Pesadelos

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Durante o verão antes do quinto ano em Hogwarts, a família Weasley se encontrou em uma situação bastante peculiar: mudar-se para a antiga e sombria casa dos Black. Enquanto cada membro da família se esforçava para se adaptar ao novo ambiente, havia uma aura misteriosa que envolvia o lugar. Molly, com seu toque materno, trabalhava arduamente para tornar cada canto da casa acolhedor, apesar da atmosfera sinistra que pairava sobre ela. Enquanto isso, os gêmeos, munidos do dinheiro que receberam de Harry após o Torneio Tribruxo, davam vida às suas engenhocas, vislumbrando a futura loja de travessuras que planejavam abrir. Com suas licenças de Aparatação em mãos, a dupla aproveitava para pregar peças em todos, transformando a casa em um palco de brincadeiras constantes, para o desespero de Molly.

Apesar da agitação e das risadas, Rony sentia um inquietante calafrio percorrer sua espinha. Nas primeiras noites naquela casa, ele foi atormentado por pesadelos vívidos e perturbadores, que o faziam hesitar em voltar a dormir. No início, ele atribuiu isso à aura estranha da casa, mas com o passar dos dias, os pesadelos tornaram-se mais frequentes e angustiantes, transformando-se em sombras persistentes em sua mente durante o dia. Desesperado por alívio e compreensão, ele procurou Hermione, que havia recentemente se juntado a eles em Grimmauld Place. No entanto, ao tentar explicar os sonhos, Rony sentiu-se como se estivesse sendo silenciado por uma presença invisível, incapaz de revelar o que acontecia em sua mente e em seus pesadelos. Diante dessa barreira inexplicável, ele se resignou e pediu a Hermione uma poção para garantir um sono sem perturbações. Embora temporária, a poção proporcionou a Rony um breve alívio de seus tormentos noturnos.

À medida que a noite avançava, Rony mergulhava em um turbilhão de pesadelos, como se as sombras mais sombrias de seus medos se materializassem à sua frente. Consumindo a poção que antes lhe proporcionara algum alívio, ele agora se via envolto em uma atmosfera de terror indescritível. Os sons de agonia ecoavam em sua mente, formando um coro assustador de gritos e gemidos. Homens, mulheres e crianças, vítimas indefesas, clamavam por ajuda em meio a um cenário de desolação.

Rony testemunhou uma cena macabra: um homem ruivo, cujos traços distorcidos eram de uma malícia sinistra, segurava um frasco repleto de olhos verdes, troféus de sua crueldade. Seu amigo, Harry, outrora alegre e destemido, estava agora prostrado, com um dos olhos arrancados de forma brutal. O homem sinistro ria com fervor enlouquecido, proclamando que estava roubando a magia de Harry para si. O desespero se espalhava, e Rony sentia-se impotente diante da cena aterrorizante diante de seus olhos.

O ápice do terror se manifestou quando os olhos de Harry encontraram os de Rony, como se a própria acusação ecoasse pelas paredes de sua mente atormentada.

"Por que, Rony?" A voz de Harry soava distorcida, carregada de dor e ressentimento. "Por que você não me salvou?"

Rony sentiu um aperto no peito, uma mistura de culpa e desespero. "Eu... eu tentei, Harry. Eu juro que tentei."

"Mas você sabia, Rony." A voz de Harry soava cada vez mais distante, como um eco distorcido. "Você sabia que isso ia acontecer."

O coração de Rony batia descompassado enquanto tentava encontrar uma resposta para as acusações de Harry. "Eu não sabia o que fazer, Harry. Eu estava com medo... Eu falhei."

O pesadelo se desdobrava diante dele, sem piedade ou compaixão. As sombras, densas e sinistras, pareciam ganhar vida própria, envolvendo-o em seu manto de escuridão.

"Eu não posso fazer isso sozinho, Rony." A voz de Harry ecoou novamente, preenchendo o vazio ao seu redor. "Você precisa me ajudar."

