Capítulo 1

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Rebecca e Cameron eram melhores amigos desde o berçário. Eram como gêmeos de mães diferentes, e famílias opostas. Os dois nasceram no mesmo dia, quase que na mesma hora, e por uma breve confusão das enfermeiras as mães dos ainda bebes se conheceram fazendo assim eles se tornarem melhores amigos de uma vida inteira.
Cameron é um menino diferente desde sempre, introspectivo, reservado... Agora com seus dezessete anos passava por alguns problemas de convívio com outros adolescentes, além de que é metade cubando, por parte de sua mãe, e metade mexicano por parte de seu pai, e mesmo tendo nascido nos Estados Unidos os meninos da escola também faziam brincadeiras estupidas com isso. Já Rebecca e uma menina adorável e comunicativa. Na maior parte do tempo esta rodeada de pessoas, mas sem nunca abandonar Cameron. Diferente do seu melhor amigo, Becky gostava de sair, conhecer pessoas novas e de aproveitar cada segundo que tinha.
As famílias Cabello e Armstrong não tinham muito em comum, ate mesmo por conta da classe social diferente que tinham, mas sempre que podiam estavam unidos assim como os seus filhos.

-Cami, eu estava louca pra você voltar de viagem e te encher com todas as minhas incríveis novidades.

Cameron tinha chego de viagem a pouco mais de quinze minutos e já estava trancado em seu quarto com Rebecca tagarelando como sempre. A cabeça do menino estava mais que cheia, não só por conta da amiga, mas pela conversa com sua mãe, Sinueh Cabello, sobre voltarem a morar em cuba, com os familiares.

-Eu estou com alguém! - Becky deu pulinhos de felicidade enquanto batia palmas, sorrindo abertamente para o menino que a encarava sem entender - E como se fosse um namoro, mas ainda estamos nos conhecendo.

-Como assim? achei que falaria sobre todas essas coisas super caras que seus pais te deram. - Cameron apontou para o fone e celular novo que a amiga segurava, Rebecca sorriu e sentou na ponta da cama do rapaz.

-Não foi meus pais bobinho. foi a Freen! - A menina soltou um suspiro apaixonado ao citar o nome da sua então, quase namorada.

-Quem e Freen, e por que ela te daria tudo isso? 

-Freen e a pessoa com quem estou saindo, e ela me enche de mimos porque eu sou a sua sugar baby - Becky escondeu o rosto entre as mãos ainda sorrindo. 

Cameron abriu e fechou a boca varias vezes sem saber se entendeu tudo que a menina lhe contava, ou se estava viajando. Não que ele tivesse algum tipo de preconceito, Cameron sabia que sua amiga é bissexual, mas até antes de ir para casa de seus avos, Becky nunca havia se relacionado com ninguém e agora estava namorando ou algo parecido com uma mulher que a comprava coisas...

-Okay, eu estou confuso aqui. Seus pais sabem sobre essa Freen? 

-Obvio que não, Cami. Como que eu vou explicar o que temos?

-Você consegue ME explicar o que vocês tem?

-Claro né, bobinho.

Cameron e Rebecca ficaram por horas conversando e se atualizando sobre tudo que viveram longe um do outro, enquanto os adultos conversavam no quintal da casa sobre o futuro dos Cabellos.
Alejandro que havia trocado de emprego recentemente, não conseguiria manter a familia com o salario que estava recebendo. Jacob Armstrong tentou arrumar uma vaga na empresa onde trabalhava, mas sem sucesso.

-Eu acho que será melhor se voltarmos para cuba de uma vez. - Sinueh estava preocupada com a situação deles, mas não podia negar o quanto gostaria de voltar a viver em seu pais.

-Conversamos com Cameron sobre isso, Mas não sinto que ele esta confortável com isso.

-Acho que ele não quer deixar Rebecca aqui e ir embora. Eles são como um só. seria cruel

-Malee! - Jacob repreendeu a mulher - A questão não e essa. Não complique a situação você também, querida

[...]

-Por que não fica na minha casa? tenho certeza que meus pais não se importariam com isso, Cami.

-Porque obviamente mama nunca deixaria eu ficar em Tampa sem eles. Se eu tivesse um emprego, talvez ajudasse eles a ficarem por aqui...

Cameron queria ajudar os pais, mas acima de tudo queria ficar na florida. O garoto tinha alguns planos pro futuro, havia se inscrito em projetos extra curriculares que ajudariam com a bolsa na faculdade, e ele precisaria de um emprego de qualquer jeito.

-Eu tive uma ideia incrível. -Becky pegou o celular que estava em seu colo digitando uma mensagem rápida - Freen pode te arrumar um emprego, tipo estagio de verão.

-Você sabe que eu não tenho a menor experiência em qualquer área que seja né?

-Ai! Só fica quieto e espera eu falar com ela. - A menina colocou o fone em seu ouvido para escutar o áudio que Freen mandou - Se arruma. temos que ir encontrar com ela em vinte minutos, e Freen odeia atrasos. - Becky segurou o celular mandando uma mensagem de áudio avisando que estaria no local marcado.

Cameron e Becky sairam em direção ao quintal avisando aos pais que sairiam, mas voltariam antes das oito da noite. Os amigos correram ate a loja de conveniência para esperar o tal milagre que a namorada de Rebecca iria conceder a ele.
Cameron andava de um lado para o outro enquanto Becky estava sentada no banco que ficava ao lado da porta de entrada da pequena lojinha. 
Um Porsche amarelo parou bem na frente deles e lentamente a janela da frente foi aberta revelando uma mulher incrivelmente linda, porem seria e intimidadora aos olhos de Cameron.

-Baby, entra no carro.

Becky saltou do banco sorrindo abertamente para a mulher a sua frente, puxou o melhor amigo o levando ate o carro.

-Oi Frenny. Eu estava com saudades. - A menina fechou os olhos enrugando o nariz enquanto sorria. Fofa. encantadoramente fofa Freen diria. - Esse o Cami. entra no carro amigo, vai! -Frenn o encarou de cima a baixo, deixando o rapaz desconfortável e sem graça, o que normalmente era o sentimento dele ao conhecer qualquer pessoa. Becky se sentou no banco da frente e deixou um beijinho no rosto de Freen enquanto a mesma dava partida no carro.

-Então você precisa de um emprego? - Freen perguntou para o Cameron, olhando pelo retrovisor o analisando.

-Er... Eu. Bom, sim! 

-Baby, eu consigo arrumar alguma coisa que ele se encaixe - Becky jogos os braços em torno do pescoço de Freen a beijando repetidamente, enquanto o menino sentado no bando de trás estava envergonhado brincando com os dedos  - Conheço alguém que ficaria muito interessada no seu amigo. Muito mesmo. - Cameron levantou os olhos ao ouvir o que Freen havia dito, mas logo abaixou novamente.

Freen teria a salvação de Cameron, mas talvez teria sua perdição na mesma moeda.

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