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EUA, New York - Quinta (Uma semana antes) Um determinado horário - 31/07/2019
- Que? - digo boquiaberta - Como o Noah é seu filho?
- Eu acabei de contar! Eu estava nervosa, eu era nova, não sabia o que fazer... - ela se senta no sofá - acabou que o Noah nasceu igual o seu pai e você me puxou, então você são gêmeos não idênticos.
Olho para o Noah que olhava para a parede, meio distante, meio voado...
- Noah - chamo, mas ele não me olha - Noah... - ele me olha e vejo seus olhos lacrimejados
- Você mentiu para mim por 18 anos? - Noah gagueja
- Eu estava desesperada, me desculpa - minha mãe tenta se aproximar, mas ele recua - Filho...
- Filho?! - ele berra - Mãe não abandona e volta 18 anos depois!
Engulo em seco, não sei o que fazer...
- E-eu estava nervosa, na época era a melhor solução! Eu não tinha como sustentar dois filhos, eu e o seu pai não tinha nada naquela época, a gente não ia conseguir.
- E depois? Precisou de 18 anos para você vir me procurar? - ele diz passando a mão por seu cabelo nervoso
- Não! Eu sempre tive noticias sua, eu recebia foto de tudo sobre você, quando aprendeu a andar, quando perdeu o primeiro dente...
- Mas você não estava lá! - ele interrompe - A minha mãe não estava lá para ver tudo isso!
- Eu coloquei um detetive ano passado para te procurar, eu decidi vim para cá para te achar, ficar perto de você.
- Inacreditável... - ele rir nervoso
Mordo meu lábio inferior nervosa, eu entendo o Noah se fosse eu estaria fazendo um maior barraco, para mim ele ainda está calmo demais.
- Me deixa concertar tudo, deixa eu fazer parte da sua vida - ela se aproxima dele lentamente - eu me arrependo muito por tudo, mas eu não mudaria nada. Nada muda o fato de você agora estar bem, saudável, feliz... Eu sei que isso eu não podia dar para vocês dois, não no mesmo momento.
- Eu acho que... - falo após alguns minutos de silêncio - Acho que o Noah precisa de um tempo.
- Any... - minha mãe me olha choramingando
- Ele precisa digerir isso tudo, e eu também! Você também mentiu para mim por 18 anos!
- E-eu vou embora - Noah diz respirando fundo - Eu preciso falar com a Lilian, minha mãe. - ele diz olhando minha mãe
Vejo que isso machucou a mesma, pois a mesma começa a chorar ainda mais.
- Eu vou para casa da Sabina, você pode me esperar? - pergunto olhando o Noah - Vou pegar algumas roupas...
- Claro, te espero no carro - ele sorrir para mim
Ele se vira e encara a minha mãe, que limpava as lágrimas.
- Eu não vou que te odeio porque isso não seria uma verdade, mas eu não quero saber de você por agora, ou tão cedo...
Minha mãe morde o lábio segurando o chorando, e enquanto o Noah saia de casa eu subia as escadas.
Pego uma outra mochila, e coloco algumas roupas e coisas necessárias - pente, creme, pasta de dente, escova de dente, perfume, desodorante, carregador e tudo mais....-
Pego a minha mochila com meus matérias da escola, e desço com as duas. Minha mãe agora estava no sofá com um copo da água.
- Filha... - ela se levanta
- Mãe olha - suspiro - eu te amo muito, ok? - ela assente - Mas nós dois precisamos desse tempo, eu vou vir aqui todos os dias, ou tentar... Mas eu preciso disso, eu vou estar na Sabina.
Ela assente lentamente
- Beijo - digo saindo de casa
Abro a porta de trás do carro do Noah - ele deixou aqui antes de irmos até o tal detetive, e depois voltarmos para cá - deixo minhas mochilas lá. E abro a da frente entrando.
Noah encarava a rua, não sei o que se passa na cabeça dele - e não vou julgar também -
- Sabe o mais estranho - ele sorrir de lado me encarando - desde que eu te vi, eu tinha um carinho diferente por você, como se lá no fundo eu soubesse que você é minha irmã - sorrio sentindo meus olhos marejarem - e agora eu entendo isso, você é minha irmãzinha...
- Eu também sempre te vi como um irmão para mim, afinal... - sorrio sem graça - Somos irmãos gêmeos...
- Gêmeos... - ele repete - A gente não se parece muito.
- Nem um pouco, você tem cabelo liso, olhos claros e é branquinho, meio café com leite porém com muito leite - digo rindo
- Mas você é uma morena linda, olhos da cor de bombom - sorrio - esse cabelo de miojo.
- Ah cala boca Urrea! - bato no seu ombro
Ele respira fundo e olha minha casa.
- Eu vou precisar de tempo para entender tudo...
- Eu sei, relaxa - pego na sua mão - eu super entendo você, eu também vou precisar.
- Certo - ele faz um carinho na minha mão - mas agora chega de assunto chato e triste! Somos irmãos! Eu vou poder te estressar muito que você não vai me matar.
- Ahram, tenta sorte. - solto sua mão rindo - Apenas eu, você e minha mãe que sabe disso, ou nossa mãe?
- Não importa, mas eu posso comentar com a minha namorada, Sina ia adorar você como cunhada.
- Eu sei - sorrio - mas vamos para casa da Sabina primeiro, depois a gente resolve como vamos falar para os nossos amigos.
- E o Josh - ele diz ligando o carro.
- Josh... - olho para a janela - Vai fazer um mês que ele está naquele hospital.
- Mas ele está melhorando os médicos disseram - ele começa a dirigir
- Eu sei, o que mais dói e que eu nem vou pode estar lá quando ele acordar.
- A tia Úrsula só está chateada.
- Ela não quer que eu veja o Josh, ela me culpa pelo acidente - eu também me culpo.
- Mas a culpa não é sua você sabe né? - diz sem tirar atenção da rua
- Noah...
- A culpa não é sua, vou falar isso até você entender - ele me olha brevemente
Suspiro e me jogo no banco do carro, olhando as casas. Só queria o Josh agora, me abraçando, falando que tudo isso vai passar, sussurrando no meu ouvido que tudo vai ficar bem, mesmo que pareça que não vai.
A sua confiança em tudo, me fazia acreditar que tudo iria ficar bem. Ele é meu porto seguro, sei que posso me escorar nele, que ele sempre vai estar lá para me ajudar a levantar, minha pedra....
