🍼 Sippy Cup 🍼

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Pov Nix

Acordo com o barulho de tiro me sentindo confusa, era madrugada e eu apenas escutava um grito e sentia cheiro de pólvora, eu sabia que tinha algo errado

Por puro instinto me escondo embaixo da cama mas não sem antes pegar uma faca na qual eu sempre guardava embaixo do travesseiro e claro meu celular, eu nem se quer desbloqueio a tela, apenas diminui a claridade no máximo possível assim como o volume, fui para a área de chamadas de emergência e disquei 190

Uma chamada

Duas chamadas

Três chamadas

Atendeu.

- alô? Policia? Eu... Endereço é a rua xxxxx casa 175 esquina com a rua xxxxx, a casa é branca, envia uma viatura! Vou deixar a linha aberta, não faça barulho! - eu dizia rápido e baixo logo escutando os gritos de minha mãe

- NIX? ONDE VOCÊ ESTA? EU OUVI UM TIRO! VEM NA MAMÃE MEU AMOR! - ela bradava com a voz tremula, eu sabia a partir desse momento que o tiro foi desferido por ela, apenas vejo a porta do meu quarto abrir e sinto minhas pernas serem puxadas para fora da cama, minha mãe apenas segura o meu rosto com força enfiando uma mamadeira de Niccolo de quando ele era bebê em minha boca me fazendo sentir o gosto do sonífero

- Nix bebe amor! Vai ser tudo apenas um sonho ruim! - ela dizia enquanto me dopava com melatonina o que apenas me deixava com sono e com a visão turva, logo vejo minha mãe sair do quarto e ir para o corredor e apenas me arrasto atrás dela

Após alguns segundos vejo o meu pai entrar em casa pela primeira vez sozinho em muito tempo, o mesmo vem caminhando lentamente, ele não havia me visto mas ele viu a mamãe

- amor viu o Niccolo e a Nix? Eu preciso de dinheiro... - meu pai dizia feliz, eu sabia que ele ia apostar e a mamãe também, apenas vejo a mesma olhar para o seu próprio anel de diamante que ganhará de aniversário

- como você pagou esse anel que eu amo querido? - minha mãe pergunta e apenas vejo o sorriso do meu pai morrer

- apenas mais um turno na empresa de medicamentos... - ele mentia na cara dura, o que ele recebia como advogado de medicamentos era uma mixaria

- você não pensa que eu sou uma idiota do caralho pensa? Sabe não adianta... Não importa o quanto tentamos disfarçar a nossa família é um caos! É tudo falso amor! As paredes, as pessoas, ate o corpo! Você acha que essa bunda é minha? Eu chamo isso de silicone! No fim é apenas uma garota boba com um garoto bobo!

- amor... Você ta bêbada! Vamos dormir sim? Eu fico com você hoje! - meu pai dizia carinhoso beijando a testa da mamãe pronto para a levar pro quarto mas a mesma não sede

- eu fiz tudo! Tudo por você! Comprava todas as pílulas para dieta! As mais novas! Se você mandasse eu me matar eu tentaria! Nem toda a maquiagem do mundo me faria eu me sentir bonita o suficiente para você mas mesmo assim você ia lá e me trocava por vadias... Quer saber... Chega! - dizia minha mãe tirando uma arma do bolso de trás e sem dar tempo para o meu pai reagir a mamãe atirava em sua cabeça fazendo o sangue escorrer pelo chão

5 minutos depois após a mamãe enrolar o corpo em um lençol e esconder no quarto, sirenes de polícia são ouvidas do lado de fora e fortes batidas na porta são escutadas, como a porta não foi aberta a policia apenas invade mas o resto eu já não posso dizer como foi já que finalmente a melatonina me fez desmaiar de sono



Acordo em uma maca de hospital publico, soro em minhas veias e maquinas monitorando meus batimentos, apenas me levanto assustada me soltando as pressas dos aparelhos, eu precisava correr, eu sabia que iria sobrar pra mim e eu não seria presa pelos erros dos outros, desço as escadas correndo sentindo a adrenalina no meu sangue logo saindo do hospital e começando a correr ate em casa

30 minutos da corrida mais desesperada da minha vida e sem pausas depois finalmente em casa, apenas escalo a janela por trás já que as portas estavam seladas por ser uma cena de crime, pouco me importava meu pai ou meu irmão nesse momento, eu sabia que Nico estava vivo, ele sempre conseguia fugir e forjar a própria morte mas era necessário, logo ambos estaríamos nas capas dos jornais como mortos mas isso não importa novamente apenas precisava chegar ao meu guarda roupa

Corro em direção ao guarda roupa abrindo o cofre secreto que era escondido por pilhas e pilhas de roupas, apenas destranco o mesmo pegando as pilhas e pilhas de dinheiro e joias da mamãe que foram roubadas ao longo dos anos jogando os mais de 100.000 reais dentro da mochila, em seguida pego mais uma mochila enchendo de mudas de roupas, fotos e tudo de eletrônico e pessoal que eu tinha, no fim 2 mochilas cheias e uma mala com roupas foram jogadas da janela seguidas do meu corpo com roupas limpas trocadas, abro meu celular apenas verificando as mensagens vendo a resposta da garota do apartamento me passando o endereço

Adeus Rio Grande do Sul, olá São Paulo! Apenas corro até o ponto de taxi pronta para iniciar a viajem, eu precisava sumir desse mundo e é isso que eu faria.

Don't Blame Me  [ Gabi Cattuzzo ]Onde histórias criam vida. Descubra agora