Ironia do destino

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Ele estava cego.

Não conseguia ver nada.

É isso, acabou.

Era esse tipo de pensamento que Dante estava tendo dês de que ficou cego. Fazia mais de uma semana depois de todo o fiasco do Luciano e do Kian ter acontecido, e ele podia dizer que com certeza estava longe de superar o que tinha acontecido.

O mesmo ia para Arthur, que ainda lamentava a morte de seus amigos e o joui indo embora ainda era uma ferida muito recente, tinha tudo acontecido tão rápido francamente Arthur não teve tempo de pensar sobre depois.

Mas os dois tinham uma coisa em comum: estavam cuidando um dos outros. Já que Ivete deu a casa para Dante (como um dia fizera com joui e kaiser) Arthur e Dante estavam ficando cada vez mais próximos durante o tempo. Os dois estavam se dando ao máximo para se ajudar, pois sabiam que perderam muito.

"Arthur, pode me passar o cereal?" Pergunta Dante.

"Claro!" Responde Arthur. Eles estavam comendo um café juntos, haviam acabado de acordar e Ivete não estava em casa, pois foi ao mercado fazer compras para seus meninos.

Após Arthur passar o cereal para Dante ele coloca ele em sua tigela. Ou é isso que achou que fez, pois quando sentiu em sua tigela não tinha nenhum cereal lá. Dante suspira.

"Eu derrubei não derrubei?" Pergunta, decepcionado consigo mesmo.

Arthur franze suas sombrancelhas.
"Sim, mas tá tudo bem, eu arrumo pra você" diz Arthur, pegando os flocos que tinham caído no chão e na mesa.

"Obrigada Arthur" agradece Dante, que se cora um pouco pois está com vergonha, ele acabou de falhar em uma função básica. A merda da cegueira...

"Nada! Você sabe q pode pedir ajuda pra mim sempre não sabe?" Diz Arthur.

"Eu sei, é que... Eu não estou acostumado, nunca alguém esteve disposto a me ajudar tanto assim" o loiro confessa.

"Magina cara! Pode contar sempre comigo, você é... O único que sobrou sabe" o guitarrista olha pra baixo por sua confessão. Ele não queria ficar sozinho de jeito nenhum.

Dante franhe o olhar.

"Tá tudo bem Arthur, eu não vou a lugar nenhum" ele quer virar sua cara para o outro agente mas não sabe onde ele está. De repente Dante sente mãos tocando em seu rosto e mechendo- o

"Tô aqui" diz Arthur, que pega a mão do ocultista e gentilmente encosta elas em suas cicatrizes.

Dante admite que gostou do toque, realmente era muito difícil diferenciar as coisas sendo cego e Arthur ajudava- o muito com isso. Ele relaxa sua mão que Arthur ainda estava mexendo, levando-a para seu nariz.

Após o café da manhã os dois continuaram na mesa mantendo uma conversa leve.

"Dante, o dia hoje tá mó bonito, q tal a gente dar uma volta por aqui?" Pergunta Arthur, q estava um pouco mais animado hoje.

"Ah, eu não sei... Eu-" Dante suspira. "Ainda não me acostumei com a cegueira" o ocultista admite. Estava tudo tão escuro, que diferença ia ser lá fora?? Ele nunca mais iria ver nada.

"Vamo Dante, vai ser bom pra você. Se você quiser, eu... Posso segurar sua mão" Arthur fica todo corado após falar isso, ainda bem que o seu amigo não consegue ver.

Dante pensa na proposta. Pensando bem isso seria muito importante para Arthur, faz tempo q eles não saem de casa e o Arthur tava realmente se sentindo mais fechado em casa. Acho q vale a pena.

"Tá, mas não solta minha mão" Responde Dante. Arthur da um sorriso e já o arrasta pela casa.

"Ótimo! Vamo se arrumar!" Ele diz todo animadinho. Dante começa a sorrir de leve, ouvir ele mais animado de novo deixa ele mais feliz, depois de tudo o que aconteceu, alegria genuína era uma coisa rara de se ver.

Imensidão- danthur Onde histórias criam vida. Descubra agora