𝐈𝐧𝐠𝐥𝐚𝐭𝐞𝐫𝐫𝐚 , século XIX. Os cincos irmãos Bennet - 𝐅𝐢𝐧𝐧𝐞𝐲 , 𝐕𝐚𝐧𝐜𝐞 , 𝐁𝐢𝐥𝐥𝐲 , 𝐆𝐫𝐢𝐟𝐟𝐢𝐧 𝐞 𝐆𝐰𝐞𝐧𝐝𝐨𝐥𝐲𝐧 - São criados por 𝐄𝐦𝐦𝐚 𝐁𝐞𝐧𝐧𝐞𝐭 𝐁𝐥𝐚𝐤𝐞 , uma mãe com verdadeira fixação em encontrar noivos e noiv...
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- 𝐅𝐢𝐧𝐧𝐞𝐲 𝐩𝐨𝐢𝐧𝐭 𝐯𝐢𝐞𝐰.
Seus olhos estavam vermelhos , pegando fogo , o puro vislumbre da cólera e raiva humana. Me fitavam agressivamente , impondo respeito , mas não mais do que uma intimidação forçada , deixando claro quem sempre mandara ali.
A boca , tão grande e sempre tão perversa inúmeras vezes comigo , parecia que ia me engolir a medida que avançava com sua imponente roupa escura e sombria , repleta de ausência de cor , como sua aura negra de veludo fino e requintado , adornada com pedrarias que deviam valer bem mais que seu caráter falho.
Eu era o seu alvo e sabia o por quê.
Eu tinha força o suficiente para reagir , mas meu corpo estagnou todas as funções a medida que seus passos tornaram-se uma ameaça na minha direção.
- Eu vou me casar amanhã! - ela gritava , batendo seu peito contra o meu , com o dedo em riste , me ameaçando.
Eu nada falei.
Por mais que tentasse , minha voz tinha desaparecido , assim como a minha coragem.
Dei lhe as costas , provocando-a.
Girei sobre meu calcanhar , abri do a porta da biblioteca.
- NINGUÉM ME DEIXA FALANDO SOZINHA! - gritou histérica , ganhando a atenção de alguns criados da fazenda , mas poucos olhares permaneceram conectados a cena , por respeito a patroa.
Permiti que grudasse com raiva suas mãos em meus cabelos medianos , dando um severo tranco em minha estrutura. Cai no chão , gemendo de dor.
- EU QUERO VOCÊ FORA DAQUI! - insistiu , acertando um chute na minha costela.
- E-ele não te ama.....- balbuciei como uma criança de sete anos , pronta para levar uma surra.
Pude sentir o ódio emanando do seu corpo em resposta a minha afirmação falha. Ela sabia de nós dois. E ela nunca deixaria que eu vivesse feliz ao lado dele...
Reuni toda força que ainda restava dentro de mim ao fechar os olhos e ver o quão lindo ele era , sorrindo após nosso primeiro beijo. Aquilo era proibido. Uma aberração para a sociedade aristocrata da época. Mas eu não consegui controlar meu coração. Muito menos ele. Por isso era preciso fazer o que eu estava fazendo. Enfrentando-a. Dando minha cara a tapa , lutando pelo homem que eu amava.
E como eu o amava...
Olhei para as minhas pernas , decidido a correr. Era fácil. O estábulo ficava a menos de 500 metros dali e bastava soltar meu cavalo da coxia , como eu fazia diariamente.
Lutando contra seus berros , insultos e palavreados insistentes , concentrei meus esforços em espalmar as mãos no carpete vermelho do corredor , erguendo meu tronco. Deslizei com astúcia o pé direito para trás , pegando impulso para finalmente projetar meu corpo para frente e sair correndo pela casa.
