💚ÚNICO🧡

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— VOCÊ ENTENDEU TUDO ERRADO DEKU!! - Gritou furioso.

Seus olhos demonstravam o quão irritado e nervoso estavam, assim como sua afeição turbulenta.

— TUDO ERRADO!? EU ENTENDI TUDO MUITO BEM OK!? EU VI VOCÊS SE BEIJANDO, E AQUILO FOI BEM REAL PRA MIM! VOCÊ RETRIBUIU!! - Gritou também, sentindo seus olhos marejarem.

— ME DEIXA FALAR IDIOT! O CABELO DE MER—

Vai embora... - Murmurou, chamando a atenção do loiro que parou seus movimentos exagerados e voz estridente no mesmo segundo.

— ....O quê? - Sussurrou o encarando, o outro menino fungou.

— Vai embora....pega suas coisas daqui e vai embora. - Se virou de costas para o loiro, contendo um soluço.

Bakugou encarou as costas do namorado por alguns segundos, ele tentava não demostrar, mas o loiro o conhecia o suficiente pra saber que ele estava se despedaçando em lágrimas agora, por mais que tentasse abafar o som.

"Eu odeio vê-lo chorar...merda..." - Pensou o loiro.

Talvez devesse realmente ir. Sabe, o deixar em seu dormitório sozinho pra se acalmar e talvez assim eles pudessem conversar melhor depois. Confessava que também precisava esfriar a cabeça.

Mas....porra, não conseguia! Katsuki odiava, odiava ver Izuku chorar! Sempre odiou, ainda mais quando a culpa era sua...tsk, mas dessa vez ele não teve culpa, o que o aliviava.

Suspirando forte e decidido, ele foi até o garoto esverdeado e o carregou sem maiores problemas. O mais baixo se assustou de imediato, encarando os olhos rubis a cima de si surpreso e confuso, o deixando ver sua face chorosa e as poucas lágrimas que ainda caiam. Izuku foi obrigado a passar seus braços pelo pescoço de Kacchan para não cair.

Heh? K-Kacchan....o que tá fazendo? - Murmurou confuso com a voz baixa

— ...Pegando o que é meu. - Sorriu fraco, começando a caminhar.

Izuku sentiu suas bochechas esquentarem, por mais que ainda estivesse bravo. Ele então balançou a cabeça, tentando dispensar pensamentos desnecessários, e se debateu nos braços do loiro tentando se soltar.

— Me poe no chão, Kacchan.

— Não.

— Kacchan!! Argh! Katsuki!! - Ele sentiu os músculos do outro se tencionarem por poucos segundos, antes de voltar a andar.

O loiro sempre se sentia nervoso quando Izuku falava seu nome.

— Já disse que não. - Falou entrando em seu próprio dormitório.

Sentando-se então em sua cama, recostando-se na cabeceira com um pequeno coelho ainda emburrado e se debatendo em seus braços, o loiro segurou o rosto alheio o fazendo parar.

Me deixa explicar, Izuku. - Pediu, baixinho.

O de olhos rubis viu os olhos esmeralda do namorado brilharem, era sempre assim quando o chamava pelo primeiro nome, Midoriya sempre o proporcionava reações fofas demais pra seu coração digerir, por isso só fazia isso em situações específicas.

— O cabelo....Kirishima se declarou pra mim...e num ato impensado me beijou. — Houve um suspiro de sua parte. — Eu o dispensei, bunny-deku, porque.... a única pessoa que eu realmente quero ao meu lado pra amar é você, idiota. - Disse envergonhado, suas bochechas quentes enquanto dava um peteleco no nariz alheio e virando o rosto.

Kacchan.... - Sussurrou, sentindo mais uma vez as lágrimas cairem.

Sabia como era difícil pro loiro dizer com todas as palavras o que sentia. Sempre foi assim e o loiro tem trabalhado pra melhorar, mas de qualquer maneira, Katsuki sempre preferiu as ações.

...Pare de chorar idiota, sabe que odeio quando faz isso... - Disse baixo, secando as lágrimas do outro com cuidado.

— Kacchan....e-eu fiquei com muito medo... — Ele fungou. — de você não me amar mais... - O loiro arregalou os olhos, exasperado.

— O quê!? Não! Eu nunca vou parar de te amar Izuku!

...Nunca? - Perguntou choroso, baixinho, sentindo os polegares do namorado ainda tentarem afastar as lágrimas teimosas de suas bochechas macias.

Uh-hm, nunca. - Murmurou, puxando seu rosto pra mais perto.

Em um selar de lábios simples, tudo parecia ter sido resolvido em seus corações. Depois dele, encararam-se com intensidade e, por mais que tivessem compromisso agora a pouco, permitiram-se deitar em uma posição confortável e observar o dançar das nuvens pela janela em um silêncio aconchegante.

As vezes, não eram necessárias palavras para descrever o que sentiam. Se resolveriam com Aizawa-sensei sobre a falta repentina depois, agora era a hora de relaxar na companhia um do outro depois desse almoço turbulento.

Afinal, foi tudo um mal-entendido.

Mal-entendido.Onde histórias criam vida. Descubra agora