home Sweet Home.

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Liam Alexander Moreau Geardon, 17 anos (Dallas, Texas).

É uma verdade universal que um leitor, vendo através dos olhos do vilão, poderia mudar seu ponto de vista através da história. Era uma verdade, apesar de tudo.

O problema é quando não sabemos em qual lado nos encaixamos em nossa própria história, então como saberíamos se estamos no caminho certo?

As estradas de Dallas eram cheias de poeira como eu me lembrava, mas o caminho até um dos ranchos onde minha família biológica paterna morava era cumprido. Somente quando chegamos em uma placa de madeira que dizia "Home Sweet Home" é que eu desci da caminhonete em que minha prima dirigia.

Seus olhos me diziam que ela estava curiosa, mas se divertindo com aquilo. Porém, tudo mudou quando ela me deixou sozinho na soleira da porta da casa toda feita de madeira assim que chegamos.

- Onde vai? - perguntei me virando para ela quando a mesma se afastava.

- Certas coisas, você vai ter de fazer sozinho, garoto. - ela fala sorrindo com as mãos nos bolsos de trás - Por isso, tenha sempre a certeza de que não está devendo nada ao Senhor.

Ela fala e faz o sinal da cruz em seu peito soltando uma gargalhada quando se vira para ir até os fundos da casa. Estreito os olhos olhando para ela indo embora e me viro novamente para a porta dando de cara para a ponte de um rifle de caça apontado para minha testa.

- Quem é você? - uma senhora grisalha e baixa com um vestido florido cor-de-rosa puxa o cano do rifle para baixo o engatilhando.

- Liam. - falo rápido demais olhando paralisado para ela quando não faço nenhum movimento - Liam Alexander.

Seus olhos se estreitam e ela me analisa do mesmo jeito que a garota que dizia ser minha prima fez. Fechando um dos olhos, como se forçasse uma das vistas, ela então abaixa a arma.

- Pode entrar.

Ela fala acenando para dentro, foi então que eu imaginei quão parecido com meu progenitor eu era para ela aceitar daquela forma.

-  O quê quer aqui? - ela pergunta fungando - Achei que tinha se dado bem depois de sair do orfanato.

Sua voz envelhecida é arrastada e típica como a das pessoas da região, mas não cansada.

- Estou procurando minha mãe.

Falo de uma vez e ela se vira para mim. Conto sobre tudo e sobre como cheguei até ela, Rosemary Campbell, enquanto tentava encontrar o manicômio onde meu progenitor havia colocado minha mãe.

- Você tem os olhos dele. - ela fala e faço uma careta ao ser comparado com aquele homem novamente.

- Não estou falando do seu pai, garoto. - ela fala se levantando e me pegando pelo braço quando me leva até para a garagem do lado de fora da casa - Olhe.

Ela aponta para uma das imagens recortadas de um jornal colada na parede da garagem. Um homem segurava um quepe junto a seu corpo enquanto sorria ao lado de um avião de caça, era como se eu olhasse para um espelho quando estivesse mais velho.

- Viu? Os cabelos, os olhos, a voz... Seu avô me conquistou no momento em que coloquei os olhos nele. Estávamos em um bar e o jukebox tocava Jailhouse Rock, do Elvis Presley.

Escuto ela falar e coloco rapidamente a música no meu celular. Ela olha, escuta e sorri para mim abertamente.

- Essa mesma.

Ela fala suspirando quando fecha os olhos escutando e sentindo a música, vejo os olhos dela marejarem um pouco e ela abre novamente ainda sorrindo para mim. Ela se levanta como se estivesse envergonhada por quase chorar e se vira para mim antes de sair dali.

- Vou fazer um café... Espere um momento.

Aceno para ela concordando quando ela sai da garagem. Passo os olhos por ali, capacetes, ferramentas... E uma lona preta que provavelmente cobria um carro.

》Não esqueçam de deixar uma estrelinha... Grata! ✨️

pov: Liam Moreau ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora