O tempo de Kiki na cidade de Moreoastal está prestes a acabar. A bruxinha terá que voltar a seu vilarejo natal, e deixar para sempre o lugar onde esteve por quase um ano, porém o mais doloroso, será se despedir de Tombo, seu amigo. Quer dizer... amigo não: namorado.
Na padaria de Moreoastal, a senhora Osono havia acabado de acordar.
– Bom dia, Kiki! – disse ela, ainda de camisola. – Como foi a última entrega?
– Bom dia, senhora Osono. Foi... um pouco difícil.
– É mesmo, por quê?
– Eu perdi os bolinhos que a senhorita Kioko tinha encomendado no caminho e... a entrega atrasou. Mas eu contei pra ela o que aconteceu e ficou tudo bem!
– Que bom, não é?
– É...
Kiki olha para baixo, com um olhar de tristeza.
– O que foi, Kiki? Alguma coisa que eu falei te deixou chateada?
– Não, senhora Osono. É que...
– É que o quê?
– É que amanhã eu faço catorze anos.
– Ah, sim, verdade... E você não está feliz por isso?
– Não muito... Depois de amanhã eu vou ter que sair dessa cidade. Nunca mais vou ver você, os clientes... e o Tombo.
– Ah, entendi. Agora entendi.
Osono explica a Kiki sobre fins de etapas na vida, e que a vinda da garotinha até a cidade tinha dado início a uma dessas etapas, que agora iria chegar ao fim, como todos os ciclos na vida de uma pessoa. "Mas por que esse ciclo tem que acabar agora, que eu consegui meu primeiro namorado?", Kiki perguntava, e Osono ficou sem saber o que responder.
A bruxinha pega sua vassoura e monta nela. Levanta o vOo, dirigindo-se até a casa de Tombo. "Talvez esse seja o nosso último encontro...", pensava ela, triste.
Kiki chega. Tombo estava de terno e gravata, especialmente pela ocasião. E Kiki, estava com um vestido, que para variar era preto. Um vestido diferente do que usava para fazer suas entregas, porém também era preto.
– Oi, Kiki! Tudo bem? – perguntou ele, com um sorriso no rosto.
– Tudo bem...
Ele a observa com atenção.
– Está tudo bem mesmo, sério?
– Na verdade, não...
– ... Por quê?
– Tom, – (ela o chamava assim, era o apelido de "Tombo") – nós vamos ter que terminar.
Ele faz uma expressão de surpresa.
– Mas por quê???
– Amanhã eu faço catorze anos. Depois de amanhã, vai completar um ano que eu estou aqui em Moreoastal, e já tenho que voltar pro meu vilarejo, em só dois dias!
Tombo faz uma cara de frustração, agora.
– Kiki, eu... eu vou com você pro seu vilarejo!
– O quê?
– Sim, isso mesmo! Eu vou com você na vassoura. Escondido. Prefiro tudo antes de me separar de você!
– Tombo, não inventa! Não tem solução! Só bruxas montam em vassouras. A sua família ia ficar muito triste se um dia, assim, sem dizer nada, você sumisse.
– Eu sou capaz de fazer isso por você.
– Mas... eu não sou capaz de ficar com você às custas do sofrimento da Sra. Aika e do Sr. Hayato, seus pais!
Caiu uma lágrima do olho esquerdo de Kiki. Ela tirou de seu dedo indicador o anel de namoro que Tombo tinha lhe dado há alguns meses, e devolve o anel para ele.
– Não, eu não vou pegar o anel de volta. Ele é seu.
Então Kiki fecha a mão direita, onde o anel estava, e diz:
– Então... namoro já está terminado. Adeus... Tom.
– Não! – disse ele.
Já era tarde demais: Kiki havia levantado voo com sua vassoura, e naquele momento, já estava bem longe da casa de Tom.
Sob aquele céu nublado de Moreoastal, ela sobrevoava a cidade em sua vassoura, triste. Naquele dia estava chovendo. Do céu, caíam gotas de chuva, e dos olhos da bruxinha, caíam lágrimas.
No entanto, Kiki passa por cima de uma floresta. Nunca havia visto aquela floresta antes, talvez pela correria do seu serviço de entregas... Não sabia por quê, exatamente. Mas desde lá de cima, a bruxinha viu uma luz roxa, que saía do meio daquela floresta escura e misteriosa.
Naquele exato momento, ela parou de chorar. "Preciso ver o que é aquilo", pensou Kiki.
Seu gato preto, Jiji, estava ali com ela. Ele olha para sua dona e diz:
– Kiki, é melhor não ir até lá! Você não sabe até onde dá aquela luz roxa esquisita.
– Quem não arrisca não petisca. – respondeu Kiki, de modo firme.
Com sua vassoura, a menina pousou no coração da floresta (o local de onde aquela luz saía). Olhou ao seu redor: não havia nada nem ninguém ali. A não ser.... uma árvore. Uma árvore gigante, ali, na sua frente, na qual havia algo parecido com um portal, um espelho mágico, talvez.
– O que deve ser isso, Jiji?
– Não sei, Kiki, mas é melhor não procurar saber!
Assim, o gato Jiji se escondeu dentro da bolsa de Kiki.
"Gato medroso...", pensou a bruxinha.
Ela se aproximou daquela árvore, e a medida que ia se aproximando, foi ouvindo uma voz que dizia: Venha, venha! Salve o seu destino! Venha! Salve-se! Salve-se!
Novamente, Kiki olhou a sua volta. Não havia ninguém, aparentemente, que pudesse ter dito aquilo. Kiki encostou seu dedo no suposto portal, mas de repente, começa a sentir como se a estivessem puxando para dentro do portal! Tenta se afastar, mas o "puxão" ficava cada vez mais forte, e a menina atravessou de vez aquele portal, caindo em um buraco (que parecia não ter fim).
Qual será o destino de Kiki, nossa bruxinha predileta? De quem era a voz que disse "Venha, venha! Salve o seu destino"? Quem, exatamente disse aquilo? Isto e mais um pouco você confere nos próximos capítulos da obra "Kiki está de volta!", aqui no Wattpad.
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Kiki voltou!
FanfictionO tempo de Kiki na cidade de Moreoastal está prestes a acabar. A bruxinha terá que voltar a seu vilarejo natal, e deixar para sempre o lugar onde esteve por quase um ano, porém o mais doloroso, será se despedir de Tombo, seu amigo. Quer dizer... ami...