CHÁ-BAR

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"Você e eu

Podemos conseguir se tentarmos, 

você e eu"

— You and I — One Direction


Não contei para Ramon exatamente o que estava acontecendo no carro

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Não contei para Ramon exatamente o que estava acontecendo no carro. Na verdade, estava mais concentrada em não ligar imediatamente para Daniel e xingá-lo até perder a razão, pois era exatamente isso o que gostaria naquele momento.

Me despedi do produtor prometendo uma conversa sobre o assunto quando eu não estivesse tão aflita e tivesse algum tempo, afinal, já passava das seis e eu estava ligeiramente atrasada para minha aula, a qual, neste instante, era tudo o que eu deveria me concentrar para não entrar em pânico.

Quando cheguei em casa naquela noite, minha cabeça estava a mil. Me sentia tão cansada física e mentalmente que não sabia qual dos dois aspectos do meu corpo dar atenção.

Eu queria simplesmente cair em minha cama e não acordar mais. Se isso realmente acontecesse seria de grande ajuda, afinal, mortos não precisam enfrentar a realidade do dia seguinte. Contudo, sabia que esse tipo de pensamento era muito perigoso para alguém como eu, que venho enfrentando a depressão há tantos anos e tendo recorrentes crises de ansiedade.

Ignorar não era a solução. Eu precisava me manter firme enquanto passava por mais este desafio. Ter Thomas de volta em minha vida não precisava ser um tormento, afinal de contas, eu realmente não iria me acomodar e sequer deixá-lo se tornar algo além de um conhecido vizinho dessa vez.

Contudo, ainda havia o meu embate com Daniel. Não queria me casar daquela forma e sequer conseguia dizer não. Ele estava cheio de expectativas para a conversa que teríamos no domingo, e imagino que aceitará absolutamente nada além da resposta que tanto quer.

Era complicado ter que ficar reforçando minhas vontades para ele quando vejo que sou completamente ignorada, facilmente ludibriada e convencida a fazer o oposto do meu desejo. Isso somado ao fato de já estar em idade para me casar de acordo com as expectativas dos outros, a pressão por seguir com a vida da maneira que se espera e não poder desperdiçar uma oportunidade única como aquela — afinal, Daniel era um homem e tanto, não é? Quem seria a louca de rejeitá-lo, sendo que tem tudo o que toda mulher sempre quis?

O problema é que eu nunca fui essa mulher. O meu nível era outro e talvez algumas pessoas até achem que está bem abaixo do que Daniel tem a oferecer, mas a verdade é que... do que adianta me oferecer tanto e eu não sentir desejo de obter absolutamente nada?

Eu não queria ser ingrata, juro! Desejo, mais do que tudo, sentir a excitação e alegria que deveria estar sentindo com relação a esse casamento, contudo, não passa sequer uma carga elétrica de euforia em meu corpo da maneira que deveria estar ocorrendo.

𝑪𝒂𝒓𝒕𝒂𝒔 𝑷𝒂𝒓𝒂 𝑻𝒉𝒐𝒎𝒂𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora