ehhh a postagem dessa história aqui é um teste, tanto que nem peguei uma capa muito adequada. é uma AU de russian doll em que pretendo explorar alguns temas que senti que foram meio negligenciados, juntando com outras coisas que acredito encaixarem e que vão deixar bem interessante. quero ver como será a recepção por aqui antes de jogar pra minha conta principal no spirit.
essa história está sujeita a ser reescrita, mas ainda sim eu pretendo terminá-la!
***
— Relaxa, vai dar tempo. A festa só começa quando eu chego.
É seu aniversário, e Kenma está indo para uma festa.
Ou seja, é seu aniversário, e é também o fim do mundo.
Kuroo ajusta seu delineado pela que parece ser a milésima vez, fazendo-se dono de uma lentidão quase dolorosa ao guardar o espelhinho de bolso no porta-luvas do carro e sorrir para o amigo que senta atrás de si, propositalmente ignorando o refletir do retrovisor; uma expressão de absoluto desdém e descontentamento com o que está por vir.
— Ei, — Akaashi chama, virando-se do banco do motorista para conseguir a sua atenção. Não tão surpreendentemente, ele ainda tem paciência suficiente para tentar dizer algo para tranquilizá-lo. — Não vai ser tão ruim assim.
Kenma nem mesmo precisa processar a banalização contida na frase para que solte um longo e pesado suspiro, sentindo o cinto de segurança apertar contra o seu peito. É frustração; é com essa palavra que nomeia a miríade de coisas que sente ao ter de comparecer à estúpida festa do amigo de Kuroo. Mas como de costume, Kenma se limita ao silêncio, morde o lábio inferior ressecado e volta a encarar o lado de fora através do fumê escuro. Preferia isso a ter que sustentar o olhar em Akaashi, ouvir de frente mais uma das suas frases carpe diem, como a célebre dita pelo mesmo antes mesmo que saísse de casa: "Não pode dizer que não gosta se nunca experimentou"
Quanta besteira. Ele nunca foi atropelado por um ônibus, e mesmo assim pode afirmar com toda a certeza do mundo que essa seria uma experiência que ele preferiria muito mais vivenciar do que ser parte do que vai acontecer essa noite.
Porém, sem a vocalização de uma resposta, Akaashi não percebe o erro fatal em sua lógica, e prontamente retorna ao seu papel de tentar fazer as coisas irem da forma mais fluida possível. — E, Kuroo, sério. Já deu, não?
Os lábios do rapaz se alargam num travesso sorriso de canto.
— Não. Na verdade, eu acho que vou colocar um brinco...
Akaashi fecha os olhos para que eles não se revirem a ponto de ver o seu próprio cérebro, contendo-se ao apertar o pulso de Kuroo no seu tom mortalmente calmo que só pode significar uma única coisa. — Já deu.
Ponto final.
Saíram logo após isso.
Enquanto Akaashi fecha as portas e tranca o carro, Kenma ligeiramente percebe a intensa discussão de um casal na distância.
— Porra, que merda é essa, Oikawa? A garota tava praticamente sentada no teu colo e tu não faz nada?
A rispidez na tentativa de diálogo é uma constante mútua, aparentemente. — Eu não queria deixar ela em pé, poxa! Tava tentando ser educado.
— Educado o caralho.
— Com essa boca aí, você não sabe nada de educação mesmo.
— Que porra é essa? Seu-
Os ombros de Kenma tensionam imediatamente com a confusão. Essa noite já começou tão bem. O melhor a se fazer é sair andando e esperar não ser notado.
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O aniversário no fim do mundo
RomanceHoje é o dia em que Kozume Kenma morre. E, poxa, não é como se ele fosse tão ruim assim. Se ele é uma boa pessoa? Tá. Talvez a resposta para essa pergunta acabe sendo um pouco mais subjetiva. Caso essa seja a diferença entre queimar nas piscinas...