𝙰𝚖𝚘𝚛 𝙴𝚖 𝙻𝚒𝚋𝚛𝚊𝚜 | 𝙰𝚜𝚊𝚑𝚢𝚞𝚔 | 𝚃𝚛𝚎𝚊𝚜𝚞𝚛𝚎

Capítulo 15

– Oi, licença?– O garoto alto falou ao se aproximar de Asahi, o cutucando ao perceber que tinha sido ignorado.– Hello?

Asahi o encarou de cima a baixo percebendo que nunca havia o visto no colégio, sorriu para si e colocou seus aparelhos para conseguir ouvi-lo.

– Oi?– O Hamada falou, incerto.– Algum problema?

– Eu sou novo no colégio, marquei de lanchar com uma pessoa, mas não consigo encontrar o refeitório.– O garoto riu envergonhado.– Esse lugar é maior do que eu imaginei.

– Você segue pelo corredor e vira a esquerda vai chegar em outro corredor e depois de seguir reto conseguirá chegar ao refeitório.– Asahi o explicou, mas ele fez uma careta.– Ficou confuso?

– Na verdade sim…

–Ok, eu estou indo para lá de qualquer forma.– O Hamada falou ao ler bilhetinho de Jaehyuk dizendo que não daria para lanchar com ele hoje e então o guardou trancando o armário.– Foi transferido?

– Sim. Eu me chamo Choi Jongho.– O mais alto estendeu a mão.

– Hamada Asahi, prazer.– O mais novo apertou a mão do outro rapidamente.– Vamos.

Asahi seguiu para o refeitório em silêncio sendo seguido pelo maior, tudo oque ouvia fora o barulho irritante que os outros alunos faziam era o barulho dos seus passos junto aos de Jongho.

Ao chegarem no refeitório o Hamada se virou para o outro garoto que parecia deslumbrado com o tamanho daquele lugar.

– Aqui é o refeitório.– Asahi o apresentou.– Bom, agora te deixo tranquilo então.

– Muito obrigado, Asahi.– O mais alto sorriu gentil e logo se afastou.

Asahi foi para a fila e aguardou poucos minutos para pegar seu lanche, logo depois foi até a mesa em que Mashiho e seu irmão, Haruto, estavam sentados.

– Não vai lanchar com o Jaehyuk hoje?– Mashiho perguntou intrigado, mordendo logo depois seu hambúrguer.

Desde que haviam ficado mais próximos, ele e Jaehyuk praticamente lanchavam todo dia junto enquanto conversavam. Só conseguiam se ver no colégio e aquele era o único momento que podiam conversar tranquilamente e se conhecerem ainda mais.

– Ele me deixou um bilhete falando que não daria para lanchar comigo hoje.

– É, eu percebi.– Haruto suspirou, desviando o olhar da mesa que o Yoon estava.

Curioso, Asahi acabou olhando para trás com um pequeno sorriso nos lábios, fechando a cara e mudando completamente a expressão ao ver que o garoto que havia ajudado agora pouco estava sentado na mesa de Jaehyuk e que eles conversavam super próximos um ao outro.

Jaehyuk riu de algo que o outro disse e então desviou o olhar ficando com as bochechas e orelhas levemente vermelhas, Asahi assistiu aquela cena e logo depois se virou para os dois amigos.

Mashiho e Haruto o encaravam levemente alarmados, conheciam muito bem Asahi para saber que ele iria interpretar aquilo errado e ver as coisas de outro ângulo.

– Asahi?– Mashiho que se pronunciou, tocando a mão do Hamada quando terminou de gesticular.– Eles são só amigos.

– É, são amigos que e estão apenas tendo uma conversa casual, tipo a gente.– Haruto completou tentando demonstrar confiança no que falava.– Não se preocupe.

– Eu não estou preocupado...– O Hamada suspirou, cutucando sua salada com o garfo.

Realmente não estava preocupado, ele e o Yoon não namoravam e o garoto poderia ficar ou namorar com os outros caras que se interessasse. Porém estava com medo. Todo mundo parecia ser mais interessante que ele e ele não queria perder Jaehyuk. Se bem que, não tinha como perder oque nunca se teve.

……..

Asahi saiu do vestiário meio desanimado, caminhou pela quadra até chegar perto do treinador e dos outros jogadores.

O treinador começou a explicar algo que ele não conseguia entender, havia esquecido o aparelho auditivo dentro do seu armário e ninguém ali nunca tentou falar em libras para o ajudar. Logo que entrou no time o treinador o falou que ele teria que usar sempre os aparelhos para poder acompanhar os outros e não ficar para trás. No final, mesmo Asahi sendo um dos melhores do time e um astro do colegial, ninguém se importava em o ajudar ou o compreender mais devido a sua surdez.

Estava absorto em pensamentos completamente perdido no que acontecia quando Jaehyuk e o novato apareceram com a roupa do time, chamando a atenção de todos principalmente a de Asahi.

Jaehyuk acenou sorrindo para si, mas foi se aquecer com o novato e passou o treino inteiro ao lado do garoto. Eles nunca foram muito de se falar na quadra, mas aquilo incomodou bastante o Hamada. A proximidade daqueles dos o incomodava.

No final do treino, Asahi esperou Jaehyuk como sempre costumava fazer, eles sempre saiam do colégio juntos e o Yoon ficava com o Hamada no ponto de ônibus até que o garoto pegasse se transporte e fosse para casa ou então eles simplesmente se prendiam na quadra e treinavam juntos ou apenas trocavam beijos por lá.

Asahi estava distraído quando sentiu uma mão pousar em seu ombro e ao ver Jaehyuk ali sorriu, tendo seu sorriso abatido quando a figura do novato também tomou seu campo de visão.

– Vamos?– Jaehyuk perguntou e o Hamada apenas concordou.

Jaehyuk e Jongho saíram andando na frente enquanto conversavam sobre algo que o Hamada não entendia, sendo seguidos por Asahi que vinha logo atrás completamente desanimado. Normalmente era ele ali.

Era com ele que Jaehyuk deixava o colégio gargalhando e conversando sobre como havia sido seu dias e suas aulas. Era injusto.

Ao chegarem no ponto de ônibus Jaehyuk se sentou, Asahi iria sentar ao lado dele mas não teve tempo visto que o outro garoto se sentou antes dele. O loiro então optou por ficar em pé, passando a ignorar os outros dois que o acompanhavam.

Em determinado momento Jaehyuk o puxou pelo braço o sentando em suas pernas e apoiando sua cabeça no ombro de Asahi, deixando-o constrangido. Mas aquilo não durou tanto já que o ônibus do Hamada rapidamente chegou.

Jaehyuk deixou um beijo na bochecha do garoto e o assistiu partir, acenando para si. Enquanto Asahi o encarava de dentro do transporte desviando o olhar logo depois e abaixando a cabeça.

Nunca era um beijo na bochecha, sempre era mais. Aquele dia tudo havia sido diferente, novo, e ele havia odiado.

Havia odiado perceber que nem sempre seria prioridade na vida do Jaehyuk, como nunca costumava ser na vida de ninguém.