aonde tudo termina ou apenas começa

124 18 1
                                    

Yeonjun foi abrindo os olhos bem devagar e se mexendo lentamente na cama que não parecia ser sua, quando ele abriu seus olhos percebeu que estava em um quarto de hospital, passou a mão por seus cabelos e depois em sua testa, já que pelo que se lembrava estava sangrando, mas agora no lugar de um machucado e sangue sentiu um curativo pelas pontas de seus dedos e ficou confuso

- meu Deus, Yeonjun... você está bem? Ainda bem que acordou 

conhecia essa voz, era sua mãe e ela parecia tão feliz que ele estava acordado que o deixou um pouco em dúvida do que aconteceu, Yeonjun se sentou na cama e a olhou ainda com sua mão contra a testa 

— eu desmaiei?

Sua mãe pegou em sua mão e a acariciou sentada ao seu lado na cama e seu olhar parecia cansado, mas tentava ao máximo transparecer tranquilidade 

— filho você convulsionou por conta das batidas em sua cabeça e pelo estresse que passou, você ficou dois dias inteiro desacordado e todos ficaram preocupados com você, o médico disse que se aquele…

Ela respirou fundo para não dizer coisas ruins e Yeonjun pode ver as mãos da mulher tremendo, mas tentou esconder segurando sua bolsa no colo e olhando para ele

- se ele tivesse batido mais em você, era provável que perdesse sua memória, tivesse uma fratura ou até mesmo morrido 

Yeonjun ainda estava tentando raciocinar tudo o que aconteceu já que foi tudo tão rápido e cheio de adrenalina, sua cabeça doía um pouco, mas ela estava enfaixada, quando ele voltou a olhar para sua mãe a mulher estava chorando, então ele não pensou duas vezes antes de a puxar com cuidado para sentar ao seu lado abraçou ela, deitando sua cabeça contra o ombro dela 

— mãe, eu tô bem agora, eu tô aqui, tá? Não precisa mais se preocupar hum?

Ele diz tentando soar positivamente logo sentindo a mão macia e materna passando pelos seus fios de cabelo, fazendo um carinho ali, sempre fez isso consigo, sua mãe sabia do filho manhoso e chorão que tinha, mesmo que agora ele tentava mostrar para todos que era inabalável, ela se lembrava quando seu menininho de 8 anos ia brincar com seus amiguinhos e em menos de 30 minutos voltava com um joelho ralado, lágrimas nos olhos e um bico enorme prestes a chorar, mas a senhora Choi sempre o sentava em seu colo passava um remédio colocava um bandeide do pokémon, já que o menino não gostava do tradicional e depois dava um beijinho e logo ele voltava a brincar como se nada tivesse acontecido 

A mulher de meia-idade se sentia mal ao saber que algo tão grave podia ter acontecido com seu filho, sempre tentou o proteger de tudo que o podia fazer mal, Yeonjun só tinha ela já que não tinha irmãos e seu pai não quis o assumir, então era o porto seguro dele, aonde ele podia chorar, rir, contar suas histórias, sua mãe era sua proteção, mas ela nunca quis o prender, pois sabia que uma hora ele precisaria ter sua própria vida, mas era tão difícil, pois agora não era um raladinho e seu beijinho não iria sarar, seu filho quase morreu e com certeza dentro da cabeça dele não estaria tudo bem depois de um trauma desse

Ela precisava ser forte, pelo menos agora, parou de chorar, limpou seu rosto e continuou fazendo carinho nos cabelos alheios 

- você está em observação ainda, mas o médico disse ser provável que você possa sair assim que possível  se estiver apto 

Logo ela se lembrou e continuou a falar olhando para o quadro de duas rosas muchas no meio de um lindo campo de girassol, se parasse para pensar se parecia ter um significado muito triste naquela simples pintura que havia ali naquele quarto 

- nos dois dias em que esteve desacordado, Soobin seu colega de trabalho, ficou aqui cuidando de você, ele nem dormiu para ver quando você acordasse, na verdade, foi ele que te trouxe com a ambulância para cá, acho que se não fosse por ele, você poderia estar em caso grave agora filho

linhas distorcidas-Yeonbin Onde histórias criam vida. Descubra agora