música recomendada: strange - celeste
Stênio estava me mandando embora de sua vida, nunca pensei que nós algum dia chegaríamos a esse ponto, sempre terminávamos mas de uma forma ou de outra sempre voltávamos um para o outro.
Mas agora é diferente, ele estava decidido a não me procurar mais.Não falo nada apenas pego minha bolsa e vou em direção à porta, mas antes de sair olho em seus olhos pra ter certeza se é isso que ele realmente quer, ele apenas olha para baixo.
saio de sua sala limpando as lágrimas que insistiam em cair, quando entro no carro deixo as lágrimas rolarem, estava tão abalada, não só por ele ter desistido de nós, mas também pelo jeito que ele me tratou tão indiferente e pelas palavras duras que foram ditas.
fiquei alguns minutos parada no carro até me recuperar e dar partida e seguir até a delegacia.
POV STÊNIO
quando Helô saiu pela aquela porta, não consegui me mexer, fiquei parado ali por alguns minutos, minha cabeça latejava de dor pelo tanto que eu tinha chorado.
Não conseguia me concentrar no trabalho, só pensava nessa conversa que tive com Helô, então decide ir pra casa.
— O senhor está indo embora, doutor Stênio? — Olivia me pergunta
— Estou sim Olívia, não estou me sentindo muito bem. — e ela já sabia o motivo, todos já sabiam na verdade, todos conseguiram ouvir a minha discussão com ela.
Chegando em casa a primeira coisa que fui fazer foi tomar um banho, precisava esfriar a cabeça, passava um milhão de coisas na minha cabeça e todos eram a Helô.
Depois do banho fui tomar um vinho, e era justo o favorito de Helô, aquele mesmo que tomamos quando fizemos aquela viagem de cruzeiro pelo Nilo, comecei e pensar em todos os nossos momentos juntos, o nascimento da Drika, o primeiro e o segundo casamento, todas as brigas desnecessárias que já tivemos por conta do trabalho, porque não temos maturidade o suficiente para separar o profissional do pessoal.
Finalmente consegui me dispersar dos meus pensamentos vi que a garrafa de vinho tinha acabado e já estava escurecendo, e me deu uma puta vontade de ligar pra ela, pior momento possível pra ficar bêbado.
E lá estava eu, procurando o contato dela pra ligar.
Até que recebo uma ligação de Laís, estava preocupada com o ocorrido de hoje cedo.— Stênio, como você está? Olívia me disse que você foi embora mais cedo do escritório.
— Não vou mentir pra você Laís, estou péssimo, não sei o que fazer. Eu sei que não consigo viver sem ela, mas ficar perto dela me machuca, e ficar longe ainda mais. Porque eu não consigo esquecer essa mulher Laís? — digo cabisbaixo e falo tudo um pouco embolado, por causa do álcool.
— Você não acha que está exagerando Stênio? Porque vocês dois não sentam e conversam como dois adultos? Eu sei que a Helô não é muito boa com isso, mas tenta, vocês tem uma história linda, não pode acabar assim.
— Não, dessa vez ela passou dos limites. E já deu pra mim Laís, não aguento mais esses jogos. O problema é que, as vezes, a gente tem mania de insistir em algo que sabe que não dá certo. Eu só não enxergava isso, achava que envelheceríamos juntos, que apesar de tudo, nós éramos feitos um para o outro.
— Eu torcia tanto por vocês, espero que consigam se acertar — percebo a voz triste de Laís
— Preciso ir Stênio, Monteiro está me chamando. Qualquer coisa é só me ligar, ok?— Obrigado por me escutar Laís, precisava mesmo conversar com alguém. — suspiro triste enquanto fico olhando pro copo que estava bebendo.
— Vai descansar Stênio, pensa no que eu te falei. — Laís desliga, e fico olhando pro nada ainda com o telefone em minha mão, Laís me disse para pensar, mas já tinha pensado. Muito antes de ter aquela briga com Helô, já estava cogitando em tomar essa decisão, só não tinha coragem.
E com esses pensamentos fui para cama tentar dormir, mas só vinha a maldita Heloísa Sampaio na minha cabeça, seria uma tarefa difícil esquecer ela, mas não impossível. Estava chorando igual à uma criança, meu corpo doía ao pensar em Helô.
E assim, fui dormir chorando implorando para que no seguinte, eu não sentisse mais nada por você.