Capítulo 1

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"Caros passageiros, meia hora e chegamos ao nosso destino."

Você ouve a voz de Murata, que está tentando parecer sério, mas poucos segundos depois, começa a dar risada.

"Eu pensei que estávamos em um barco de qualidade", disse Hinahu, sorrindo. "Você nem sabe fingir que estamos dando uma passagem de primeira classe para essa daqui".

Hinahu aponta para você.

'Mas, como isso aconteceu mesmo?', você tenta recapitular o que aconteceu. 'Hinahu e Murata disseram que me acharam na Praia Nazuchi inconsciente... Bem, a minha cabeça ainda está doendo...'

'Opa, já acordou?', você ouve uma voz de dentro da sua cabeça. 'Não vai me dizer que já se esqueceu de mim...'

Verdade. Ainda tinha isso. Um deus selado em você.

'Não esqueci, não, agora, se puder fazer o favor de ficar quieto por um tempo...'

Um deus que não venceu a guerra dos arcontes, mas conseguiu sobreviver de alguma forma.

'Já sendo tão mal-educado/a? Seu pai não te ensinou os princípios da educação?'

Um deus que busca vingança dos arcontes.

'Acho que precisamos começar pela sua educação.'

O deus se cala.

"Y/N, o que foi? Você não respondeu às minhas últimas 5 perguntas!"

Você ouve a voz de Hinahu te trazendo para o mundo real de novo.

"Ah, desculpa, eu me distraí, poderia repetir as últimas 5 perguntas que você fez?"

Irritada, Hinahu simplesmente foi para o cais do barco do tamanho de uma sala de aula pequena e começou a prestar atenção na direção do vento.

"Não ligue para ela, ela é sempre assim", Murata diz, se desculpando pela companheira. "Eu tenho certeza de que ela está muito preocupada com você, e por isso ela está mais estressada. Acho que quando você nos deixar ela vai começar a chorar de emoção e eu vou ter que pescar o peixe favorito dela em troca de não ter que aguentar as reclamações dela."

Você ri. Realmente, Hinahu era assim. Desde o dia em que falou que precisava ir para Liyue, Hinahu sempre teve o papel de mãe superprotetora e, já que ela e Murata tinham um barco pequeno, resolveram escoltá-la até lá clandestinamente, já que você não podia ser descoberta.

As memórias do seu passado ainda estavam estampadas em sua mente, e com o deus te irritando o tempo todo, ficava difícil esquecer. Da sua infância. Do seu pai. Da sua irmã mais velha. Que foi embora sem ligar para você. Da sua mãe, antiga hospedeira do deus.

"Chegamos."

Você sai do barco, se despedindo do casal de semi-idosos que te acolheu sem preconceitos, já sentindo saudade deles.

"Prometa visitar a gente, querido/a!", Hinahu exclama, com lágrimas visíveis caindo de sua bochecha.

"Vamos sentir saudades...", complementa Murata, coçando sua barba para fingir que não ia chorar também.

"Prometo que visitarei vocês!", você grita de volta. O barco dos dois começa a se afastar, enquanto acenam para você, e lentamente começam a desaparecer. Você sabe que a sua verdadeira jornada só começou agora.

Apenas Chame o meu Nome (XiaoXReader)Onde histórias criam vida. Descubra agora