Capítulo sem título 3 O Retorno do Rei Dragão

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Assim, Arvid partiu para sua batalha solitária em busca de recuperar a honra uma vez perdida. Ao parar diante da grande caverna, ele gritou em alta voz.

— Abominação das trevas, saia e enfrente seu julgo!

Mas nada se ouviu além do uivo do vento que vinha das profundezas da terra. Mesmo assim ele não desistiu e novamente gritou:

— É seu Rei Khalefir quem ordena! Saia e enfrente o seu destino!

Aqueles que o acompanharam, optaram por esperarem ao pé da montanha, enquanto o cavaleiro enfrentava a criatura. E foi então que um som terrível como o de um trovão, se fez ouvir. Assim que Arvid proferiu que era o senhor de Ascalat, o mesmo então surgiu para dar-lhe a resposta.

— Eu não pensava que você fosse tão idiota de vir até aqui para me desafiar, Khalefir, o caído! — a criatura falou, com uma voz cavernosa.

De repente, da escuridão emergiu um ser aterrorizante, com sua cabeça adornada por dezenas de chifres e olhos vermelhos como brasas. Seu corpo era recoberto por escamas densas que formavam uma couraça impenetrável e, algumas plumas que demarcavam a divisa entre a cabeça e o restante do corpo. Sua boca era enorme e a língua era bifurcada como a de uma serpente. Ascalat um dia pertenceu aos Alathir, mas sua conduta maligna a levou a se tornar aquele ser horrendo e desprezível.

— Posso não estar na minha verdadeira forma, mas tenho poder suficiente para te derrotar, abominação! — exclamou Arvid, erguendo a espada na direção de Ascalat.

— Eu sei que você foi amaldiçoado por Aurora e por isso eu o derrotarei e o envergonharei ainda mais diante dos imortais! — respondeu a serpente, que imediatamente rastejou contra o cavaleiro.

Em sua primeira investida, Ascalat o lançou para longe, fazendo com que seu cavalo morresse instantaneamente. Por causa disso, Arvid a amaldiçoou e levantou-se em posição de ataque. Abaixo, no pé da montanha, os homens assistiam àquele embate épico e ao mesmo tempo que estavam maravilhados, foram tomados de temor, pois a voz de Ascalat lhes causavam medo.

Arvid a enfrentava com coragem, contudo, não tinha força o suficiente para derrotar a fera, que numa investida contra o rei caído, fez parte da montanha desabar matando os homens que o acompanhavam. Ao ver aquilo, Arvid ficou parado, apenas olhando a destruição que se seguia e isso foi o seu maior erro. Ao ver que o guerreiro estava distraído, a serpente usou sua calda e com ela lançou Arvid a contra o paredão de pedras. Ele mal podia se mexer, quando viu seu oponente se aproximar e ele não poder fazer absolutamente nada para poder se salvar.

— Eu não sei o que te encorajou a vir até mim, nessa forma decadente! — a serpente falava, enquanto andava em círculos, ao redor do rei caído. — Mas não se reocupe, pois eu acabarei com a lenda de Khalefir, o Rei Dragão, agora mesmo!

Ascalat começou a enrolar-se em Arvid e apertou o corpo do cavaleiro para o sufocar.

— Eu o matarei bem devagar, Khalefir! — falou, enquanto o esmagava. — Eu sei que nenhuma arma mortal pode tirar a sua vida, eu, porém, não sou mortal!

Arvid então lembrou-se que fora exatamente isso que Aurora proferiu e pensou que aquele realente seria o seu fim. Mas ele estava errado e quando Ascalat iria dar o golpe final, uma luz do céu desceu.

— Somente um imortal o poderá matar, contudo, sua maldição o impede que tire a vida de qualquer um que tenha o sangue de Arkyn!

Nesse momento, Arvid percebeu o ar retornando aos seus pulmões e ao abrir lentamente os olhos, ele vê a Rainha Aurora, com suas imponentes asas abertas, o que fez com que uma chama azul tomasse conta de Ascalat, provocando-lhe uma intensa dor. Aquilo fez com a criatura o soltasse e a mesma rastejou gritando de volta às profundezas da montanha.

A lenda de Khalefir - Um Conto de DragõesOnde histórias criam vida. Descubra agora