Egoísmo

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Historia: The Dark Side of Red
Capitulo Único: Egoísmo

Mais uma noite... Seria realmente uma longa noite... Agora mesmo terminei de beber e de pagar as ultimas 24 cervejas que pedi. Realmente não quero me lembrar o motivo que me fez beber tanto... Mas ainda assim percebi que estava a fazê-lo por não me importar minimamente com a minha saúde, apesar disso sabia que sempre fui muito forte com bebidas e não importava o quanto bebesse, eu iria ficar bem, estava habituada. Levantei-me e equilibrei-me num salto alto muito fino que trazia naquela noite. Passei pelas pessoas bêbadas em poucos segundos, elas abanavam-se de forma estranha por conta da bebida em excesso. Idiotas, pessoas idiotas. Sempre odiei pessoas assim e sempre parecia ter intolerância a elas mais facilmente. Talvez tivesse uma tendência para intolerar qualquer tipo de pessoas mesmo.
Apenas as ignorei, e empurrei uma quantidade delas que pareciam querer alguma coisa de mim. Entrei na porta que dizia WC em letras demasiado grandes, retoquei um pouco a maquilhagem e logo ouvi o meu telemóvel a tocar, aquele idiota... Atendi no intuito de por um final a tudo isto. Mais uma vez e desta vez teria de ser pessoalmente para que um certo alguém entendesse melhor, peguei no meu casaco e dirigi até à sua casa, era triste ter de lhe dizer tudo novamente, ele sempre soubera que eu não aceitaria qualquer tipo de compromisso, mas mesmo assim se importava comigo, aquele grande idiota... Está na altura de encontrar alguém que dê um verdadeiro valor a ele, ultimamente estava carente demais e nem parecia mais o mesmo, continuava a pedir atenção mesmo sabendo que para mim ele era mais que uma simples diversão, estava a entrar na sua casa, coloquei a chave que ele me dera na porta e entrei sem nada dizer ultimamente começava-me a cansar verdadeiramente de tudo isto, começava a parecer uma relação, coisa que eu lhe dissera que nunca aconteceria, o mal deles é se apegarem tão facilmente e agora teria de perceber que estava a tornar-se demasiado cansativo e inconveniente para mim.

Taya: Voltei...
Chrollo: Meu deus onde estiveste? Cheiras a alcool, tabaco e um monte de cheiros misturados...
Taya: Aqui estão as chaves, vim buscar as minhas coisas, não te preocupes eu não tenho ca muita coisa apenas algumas coisinhas que cá deixei, para alem do mais não irias querer ficar com isso, correto?
Chrollo: Mas porque vais embora? Eu fiz-te alguma coisa que não gostasses?
Taya: Erraste ao pensar que com tudo o que me deste iria ficar satisfeita e que iria prescindir de toda a minha liberdade por uma mera pessoa como tu? O problema não és tu, nada disso, apenas entende que eu tenho outros objetivos, de modo algum conseguirás me prender com amor, carinho, afeto... Eu não o quero, nem vindo de ti, nem de ninguém... Pensavas que ficaria contigo? Que te amaria incondicionalmente e me casaria um dia contigo? Que seria estúpida de continuar a viver numa casa que é paga por ti e sobre as tuas ordens? Que ficaria contigo e que viveriamos uma historia de amor juntos e que teriamos filhinhos necessariamente parecidos contigo ou comigo? Poupa-me! Nem gosto de crianças para mim essa ideia de familia perfeita numa casinha bonita... essa ideia... É apenas um sonho que ficará na tua cabeça e que sera vivida apenas nos teus sonhos porque a mim ninguém me prende, eu não sou de ninguém, sim enganei-te bem! Talvez não perceba, por ter pena de ti, uma pessoa com um coração puro, estou a deixar-te livre, se esses sonhos existem mesmo na tua mente então vive-os. Com alguém que queiras, mas comigo não. Está claro que os teus valores e os meus chocam-se diretamente, eu não ambiciono ter essa vida perfeita cheia de valores predefinidos, isso era lindo mas tenta com alguma mulher que queira o mesmo, existem muitas que ficariam felizes se lhes dissesses isso, então tenta a tua sorte, com alguém melhor que eu, isto se ainda conseguires... adeus, gostei de me divertir contigo mas infelizmente estas por conta própria. Ate um dia!

