Mino!

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Mino desapareceu!

Sim, isso mesmo.

A minha preciosidade, meu filho, meu melhor amigo, meu gatinho sumiu!

Ele nunca tinha feito nada parecido, sempre saía para brincar no quintal de casa e voltava para dentro. Nunca passou esse tempo todo fora de casa.

— Mino! Querido, apareça! — Gritei sem nenhuma vergonha no meio da rua já escura, olhando para todos os cantos, becos e árvores.

Ele tinha que estar em algum lugar!

— Vem para o papai Pete, Mimi! — Chamei mais uma vez, já devia ser por volta das oito e meia da noite. Eu não tinha comido nada, quando vi que Mino havia sumido, não pensei em nada, apenas em achar a meu pequeno.

— Cala a boca! — Um cara saiu de sua própria casa e gritou, ora, mas que...

— Não foi você quem perdeu seu gato! — Revidei já saindo todo emburrado e triste. Não tinha achado o meu pequeno. Só de pensar no quão faminto ele deveria estar, no frio...

Voltei para a casa desolado, com o coração apertado, estava preocupado e com medo, com saudades e com um sentimento de insuficiência, queria ter feito mais, queria ele ali. Sentia falta de quando ele deitava sob minha barriga e começava a amassar pãozinho, de quando ronronava alto assim que recebia carinho na cabeça ou de quando me acordava cedo para pôr comida ou apenas para receber atenção. Cada detalhe, cada memória, só aumentava minha tristeza.

— Mino, volta para mim, Papai te ama... — Sussurrei sentindo as lágrimas descerem molhando meu rosto. Abracei meu próprio corpo por conta do frio, dei mais uma olhada no quintal de casa, queria me certificar se ele não estava realmente entre os ramos de flores ou pela grama alta do local, nas árvores e nas janelas. Nada dele. Caminhei em passos lentos e preguiçosos, sem nenhuma vontade em direção a entrada.

A própria casa lembrava ele.

O sofá trazia lembranças dele deitado de barriga para cima, os degraus da escada que ele subia correndo, a raposinha de pelúcia na sala que ele amava deitar por cima e morder, a bolinha de lã que ele amava brincar correndo atrás dela. O lugar onde ele comia com as vasilhas ainda com comida... Essa casa sem a energia caótica dele parece sem vida.

Tiro meus calçados na entrada, deixo a lanterna que carregava para me dar apoio na escuridão da rua na cômoda largada, nada importava. Subi as escadas e fui direto para meu quarto, a cama também lembrava ele, amava dormir comigo.

Escolhi uma roupa qualquer confortável e no automático, só para ficar em casa mesmo, as deixei na cama, peguei minha toalha e fui para o banheiro. Tomei banho relaxante e quente, estava acabado e precisava de algum conforto, deixei a água levar as dores e tentei relaxar a mente. Sai do banheiro com a toalha em volta da minha cintura e me arrumei, tudo mais lento que uma tartaruga andando.

Pedi pizza e esperei ela chegar na sala.

Nesse meio tempo, fiquei vendo as fotos e vídeos dele no celular.

Um gato lindo, com pelos brancos, macios, olhos de cores diferentes, um lado amarelo-esverdeado e o outro azul, era maravilhoso. Em uma das fotos, aparecia eu o segurando, distraído, sorrindo com ele em meu colo, sempre me fez tão bem. O meu bebê faz tanta falta, oh Deus, o que fiz para merecer isso?

— Papai te ama, Mino, vou fazer de tudo para te encontrar. — Prometo, olhando o celular com a foto dele na tela, sentindo meus olhos arderem e uma quentura no rosto, as lágrimas desciam e eu apenas adormeci.

Ele é especial e precisava encontrá-lo rápido.

[. . .]

Abri meus olhos lentamente, pesados pelo sono e pelo choro recente. O som da campainha me acordou. Tento limpar o rosto com a mão rapidamente e me levantei, deixando o celular jogado no sofá. 

O Mino sumiu! - VegasPete.Onde histórias criam vida. Descubra agora