lembrei de algo... Rayan, vem cá, rapidão."

O de cabelo preto chamou o Rayan para um canto, parece que está havendo um cochicho... Tenho que ficar aqui esperando?

Os dois voltaram a atenção para mim.

-"Ei, tu não lembra de nós não, né?" - Rayan perguntou.

-"Não..." - Respondo sentindo um pouco de culpa.

-"Calma... Sérião?!" - Ele perguntou.

-"Rayan. Esqueceu? Ele não se lembra de nós..." - O de cabelo preto colocou a mão na testa, logo, voltou a sua posição normal. - "Luff, sou Ray. Como já sabe, esse é Rayan. Somos seus primos mais velhos. Viemos fazer uma visita rápida, sabe?"

-"... Entendi.."

Logo processei... Ele sabe que eu perdi a memória... Então ele talvez saiba o que houve...!

-"Rayan!"

-"Ray."

-"Isso!... Ray! Você.. Você sabe a razão pela qual eu perdi a minha memória?!..."

-"Se eu soubesse, eu te falaria. Eu só fiquei sabendo que você perdeu a sua memória, mas não sei a causa... A Leah me contou, mas não me deu mais detalhes. Inclusive, ela com certeza deve saber. Já tentou perguntar para ela?"

-"Já... Mas ela não me contou nada... Honestamente, isso me parece injusto..."

-"Entendo... Tenta de novo. Mas diga o que você pensa, não precisa ser tudo, mas sim os motivos que você acha que deveria saber."

-"Entendi... Obrigado."

-"De nada." - Ray sorriu com os olhos, já que um lenço estava quase tampando sua boca."

-"Bom, a gente veio só fazer uma visita, né não, Ray?"

-"Sim... Mas espera mais um pouco."

–“Aff...”

–“Luff, Leah e Leo estão bem?”

–“Bom... Diria que ainda estão meio nervosos pelo o que supostamente houve... Mas disseram que o que importa é eu estar vivo. Mas eu acho que estão bem, porém melhorando psicologicamente...”

–“Entendo. Espero que fiquem melhor.”

–“Raaay! Vamo, né? Já deu!”

–“Credo... Tá, tá.” – Ele suspirou – “Vamos indo, tá? Fique bem.”

–“Certo... Obrigado.”

Tudo que eu sempre sonhei.Onde histórias criam vida. Descubra agora