Ela estava deitada em sua cama. A garotinha agora viajava pelas terras distantes do mundo dos sonhos. Neles ela era quem e o que queria ser. Neles não haviam medos, impedimentos ou impossibilidades.
Neles a morte não existia.
A guerra não a assustava.
A fome não era um castigo.
Mas os lábios de seu pai indo de encontro a sua testa e o afago que ele fez em seu pequeno rosto a tiraram dos campos verdes da terra da imaginação por onde brincava sendo quem queria ser.
- Bom dia, amor. Desculpa o papai por ter te acordado. - O homem a observou sorrir e mais uma vez soube que havia feito a escolha certa.
Park Changmin lutaria, mataria e morreria por aquele sorriso.
- Bom dia papai. - Ela bocejou e esfregou os pequenos olhos ainda sonolentos. - Para onde o senhor vai? - Ela o observou, viu como ele estava arrumado e em seus olhos ele pode ver a curiosidade de uma das pessoas que ele mais amava no mundo.
A pequena diante de si que para ele era como a luz que iluminava até mesmo as trevas mais escuras em sua alma.
O homem sentia seu peito apertar cada vez mais. Tinha 3 filhas, mas a pequena Park diante de si era a única da qual se despediria dessa forma, afinal era a única que ele achou que o entenderia. Dahyun ainda era muito nova para saber sobre a guerra e Tzuyu era apenas um bebê. Jihyo era a única das três que Changmin acreditava que entendería, Jihyo era a única em quem o homem confiava para cuidar de todas elas.
- O papai está indo se tornar um herói, igual aqueles das estórias que costumo ler para você. Vou dar o melhor de mim para conseguir tornar o nosso lar um lugar melhor. - Passando a mão pelo rosto da filha o homem sentiu vontade de chorar, mas engoliu as próprias emoções, não por vergonha, mas porque não queria preocupar a criança sonolenta diante dele. - Sinto muito por ter te acordado, mas quero te pedir um favor muito importante.
A pequena Jihyo se sentou na cama, olhou fundo nos olhos do pai e respondeu com tanta confiança, que aquele homem apenas a amou ainda mais.
Se é que isso era humanamente possível.
- Eu faria qualquer coisa por você, papai. É só o senhor pedir. - Ela tinha um semblante sério como quem diz algo de extrema importância e o homem quis rir, mas não riu. Apenas tocou o seu rosto e, com o peito cheio de amor, ele mudou totalmente de ideia.
Queria pedir a filha para que cuidasse das irmãs e da mãe, queria pedir a ela que protegesse o mundinho deles aqui dentro enquanto ele lutava lá fora para proteger aquele mesmo universo particular. O mundo que era apenas deles, apenas da família Park.
Porém ele logo soube que não poderia exigir isso da filha e, por isso, com um sorriso e um beijo no topo da cabeça da garota ele disse:
- Eu quero que você seja quem quer ser, quero que você cresça e me prometa, que você vai cuidar de si própria e que vai se tornar a mulher incrível que eu sei que você pode ser. - Ele sentiu bracinhos que envolveram o seu tronco da melhor maneira que podiam e a abraçou de volta, com ternura e cuidado. - Eu te amo muito, Jihyo. Não importa o que aconteça no futuro, jamais se esqueça disso, ok? Você, sua mãe e suas irmãs são o que tenho de mais precioso na vida. Eu amo vocês, muito. - Ele ouviu a garotinha murmurar um "ok" de encontro ao seu tronco e a apertou em seus braços ainda mais, mas logo levantou seu rostinho e a fez olha-lo nos olhos. - Preciso que você saiba que é muito amada, que eu tenho muito orgulho de você e que eu confio nas escolhas que você vai fazer daqui pra frente. Tá bom? - Ela balançou a cabeça de forma afirmativa e ele continuou. - Se lembre de mim aqui - ele mostrou a ela o próprio coração - mesmo se em algum momento você se esquecer de mim aqui - agora ele apontava para a sua cabeça. - Eu sempre estarei vivo dentro de você, jamais se esqueça disso, ok?

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Behind The MaJihc
خيال (فانتازيا)Park Jihyo era uma garota solitária e se sentia o ser humano mais azarado que já existiu, porém um dia o destino a fez encontrar Yoo Jeongyeon. O laço que as unia, foi o mesmo laço que uniu Jihyo a magia e foi o que deu a ela a oportunidade de ajuda...