Capítulo Único

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Helô e Creusa estavam as duas sentadas em frente à televisão, a mais velha estava prestes a ir encontrar a afilhada para resolverem alguns detalhes da festa que iriam, quando a delegada a chamou para ver a entrevista descarada de Stenio.

Heloísa estava totalmente possessa com a cara de pau do advogado, Stenio costumava ir longe demais, mas aquilo tinha sido demais até para ele, simplesmente não queria ver Stenio nem pintado de ouro em sua frente, do contrário as chances de pular no pescoço dele – não do jeito que geralmente desejava – eram enormes.

Creusa por sua vez, tentava procurar uma defesa para o advogado, dava para sentir a raiva de Heloísa emanando da pele dela, até para a empregada Stenio tinha atingido o limite, questionar a competência da delegada, onde já se viu!

- Mas olhe donelô, como dotô Stenio fica bonito na tv, assim de camisa social. – apelou para a beleza do advogado, sendo o único ponto que poderia defender sem que Helô negasse, a delegada apenas a olhou com os olhos semicerrados, Creusa obviamente o defenderia de alguma maneira, sempre o defendia.

Queria poder falar que nem ligava pro quanto ele estava bonito, que pouco importava o fato daquelas camisas sociais marcando seus músculos deixarem ele ainda mais gostoso, mas mentiria e Creusa sempre sabia quando ela mentia, principalmente em relação a Stenio.

Queria poder falar o quanto ele ficava lindo com aquelas camisas sócias, principalmente quando as usava só com o colete, sem o blazer, queria poder externalizar o quanto amava arrancar aquelas peças do corpo dele e marcar com as unhas toda a pele quente por debaixo do tecido caro, queria não só falar como também fazer.

Mas Stenio complicava tudo, podia simplesmente estar ali com ela, enroscados no sofá, de preferência sem roupa e com uma garrafa de vinho, mas não, ele preferia ficar bajulando bandido ao invés de estar com a delegada.

Suspirou voltando sua atenção para a tv no exato momento em que ele passou a falar dela, Creusa escondeu o rosto entre as mãos e a delegada poderia explodir a televisão apenas com um olhar.

- Não estou criticando a polícia, apenas apontando que houve uma falha da parte da delegada, um mal entendido que a levou a ver uma ameaça onde só havia medo e desespero da parte de André Moretti. – a voz de Stenio soava pelos autofalantes da televisão, Helô sentiu uma raiva absurda, mas por trás dela havia certa tristeza.

Yone já tinha lhe falado da entrevista, Helô já sabia que ele iria questionar sua competência profissional, pensava já estar preparada para a situação em si, ainda assim ali estava ela, sentindo seu coração quebrar um pouquinho mais ao ver Stenio questionando sua capacidade como delegada, em rede nacional.

Desligou a televisão não aguentando mais aquela tortura no mesmo momento em que a campainha tocou, enquanto Creusa se encaminhava para a porta Helô torcia internamente para não ser Stenio, não sabia como lidaria com ele naquele momento.

Porém, como obviamente o universo estava contra ela, assim que Creusa abriu a porta a imagem de um Stenio totalmente casual com uma calça cáqui e uma gola polo preta, invadiu sua visão, estava absurdamente gostoso.

- Amor da minha vida. – Stenio deixou um abraço e um beijo em Creusa antes de tudo, mas não era nem de longe o mais animado dos homens.

Virou vagarosamente para a delegada que continuava sentada no sofá e o olhava indignada, ainda sem acreditar que ele estava ali, com um buquê de flores em mãos ainda por cima.

- Oi. – falou com a voz baixa vendo a decepção clara no olhar dela, sabia que mesmo para seus padrões tinha ido além, o buquê de lírios brancos tinha sido esquecido tombado em sua mão.

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