WILD - taegyu oneshot

you're driving me wild.

E lá estávamos nós mais uma vez, na mesma cena e situação que quase sempre se repetia que da mesma forma, porém, dessa vez algo parecia diferente.

Talvez fosse o seu sorriso, que naquela noite parecia brilhar mais do que todas as estrelas que iluminavam o imenso céu que estava sob nossas cabeças, ou sua teimosia em permanecer em cima do telhado dividindo comigo o espaço de um cobertor grosso como forma de proteção para não congelarmos naquela noite fria de inverno em vez de simplesmente aceitar o convite de entrar em meu quarto onde havia um aquecedor.

Eu não sabia exatamente dizer o que tornava aquela noite diferente de todas as outras, mas eu sabia que algo não parecia normal, eu podia sentir isso ao olhar em seus olhos, sentir o seu toque ou até mesmo ao ouvir sua voz.

Você agia como todas as vezes, reclamava do quão fria Seul podia ser no inverno, puxava assuntos um tanto quanto reflexivos, soltava flertes descarados, fazia diversas piadinhas sobre como um dia você finalmente ia conseguir fazer eu me apaixonar por você e me beijava como se necessitasse de meu toque para poder permanecer em sã consciência.

Aquele era você, aquele sempre foi você, e eu adorava você dessa forma, afinal, você havia se tornado uma pessoa muito especial e necessária em minha vida, e eu havia me acostumado com sua presença e seu jeito de ser tal como havia me acostumado com as noites que ficávamos juntos em cima de meu telhado apenas conversando ou nos beijando até nossas bocas ficarem dormentes, mas algo naquela noite não me parecia normal.

Talvez aquela sensação de ver você de uma forma diferente da de costume estivesse presente há muito mais tempo dentro de meu ser, mas eu estava muito ocupado tentando incansavelmente fazer com que eu não criasse sentimentos amorosos novamente por alguém para notar que eu já estava rendido por você desde muito antes de você sequer olhar para mim pela primeira vez.

Eu podia sentir meu coração acelerar todas as vezes que você desviava seus olhos brilhantes do céu para me encarar no escuro da madrugada, e sentia uma estranha adrenalina dentro de mim a cada vez que você mencionava indiretamente que nutria sentimentos amorosos por minha pessoa.

Era como se eu quisesse cada vez mais aquilo, como se existisse uma necessidade que gritava dentro de minha mente pelas suas cantadas baratas e sorrisos bobos, pelos seus olhos profundos e cativantes e sua boca macia junto da minha.

Eu sentia como se pudesse acabar enlouquecendo a qualquer momento por conta das sensações que você estava me proporcionando sentir naquele momento, eu queria parar de sentir aquilo, queria negar que aquilo estava acontecendo de todas as formas possíveis, mas todas as tentativas de esconder tudo isso eram como varrer sujeira para baixo de um tapete, eu sabia que aquilo se acumularia e eu teria de lidar com todas essas sensações uma hora ou outra, e isso me assustava muito mais do que eu gostaria que fizesse.

Eu não queria aceitar que estava aos poucos me apaixonando por você, Beomgyu, pois eu não queria mais viver o amor na minha vida, mas a tarefa de não cair completamente de amores por você estava se tornando cada vez mais difícil, e eu sentia como se estivesse ficando completamente fora do controle por conta disso.

A vida havia me feito temer o amor, e fugir dele sempre havia me parecido ser a melhor opção de todas, pois na minha visão, ele era capaz de acabar comigo completamente, me despedaçar e me machucar como nada no mundo poderia fazer, pois o amor é algo extremamente intenso, e eu sentia como se não pudesse sentir toda aquela intensidade naquele momento.

Minha cabeça tinha o pensamento de que o amor machucava, te cortava como navalhas extremamente afiadas e te deixava completamente destruído e sozinho em meio à um mundo que parecia não ter mais cor, e por isso, eu nunca havia admitido para mim mesmo que gostava até demais de seus beijos, de seus toques em minha pele, de seu humor questionável e de como você ficava belo sendo iluminado pela luz do luar.