É chegado o dia da 13ª Vaquejada de Nova Peroba.
No dia em que Simone concorre à Derrubada de Boi, uma pessoa do passado de Soraya aparece para tentar desestabilizar o casal. Movidas pela paixão e tesão que as unem, nesses capítulos especiais, as p...
A Vaqueja de Nova Peroba era uma das mais tradicionais da região do Vale das Pedras. Quando Simone me disse que queria competir e, além, queria participar da Derrubada de Bois, meu coração apertou. Era muito mais perigoso do que apenas correr em cima de um cavalo.
Por mais que eu tenha tentado convencer ela do contrário, Simone sempre fora teimosa demais para ouvir qualquer pessoa que não fosse ela mesma. E então ela treinou por apenas cinco dias, se inscreveu no último minuto possível e, contrariando todas as minhas expectativas, voltou para mim com um troféu nas mãos.
Eu estava arriada.
Naquele dia, eu havia acordado sentindo falta de seu corpo ao meu lado na cama de hotel que dividíamos. Simone já havia ido para o lugar onde aconteceria a vaquejada e, sendo a aficcionada por trabalho que era, eu sabia que ela iria ficar por lá o dia inteiro – em busca de investimentos e soluções para a Fazenda.
O bilhete escrito à mão em cima de uma pilha de roupas fez meu coração saltitar, contente. O lado dominador de Simone sempre seria o lado a trazer de mim as sensações mais selvagens e primitivas – ou seja: era óbvio que eu obedeceria à Engenheira Agrônoma e Zootecnista e usaria a roupa que ela separou para mim com tanto esmero.
Depois faria uma piada com ela sobre a roupa toda vermelha e as touradas na Espanha.
Almocei com Luís e quis ficar parte da tarde descansando, para ter energia à noite. Como Simone com certeza havia levado o carro, esperei a carona de meu amigo e, por volta das dezessete horas, partimos juntos em direção à arena.
Ela havia pensado em tudo, realmente. Foi preciso apenas entregar a minha identidade na bilheteria do camarote e logo eu e Luís fomos direcionados ao melhor e mais privilegiado espaço de toda a Vaquejada.
Eu como proprietária e Luís como prefeito. Amava a vida de privilégios, não vou mentir... Não teria vocação para ficar lá embaixo apertada no meio de um monte de gente.
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Das cenas que eu esperava ver naquela noite, Vitória dando em cima de Simone era a última coisa que passaria pela minha cabeça.
A luz fraca do camarote não me ajudava a enxergar direito, mas eu reconheceria aquela peste bubônica em qualquer lugar do mundo. Só para contextualizar: Vitória fora minha primeira e única namorada. Todo aquele papo de amor eterno, casamento, filhos e nem sei quantas baboseiras mais foram pelo ralo no dia em que a peguei me traindo com a minha melhor amiga da época, a Melissa.
Sofri, chorei, achei que o mundo iria acabar.
Não acabou.
- Vai me contar o motivo do estresse ou eu viu ter que desvendar através dos seus olhos?
- Como se fosse possível... – Resmunguei, cruzando os braços sobre o peito. – Deixa essa merda pra lá.
- Soraya, você vai deixar uma qualquer estragar a nossa noite?