𝗛𝗮𝘁𝗲-𝗩𝗶𝗻𝗻𝗶𝗲 𝗛𝗮𝗰𝗸𝗲𝗿

021

𝗡𝗼 dia seguinte, os corredores da escola estavam em chamas. Madelyn achou que era graças à ela e Vincent estarem simplesmente andando de mãos dadas mas logo percebeu que era muito mais do que aquilo, ao ver Nessa correndo desesperada até eles.

— Vocês souberam da foto que o Nicholas vazou?

Era claro que Madelyn sentiu seu estômago queimar, porém sentia-se totalmente pronta para enfrentar as pessoas, enquanto  Vincent segurava ainda mais forte a sua mão para dizer que estava com ela.

— Eu sabia que ele faria isso! Mas eu não me importo mais. — Madelyn deu de ombros, seria desconfortável mas ela seria mais forte.

— O que? Não são fotos suas, Maddy. — Nessa suspirou, os outros dois se encararam confusos. — São fotos da 𝘕𝘢𝘪𝘭𝘦𝘢.

Madelyn arregalou os olhos, a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco.

Nicholas havia percebido que não iria mais conseguir controlar Henrietta e então usou outra pessoa. Nailea e ele estavam próximos, era claro que ele conseguiria aquela malditas fotos.

— Ele a embebedou e quando ela dormiu, tirou fotos dos seus seios.

Nessa comentou, enquanto os três caminhavam para a sala de aula. Madelyn estava completamente chocada e irritada, como Nicholas conseguia ser tão babaca?

A de olhos pretos escutou os comentários durante o dia todo. Meninas julgando Nailea e meninos comentando sobre o quão gostosa ela era. Até tentou ficar na sua mas assim que viu Nailea sozinha em uma mesa do refeitório, enquanto pessoas a apontavam e riam, ela não conseguiu aguentar mais.

Madelyn lembrou-se de quando ela estava naquela situação, quando ninguém demonstrou apoio. Ela sabia como era estar no lugar de Nailea mas ao contrário do que fizeram com ela, Madelyn mostraria que nenhuma garota ficaria sozinha.

— Ei! — Ela gritou, enquanto subia em em um dos bancos. Obviamente todos pararam para olhar aquela cena. — Por que o corpo feminino choca tanto? São só seios, coisa que todas nós garotas temos e que os garotos já viram pelo menos uma vez, mesmo que não tenha sido pessoalmente.

Algumas pessoas pareciam realmente interessadas no assunto mas Madelyn logo percebeu que na mesa do time de futebol, os caras estavam rindo.

— Qual o problema de vocês? Estão rindo só porque eu disse a palavra seios? — Ela perguntou, causando ainda mais risadas. — É por isso que vocês vão morrer virgens enquanto se masturbam para filmes adultos.

Todos se calaram no mesmo segundo, ponto para Madelyn. Afinal ela sabia que para ofender um homem, era só brincar com a sua masculinidade frágil.

— Eu já passei por isso e juro por Deus, eu sou a última pessoa que deveria estar ajudando Nailea Devora! Mas nós somos mulheres e precisamos nos unir! Se coloquem no lugar dela, vocês gostariam de ouvir esses comentários? Então parem de fazê-los!

— Esse é o momento em que vocês começaram a protestar e levantam as camisetas? A gente iria adorar. — Um garoto gritou, fazendo com que seus amigos rissem.

— Esse aí é o tipo de cara que só viu seios em uma revista de hentai. — Ela deu de ombros, todos os outros riram e o garoto fechou a cara.

— Feminismo é falta de rola! — Um outro gritou, recebendo alguns aplausos.

— Então qual foi a rola que foderam vocês até virarem machistas? — Madelyn rebateu. Vincent acabou rindo, ela era a garota mais incrível que ele conhecia. — Alguém quer fazer mais algum comentário do tipo? — Ela encarou todos no refeitório, o silencio permaneceu afinal ninguém queria levar uma das suas patadas. — Foi o que eu pensei! 𝘕𝘢𝘪𝘭𝘦𝘢, 𝘦𝘴𝘵𝘢𝘮𝘰𝘴 𝘤𝘰𝘮 𝘷𝘰𝘤𝘦̂.

Madelyn pensou que suas palavras não mudariam nada mas as garotas ali, ou pelo menos a maioria delas, estavam a achando a garota mais legal de toda a escola.

Pouco a pouco, um grupo enorme de garotas se juntou à mesa de Nailea e até alguns garotos, para a surpresa de Madelyn. Ela sentou-se novamente e então recebeu um sorriso da morena, era como um pedido de desculpas e agradecimento.

— Eu acho que me apaixonei pela garota mais incrível de todo esse mundo. — Vincent sussurrou para Madelyn, que sorriu abertamente.

Mal sabia ele, que era ela quem havia tirado a sorte grande.