Cada passo que Rony tentava dar em direção à luz era bloqueado por mãos invisíveis, cada grito de socorro que tentava proferir era abafado pelo silêncio sufocante do pesadelo.

"Eu estou tentando, Harry!" Rony gritou, sua voz ecoando pelo abismo sem fim. "Eu juro que estou tentando!"

Rony sentia-se como se estivesse preso em um labirinto de angústia e desespero, onde não havia saída. Cada esquina escura escondia um novo terror, cada sombra agitada pelo vento sussurrava segredos macabros.

"Não desista de mim, Rony." A voz de Harry soou mais uma vez, fraca e distante. "Eu preciso de você."

O horror da cena diante de seus olhos parecia se estender até o infinito, prendendo-o em um ciclo interminável de tormento.

"Eu nunca vou desistir de você, Harry!" Rony gritou, suas palavras ressoando contra as paredes do pesadelo. "Eu prometo!"

Rony se encontrava preso em um labirinto de terror e desespero, lutando contra a maré sombria que ameaçava engoli-lo por completo. Cada sombra parecia ganhar vida, dançando ao seu redor como espectros famintos ansiosos por devorar sua esperança. O ar estava impregnado com uma energia sinistra, como se o próprio ambiente estivesse conspirando para sufocá-lo. Seus gritos de angústia ecoavam pelas paredes do labirinto, perdidos em um eco soturno que anunciava a inevitável descida aos abismos do medo.

"Não foi culpa sua, Rony." Uma voz suave e reconfortante rompeu o tumulto, trazendo um vislumbre de esperança. Era Hermione, emergindo das sombras como um raio de luz em meio à escuridão. "Você fez o melhor que pôde."

Rony sentiu um alívio momentâneo ao ouvir as palavras reconfortantes de Hermione, mas o terror persistia, envolvendo-os em seu abraço gélido. O horror da cena diante de seus olhos parecia se estender até o infinito, prendendo-os em um ciclo interminável de tormento.

E assim, Rony e Harry estavam mergulhados em um abismo de medo e desesperança, lutando para escapar das garras do pesadelo que os consumia. O terror era palpável, quase tangível, como se as próprias sombras estivessem determinadas a mantê-los prisioneiros de sua cruel e implacável realidade.

Após uma noite agitada, perturbada por sonhos sombrios, Rony foi informado de que membros da Ordem da Fênix iriam buscar Harry na casa dos Dursleys. A notícia despertou uma sensação de apreensão em Rony, fazendo-o associar seus pesadelos recorrentes a um possível aviso sobre a situação de Harry. Quando Harry finalmente chegou, Rony e Hermione o receberam calorosamente. Hermione, claramente ansiosa, aproximou-se rapidamente de Harry, bombardeando-o com perguntas, enquanto Rony notou o semblante tenso do amigo e optou por não pressioná-lo com muitas questões naquele momento.

Pouco depois da chegada de Harry, os gêmeos Weasley surgiram com seu típico espírito brincalhão, levando o trio para espionar uma das reuniões da Ordem da Fênix. O ambiente estava tenso, os membros da Ordem, eles delineava estratégias complexas para combater as forças das trevas, detalhando os perigos iminentes que ameaçavam a comunidade bruxa. No entanto, o clima sério foi interrompido abruptamente por um incidente inesperado envolvendo Bichento, o gato de Hermione.

Enquanto todos estavam imersos na discussão, Bichento decidiu explorar a sala e acabou encontrando uma das novas invenções dos gêmeos Weasley. Com um salto ágil, o felino destruiu a criação com suas garras afiadas, causando um alvoroço e interrompendo a reunião.

Com o término da discussão, os membros da Ordem se dispersaram e dirigiram-se ao jantar. Rony sentiu um misto de alívio e ansiedade enquanto refletia sobre os eventos recentes. Desde a chegada de Harry, suas noites foram notavelmente mais tranquilas, sem os perturbadores pesadelos que o assombraram no verão. No entanto, a sensação de urgência e o peso das responsabilidades ainda pairavam no ar, preparando-os para os desafios que estavam por vir em Hogwarts.


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