INTRO: a child of God.

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POV: Liam Alexander, 8 anos (Dallas, Texas).

Eu estava sentado no primeiro banco da igreja naquele domingo de manhã enquanto tentava conter a minha risada. Mamãe e papai não gostava quando eu ria na igreja. Depois das missas, o padre sempre nos levava para a catequese e para nos confessar, mas naquele domingo foi diferente.

Eu estranhei a maneira que meu irmão recuou quando o padre o segurou pelos braços na sala de confissão, e principalmente quando ele nos trancou em seu gabinete. Era escuro, mas o cheiro dali era a coisa mais desagradável.

Eu não entendi no momento, nada fazia sentido para mim dentro da igreja, mas naquele dia tudo foi tão rápido quanto um disparo da espingarda que papai usava. Meu irmão recuou quando o padre o pegou pelo pescoço e o levou até sua mesa e eu entrei em pânico.

Eu não pensei direito sobre o quê fazer, apenas gritei e me atirei contra o homem, porém, seu braço atingiu meu rosto e eu cai no chão. Quando consegui levantar meus olhos para ver o que ele iria fazer, eu soube imediatamente que ele não deveria fazer aquilo.

Foi então que eu a vi, prata brilhando sobre a sua estante. Eu apenas escalei e a peguei antes de enfiá-la inúmeras vezes na carne dura do homem, tantas vezes que seria impossível para mim contar. Depois de finalmente conseguir parar, apenas peguei meu irmão pelo braço e saí correndo dali enquanto tentava fazer ele parar de chorar.

Eu estava coberto de sangue quando chegamos perto dos nossos pais e contei para minha mãe o que havia visto e feito. Apanhei tanto naquele dia que fiquei sem ir para a escola por duas semanas para não verem as marcas, só então depois disso que eu pude ir visitar o túmulo do padre.

Dois meses depois, lá estava eu novamente sentado no mesmo lugar na missa, mas com um terno de veludo azul e um novo corte de cabelo. O padre novo falava sobre a trágica morte do seu antecessor e eu só conseguia pensar que minha alma estava condenada ao inferno.

Bem, eu não me importava de verdade, a alma do meu pai também iria para o inferno e eu estava feliz com isso. Conseguia olhar apenas de canto para minha mãe enquanto ela se remexia no banco e puxava a manga de seu vestido para esconder o roxo que ela havia ganhado da última noite de bebedeira do papai.

Aos 8 anos eu queria morrer, e não era algo triste para mim, me parecia realmente libertador. O quê sempre me fazia lembrar do porquê eu não poderia morrer ainda era Ryan, meu irmão precisava de mim... Quase sempre eu suspirava cansado vendo ele conseguir sorrir enquanto escutava o sermão. Era patético, mas ele parecia gostar.

Naquela mesma noite meu pai foi embora depois de bater tanto em minha mãe até deixá-la desacordada. Eu chamei a polícia e curiosamente rezei para que eles viessem. Ryan chorou a noite toda no hospital ao meu lado.

Quando voltamos para casa, eu não imaginei que o inferno tinha apenas começado. Ele só foi ter fim 8 meses depois de minha mãe finalmente conseguir matar meu irmão em um episódio bizarro quando na verdade era eu quem deveria ter morrido.

pov: Liam Moreau ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora