𝕬𝖑𝖒𝖆𝖘 𝕲𝖊𝖒𝖊𝖆𝖘

Capítulo sete: "Descarga de Emoções"

Atualizada e arrumada. Um beijo procês que em breve o próximo vem!

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Lauren Cabello-Jauregui Point Of View

Eu e Camila chegamos em casa exaustas. Lidar com emoções e sentimentos era mais intenso do que verdadeiramente parecia. Principalmente, as emoções que não eram suas; era como um peso na minha alma, e eu tentava equilibrar com todo o resto que tinha em mim. Caso não desse certo, eu e Camila sofreríamos as consequências. É complexo ser agora uma ômega de uma alfa e ter que controlar tudo aqui dentro em silêncio.

Camila achava que eu não reparava, mas eu sabia que ela tentava ao máximo não me sobrecarregar, seja com o que fosse, mas principalmente com os sentimentos confusos que ela me enviava sem nem se dar conta.

Tomamos banho, comemos e apagamos. Só acordei com o celular gritando desesperado ao meu lado. Alarme, como pude esquecer? Tenho que ir para a escola. Os dias de viver aqui nesse pequeno reino nosso acabaram, com o término do cio e tudo pronto pelas mãos de Karla, eu voltava à minha rotina chata e brutalmente frustrante.

Sinto meu corpo pesado, os olhos queimavam pela claridade do grande janelão. Estou começando a me arrepender de ter dito que aquela era a melhor imagem que já vi; mais pura mentira! Olhar para isso agora e saber que terei que sair será meu trauma diário. Sento na cama antes que o deus do sono me embalasse novamente. A cama era macia e quente demais, uma tentação a cada nova manhã, mas o que eu poderia fazer? Nada.

Camila já não estava mais ao meu lado, um lembrete de que ela vivia trabalhando demais. Pelo que entendi com o dia a dia, Camila cuidava de nove casas em seu nome, todas alugadas, dois prédios comerciais e cinco prédios como esse em que estávamos, com pessoas comuns vivendo e trabalhando, apenas enchendo os bolsos dela de uma grana absurda. Além do estágio das algemas, é claro. Ouvi ela falar no telefone com alguém enquanto ainda estávamos no cio, algo como começar daqui a três dias. Mas apaguei logo após terminar a mamadeira.

Coloco meus pés nas pantufas de Pikachus que eu obviamente peguei do closet de Camila. Ela é uma nerd! Bufei frustrada por realmente ter que tirar meu bumbum da cama.

Levantei a contragosto e soltei um muxoxo de insatisfação; meu corpo parecia mais cansado a cada dia. Talvez eu devesse procurar um médico para resolver esses problemas. Puff, as minhas ideias são completamente idiotas, Camila é médica! Fui ao banheiro, fiz minha higiene e desci, encontrando a mesa completamente arrumada, com flores e comida suficiente para alimentar um batalhão. Desde que comecei a lidar com mais coisas, Camila tenta me fazer comer melhor a cada dia, mudando os pratos, inserindo coisas novas e transformando coisas que eu não tenha gostado antes em pratos novos e diferentes, como os brócolis.

Eu falei para ela que odiava brócolis, e ela me implorou para dizer o motivo da minha implicância, o que é simples: o gosto é horrível quando não é bem feito. Ela me pediu para dizer como mamãe o tinha feito e disse que iria me mostrar formas diferentes de comê-lo. E ela realmente me surpreendeu; fez um macarrão gravatinha com brócolis e carne-seca maravilhoso. Então, ela me fez apaixonar pelas mini-árvores e me apaixonar ainda mais por ela. Karla era uma alfa totalmente adorável.

Me sentei à mesa e comecei pelas torradas com manteiga e um copo de suco de laranja. Meu estômago não era acostumado a comer muitas coisas de manhã, porém, Camila as preparava com tanto carinho que não tinha como não comer, nem que fosse beliscando um pouco de cada. Após as torradas, comi um pedaço pequeno de bolo de laranja com cenoura. É, minha Alfa é uma pessoa muito saudável e, consequentemente, está me tornando assim também. Não que eu esteja reclamando; é até interessante pensar que aos dezoito parei com algumas frescuras.