Parte um: I

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Os olhos de Jeongin estavam focados nas palavras, uma voz imaginária tocando alto em seu cérebro. Olhando de um lado para o outro, ele examinou cada linha desde o início até o fim. Talvez, se ele continuasse fazendo isso por mais tempo, ele pudesse pelo menos fingir que não estava ouvindo Hyunjin. Se ele estivesse imerso o suficiente, talvez Hyunjin simplesmente aceitasse sua derrota e fosse embora logo. Surpreendentemente, sua tarefa não durou muito.

– Quando foi a última vez que eu pedi para você fazer algo por mim?

Hyunjin percebeu seu erro antes mesmo dos olhos de Jeongin olharem para ele, congelando no mesmo momento. Ambos já sabiam o que estava por vir. Até Jisung, que estava esperando pacientemente na porta, soltou uma risada sem vergonha.

Orgulhosamente, Jeongin começou: – Talvez na semana passada, quando escrevi um trabalho inteiro para você, ou hoje de manhã, quando disse pra sua mãe que você passou a noite inteira dormindo na sua cama.

– E você é um ótimo amigo por fazer isso por mim, – Hyunjin sorriu, seguindo em frente rapidamente. – Eu só quero retribuir.

Jeongin não pôde deixar de rir. Hyunjin realmente tinha uma resposta para qualquer coisa, era assim que ele sempre conseguia o que queria. Até se fosse para olhar tudo, provavelmente foi assim que ele conseguiu que Jisung se tornasse seu namorado. Seu jeito extrovertido de falar poderia fazer qualquer um se sentir especial, poderia atrair qualquer um a querer estar mais perto dele. Claro, Jeongin não pensava nisso de uma maneira ruim e Hyunjin realmente não era uma pessoa ruim. No entanto, era inegável que sua beleza o tornava alguém mais fácil de confiar e querer estar por perto. Com seus olhos doces e bela voz, Hyunjin provavelmente poderia vender sorvete no Polo Norte.

Tentando encontrar uma saída, Jeongin trouxe os olhos de volta para o livro em suas mãos, falando desinteressado: – Então me compra comida ou qualquer outra coisa. Não quero ir pra nenhuma festa.

– Eu sei que não, mas isso não significa que você não deve dar uma chance – acrescentou Hyunjin, orgulhoso de si mesmo por esse ponto.

Jeongin ergueu a sobrancelha, os olhos voltando para o homem mais velho parado na frente de sua cama. – Por que você está tão empenhado em me fazer ir?

– Você fica aqui o dia todo estudando. Quando foi a última vez que você passou alguma noite fora?

Jeongin não estava prestes a dizer a Hyunjin que ele nunca foi a uma festa. Mesmo sabendo que nem seu amigo nem Jisung iriam envergonhá-lo, Jeongin já tinha vergonha de si mesmo o suficiente. Ele não se importava muito com festas, mas ainda era embaraçoso admitir que ele nem tentou ir a uma. Na verdade, ele nunca havia sido convidado para nenhuma, o que era ainda pior.

Afastando seus pensamentos, Jeongin deu de ombros. – Eu me importo mais com o meu futuro do que com matar tempo.

Hyunjin riu em seguida, cruzando os braços e apoiando-se na cômoda.

– Sabe, é muito engraçado ver que você acha que se divertir é matar o tempo – ele encolheu os ombros.

– Como vou me divertir completamente sozinho em um lugar que não conheço ninguém?

– Você não vai ficar sozinho, eu e Sungie estaremos lá com você – Hyunjin exclamou, quase ofendido.

Jeongin foi quem riu dessa vez. – Me poupe, duvido que vocês vão ficar comigo a festa inteira.

Jisung e Hyunjin trocaram um único olhar de seus respectivos lugares, sem se mover um centímetro. Jeongin não queria saber nada sobre a telepatia do casal de qualquer maneira.

– Nós poderíamos – Jisung soltou, dando de ombros.

Hyunjin foi ainda mais longe, suas próximas palavras saindo firmes: – Eu prometo a você em nome do meu futuro filho que não vamos deixar você sozinho.

Honey - JeonglixOnde histórias criam vida. Descubra agora