No momento que terminei, bati com a porta, estava novamente irritada por ele ter tentado mais uma vez que eu voltasse, ele não compreendia, otimo era o que mais faltava. Ele era extremamente carente e por algum motivo ate gostava dele, mas não poderia deixar-me envolver demasiado. Ele continuava a procurar-me pelas ruas e estava prestes a encontrar-me, quando corri para o cemiterio mais proximo, ninguém era estupido o suficiente para entrar num sitio daqueles precisamente à meia noite onde algo desagradável podia acontecer, o que eu não contava era ver alguém calmamente deitado numa sepultura.
???: Aqui a esta hora? Pensei que estivesses na casa do teu namoradinho...
Taya: Que namoradinho? Vê-se que não me conheces o suficiente para saber que isso não passa de coisas que para mim não têm qualquer significado
???: Então porque foges dele?
Taya: Não estou a fugir... Porque dizes isso?
???: Porque ele esta a subir a grade e porque fizeste o mesmo enquanto corrias para aqui... - Ele deu de ombros - Mas então como é que é?
Taya: Posso estar a fugir dele, mas e daí...? Ele não me larga, e eu odeio pessoas que se apegam a mim facilmente
???: Fica à vontade, eu acho que ele antes de chegar aqui que há-de encontrar pelo caminho algo que lhe desagrade e não vai chegar a ver-te, a propósito o meu nome é Kurapika Kurta, se quiseres algo...
Taya: Entendi... Espero que aquele idiota se lembre de passar por aquelas campas ainda abertas por onde passei há pouco, eu estou habituada a passar aqui, mas ele não e provavelmente não as vai conseguir ver em condições... Sou Taya Beaumont, prazer - Por algum motivo estiquei-lhe a mao de volta a apertando. A sua mao era quente e gentil, agora me lembrava que já o tinha visto antes, em ocasiões diversas, já o tinha visto com a esposa antes num restaurante que costumava frequentar, mas ao olhar para onde ele estava deitado li o nome " Néon Nostrade", junto com uma fotografia que me fizera entender o motivo dele se encontrar ali. Ate agora podia jurar que ele ainda era casado mas a minha memoria era pessima para relembrar de detalhes da vida de alguém que fosse.
- O que dizes de passar pela minha casa? Acho que o teu namoradinho está prestes a encontrar-te... Eu sei um caminho que ele nunca se lembraria de nos seguir... Confia em mim ... - Mesmo indo por um caminho assustador e que eu me recusaria a entrar, eu confiava nele... Mesmo que ele não me dissesse para o fazer, eu já confiava, ele passava-me essa confiança, mesmo que não soubesse de onde ela vinha.
Não só por esta vez, mas também por tantas outras fui saindo com Kurapika. Percebi que gostava dele, mas não era capaz de lhe demonstrar, a cada vez que ele tentava se aproximar eu fugia, deixava talvez a ideia que não apreciasse a sua companhia, quando era justamente o contrario, embora confiasse nele desde que se tornara o unico "amigo" que tinha, era-me dificil não lhe contar tudo mesmo que ele não pedisse, eu achava que ele tinha o direito a saber, mas no entanto tinha medo, eu poderia vir a gostar dele como mais que um amigo, mas era muito dificil para mim, não encaixava naquilo que eu apreciava, mas ele era diferente... Tal como eu , ele parecia se sentir solitario, percebi recentemente que ele havia perdido a esposa, então parecia de alguma forma necessitar de atenção, talvez não fosse capaz de dar aquilo que ele precisa alem disso sou demasiado egoista para me decidir por ele e perder de novo o respeito pela minha tao apreciada liberdade.

The Dark Side of RedOnde histórias criam vida. Descubra agora