Poeta ZL, Poeta Guaianas

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Do recanto das rosas,
Do jardim de “seu” Paulo,
Nasce do asfalto flores que não se calam.
Das batidas do rio das Anhumas,
O rio que passa de baixo de nossos pés,
De um canto de São Paulo,
Zona leste, Guaianases,
Eu empunho uma caneta
E dessa arma despejo tinta por onde passo,
Pinto no asfalto e no rosto,
Talho em uma folha um poema,
Que vai contra a maré, no sentido oposto.










De versos encantados,
Entre linhas tortas,
Estrofes no papel entalhados,
De um grito guerreiro,
Sou poeta da quebrada,
Menino astuto e ligeiro,
Poeta zl, poeta guaianas.
Escrevo poemas quebrados
Pra na quebrada recitar.
De escrever em caule resistente,
Nada nesse mundo vai me parar.
Magia de grande, como flor rara.
As letras berram pra sair da boca cantante,
Grito de guerra preso na garganta.
Na orla da sabedoria,
Peço poesia,
De um sonho bom
Quebrando a tirania,
Em um leve tom
Indo em direção a utopia.
Nessas ruas mortas, eu digo, sobrevivi.
Paz para a quebrada, preces de um poeta,
Pois poeta também é gente.

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