Almoço Abençoado

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Eu vou gritar! Pelo amor de Deus! Já não bastava que o mesmo tirasse-me do sério, em meio a missa, agora ele estaria dentro da minha casa, em um almoço em família?! Que Cristo perdoe-me!

Fazia cerca de dois mês, desde a chegada de Gadreel, um mês que meus pecados aumentam gradativamente pelos pensamentos impuros que o mesmo, gerava pelas suas pequenas, porém vastas provocações e insinuações. Os finais de semana, que um dia foram meu refúgio da vida urbana, haviam transformado-se em provações. A missa de hoje, já havia sido um grande esforço, ignorá-lo, juntamente com suas insinuações.

Já havia cortado meia cebola e alguns dentes de alho, e colocado-os para dourar com azeite de oliva, enquanto descacava e picava oito tomates, para fazer o molho caseiro. Após acrescentar todos os tomates junto a cebola e o alho, adicionei água e tampei-os. Havíamos chegado às 9:30 min, então teria algo de tempo até o almoço. Cortei alguns temperos verdes e reservei, logo após temperei o frango com sal e pimenta, voltei a mexer o molho, logo o desligando, deixei o frango "absorvendo" os temperos e fui preparar a massa.

- Farinha, 2 ovos, 1/2 xícara de azeite, uma pitada de sal, um pouco de água...

Enquanto listava e adicionava os ingredientes em uma bacia, senti seus braços ao redor da minha cintura, puxando-me para trás, o perfume amadeirado era inconfundível, Gadreel.

- Como é bom revê-la, irmã!

- Sinto não dizer o mesmo, padre!

Fechei meus olhos e tentei soltar-me, porem seus braços frexionavam-me mais contra si, senti sua barba tocar meu ombro esquerdo, logo arrastando-se ao meu pescoço, seus lábios beijaram abaixo a da minha orelha, logo descendo a minha clavícula, meu corpo estremeceu com o gesto, reação da qual, fez o digníssimo padre rir contra minha nuca.

- Pena que seu corpo, não diz o mesmo, irmã.

Sua voz rouca e profunda, era baixa, próximo ao meu ouvido direito... Mordi minha língua, para evitar o gemido reprimido em minha garganta, senti sua mão esquerda descendo sobre minha coxa, apertando-a com força, suspirei, enquanto a direita massageava minha cintura, senti seus lábios em minha nuca, sua mão esquerda estava direcionando-se para parte interna da minha coxa, subindo até minha intimidade. Abri os olhos, com a cabeça baixa, pude ver seus pés próximos aos meus, pisei com toda força que pude no seu pé esquerdo. Deus, perdoe-me por agredi-lo. Gadreel soltou-me, indo para trás.

- Não era de meu conhecimento, que gostava de atitudes hostis, irmã.

- Não gosto, padre. Foi de uso necessário.

Seus olhos escureceram-se em minha direção, famintos, sorrindo para mim.

- Irmã, adoraria demonstrar a você, uma atividade que torna-se prazerosa, ainda mais com devidas hostilidades.

Prendi a respiração, buscando entender o que ele estava insinuando, um padre, sendo um mensageiro de Deus na terra, deveria representar a franqueza e pureza. Senti suas mãos sem minha cintura novamente, virei-me rapidamente, encontrando-o ainda mais próximo a mim que anteriormente, reparei em suas vestes, os braços másculos e totalmente cobertos por tatuagens estavam a mosta, segui sobre o abdômen aparente definido, exaltado pela Cruz de prata, que estava por cima da regata branca que o mesmo vestia, vestindo uma calça jeans preta, com um volume realçado acima de sua virilha, subi meus olhos novamente, encontrando os seus olhos, verdes profundos, seu corpo estava mais contra o meu, seus braços preendiam-me contra a pia, seus dentes brancos formavam um perfeito sorriso, enquanto seus olhos passeavam em meu corpo.

- Diga-me irmã, o que desejaria, neste exato momento?

Seus lábios tocavam minha clavícula, arrepiando meu ser, infortunamente meu corpo reagia a Gadreel, de maneiras extraordinariamente impróprias.

- Desejaria, que vossa graça, se postasse como a santidade que é!

- Oh irmã, não a santidade em mim, quando trata-se de vós.

Suas mãos apertavam minhas coxas, subindo vagarosamente até minha cintura, enquanto seus lábios desbravavam meu pescoço, beijando cada  parte do mesmo, conti um gemido quando sua mão esquerda acariciou meu seio, por cima da roupa.

- Terei que esforçar-me mais, para ouví-la gemer, irmã?

- Por que, atenta a mim? Entre tantas que cairiam aos seus pés, todas as que frequentam a missa... só para vê-lo?

Questionei, quando senti seus lábios próximos a minha boca, recusava-me a beijá-lo.

- Atento-a porque é pura. Porque a desejo, a quero suplicando e gemendo meu nome em alto e bom som.

Prensando-me ainda mais conta a pia, por sorte, derrubando o frango que estava marinando, empurrei-o rapidamente, pegando um pano de prato rapidamente, para conter a bagunça, bufando Gadreel saiu da cozinha. Pude respirar fundo, entretanto, seu perfume amadeirado havia ficado impregnado, tanto em mim, quanto na cozinha. Continuei a receita, seguindo o passo a passo, dando graças a Deus, por Gadreel não ter retornado. Logo vovó venho até mim, auxiliando na realização do almoço abençoado.

- Sabe, minha filha, Gadreel poderia vir aqui, todos os domingos.

Paralizei, elevando meus olhos ao céu. Devo ter lançado pedras na Cruz... Deus, o que fiz para Vós, para ser tão tentada assim!? Justamente por um mensageiro de Vossa Sagrada Palavra na terra.

- Senhora, avó!?

- É, igual padre Ezequiel fazia! Ele amava vir almoçar aqui, depois jogava dominó comigo e seu avô.

- Padre Gadreel é jovem, creio que não gostaria de jogar dominó.

Caso esse desejo de minha avó, viesse a tona, eu teria que confessar-me, com toda Divina certeza. Uma breve tontura tomou conta de meus sentidos, sentei-me na cadeira mais próxima, rezando para que a mente de minha avó, fosse iluminada pela graça de Deus.

- Oh minha filha, o que houve?

- Uma pequena queda de pressão, vovó.

Mentira é pecado, porém adotaria a prática, para fugir de tudo que relacionasse-me a Gadreel.

- Oura, vá deitar-se um pouco, eu termino de arrumar a mesa, a comida já está pronta mesmo.

- Sim, sra vovó!

Segui pelo corredor, até meu quarto, a cama de solteiro era de madeira envernizada, no modelo antigo, os armários ainda eram velhos e um pouco desgastados, deixei-me na cama, fechando meus olhos.

- Sua beleza é extraordinária, adoraria vê-la todas as manhãs.

Abri meus olhos, encontrando Gadreel deitado ao meu lado, espremido junto a mim na cama de solteiro, sorrindo abertamente.

- Finalmente, não poderá fugir de mim.

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⏰ Última atualização: Nov 13 ⏰

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