Prólogo

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PRÓLOGO

Carolina.

Aqui estou eu sentada na varanda da minha casa, admirando meus dois filhos correndo de um lado para o outro, enquanto meu marido corre atrás deles como se fosse uma criança também. Se me falassem 5 anos atrás que eu estaria casada e com 2 filhos lindos, a qual foram o motivo de ter continuado viva até hoje, eu não acreditaria. Só de lembrar tudo que passei para poder chegar até aqui me dá arrepios, foram noites mal dormidas, brigas e muito mais que vocês vão descobrir, lembrem-se, tudo vem como um aprendizado e nunca sem um propósito.

Ele era tudo o que eu não podia ter.

Mas tudo o que eu mais desejava.

✶⋆⭒˚。⋆ 5 anos atrás ⋆。˚⭒⋆✶

Corro o mais rápido possível até o elevador, estou quinze minutos atrasada e estou preste de perder do meu emprego, essa semana minha vida está virada de cabeça para baixo e consegui me atrasar três vezes seguidas, meu carro resolveu não funcionar e tive que pegar um táxi, o trânsito está horrível e acabei chegando 20 minutos atrasada.

Vou direto para copa e pego o café dele e corro para o elevador, torço para que ele tenha chegado atrasado também, quando as portas do elevador se abrem e eu dou de cara com uma parede de músculo, o café que esta na minha mão voa sobre mim e sinto meu peito arder no mesmo instante.

— Puta que pariu, que café quente — tudo que eu estava segurando vai para o chão e eu abano com as mãos como se fosse adiantar alguma coisa.

— Porra Caccini, presta mais atenção, sujou meu terno novo — ele nem olha para mim, só tá preocupado com a merda do seu terno.

— Desculpa senhor arrogância, minha pele é mais importante que o seu terno — pego minhas coisas e corro em direção da minha sala, o deixando para trás enquanto me olha.

Entro correndo na minha sala, retiro a camisa urgentemente e vou no banheiro, quando a água gelada bate contra a minha pele sinto um alívio instantâneo e suspiro, justo o dia que uso uma camisa que não precisa de sutiã isso acontece, pego a toalha e cubro meus seios e vou em direção a minha mesa para pegar o telefone.

Paraliso quando vejo Kaelion encostado na minha mesa, em sua mão está um fresco e na outra ele carrega uma camisa sua e um sutiã que reconheço bem, eu havia perdido ele em sua casa há meses atrás.

— O que faz aqui? — eu questiono ainda parada no mesmo lugar.

— Vim te ajudar, fui insensível com você, trouxe uma pomada ótima para queimaduras — eu continuo imóvel ainda apertando a toalha contra meu peito, ignorando a dor da queimadura, ele se aproxima de mim e para com seu corpo quase colado com o meu — Posso? — pergunta segurando minha mão.

Eu apenas aceno sem força de falar algo, lembranças invadem minha mente e fico paralisada, ele cuidadosamente me coloca sentada em cima do balcão atrás de mim, a roupa ele deixa de lado e tira a toalha, ele analisa cuidadosamente a região e por alguns segundos seu olhar paira sobre meus peitos, ele balança a cabeça como se afastasse alguns pensamentos.

Ele despeja um pouco de pomada em sua mão e com cuidado espalha no local, sinto a ardência diminuir, meu olhar está vidrado em seus movimentos, ele desce seu dedo até o bico do meu seio e fecho meus olhos com o toque, meu corpo arrepia e minha respiração fica irregular.

— O que está fazendo? — minha voz sai baixa, meu corpo implora por ele.

— Estou cuidando de você — enquanto fala, sua mente está longe e sua mão permanece em meu seio — como posso sentir tanta sua falta assim — ele não diz para mim, e sim para ele mesmo, como se procurasse uma resposta.

— Kaelion, olhe para mim — é instantâneo, seu olhar encontra com o meu e uma eletricidade passa pelo meu corpo — O que você está fazendo Kaeilon? — minha pergunta sai firme, mas com um tom doce e carinhoso.

— Eu sinto sua falta mín'cha ciely — sua mão toca meu rosto e meus olhos se fecham no mesmo instante, sinto falta do seu toque.

— Kailon você está noivo agora, não pode sentir minha falta — minhas palavras o acertam cheio — Se agapó kaélion mou — minhas palavras saem devagar e calmamente, seu olhar se arregala e um brilho assume o lugar, mas antes que ele possa falar algo eu o empurro e pego a roupa correndo para o banheiro.

Meu coração está acelerado, não posso acreditar que aquelas palavras saíram da minha boca, ainda mais agora que ele está noivo e preste a se casar, respiro fundo e me recupero, visto meu sutiã e sua camisa que tem o seu cheiro, me encosto na porta e uma lagrima desce no meu rosto.

NARRADORA

Carolina chorava por seu grande amor encostada na porta do banheiro, abraçada com sua camisa, enquanto Kaelion andava em passos lentos até a porta do banheiro, sua mão segura a maçaneta, porém não tem forças para virar, ele encosta sua cabeça na porta e uma lagrima solitária escorre por sue rosto, seus pensamentos estão nas lembranças juntos e o arrependimento de nunca ter dito que a ama como nunca amou mulher alguma e ela é a única que ele deseja e sonha em passar a vida ao lado.

Dicionário:

Mín'cha ciely: Meu Céu; Minha Ciely

Se agapó kaélion mou: Eu te amo, Meu Kaelion

Minha Perdição - Livro 1 Da Saga Mafiosos BabacasOnde histórias criam vida. Descubra agora