capítulo 11

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Foi um sonho. Pela primeira vez, desde que cheguei, pude andar pela casa e pelo terreno. Revi velhos cômodos, cantinhos da minha infância, árvores que eu e Clara subimos, locais que haviam marcado minha vida.

Marilia ficou comigo e quando vi eu contava para ela meus momentos ali, quando eu tirava férias e ficava com meus avós, o quanto eu e Clara brincávamos, nossos sonhos, algumas das minhas lembranças mais doces.

Incrivelmente ela ouviu e até se divertiu. Conversamos como um casal normal, ela aproveitando a presença um da outra, não como as rivais que fomos desde que fez aquela proposta há seis anos. Divaguei se as coisas seriam diferentes se ela não tivesse feito a proposta, mas simplesmente me conquistado. Claro que tudo seria diferente. Entretanto, eu não poderia supor nada O tempo não voltava atrás.

Sentamos na varanda atrás da casa, em confortáveis poltronas acolchoadas, protegidas do sol e cercadas de plantas e flores em profusão. Encolhi as pernas sob o corpo, relaxei e olhei para ela marilia continuava apenas com a calça do pijama e o top. Não pude deixar de admirar seu seios, sua pele bronzeada, os o corpo definidos, Ela também me olhou e acabei perguntando:

-Isso é uma trégua?

- Talvez.

-E vai durar até quando?

-Depende de você, maraisa.

Suspirei. Como emeelasma havia dito, como eu poderia fugir dali? Aproveitei que estava me dando atenção e tentei tirar mais coisas dela:

- Por que trouxe aquela mulher aqui?

- Por que eu não traria?

- Poderia ter se encontrado com ela em outro lugar. Queria que eu visse, que eu soubesse.

Marilia sorriu devagar.

-Não quero que você pense, em momento algum que é especial para mim. Posso estar com você e com quantas mais eu quiser. Está aqui porque nunca perdoei e esqueci que me enganou. Talvez esteja um pouco obcecada pelo prazer que você me proporciona, maraisa. Mas isso vai passar. E você terá sua vida de volta.

[ tudo q e bom dura pouco '__' ]

Não demonstrei o quanto ela me magoou. No fundo, estava pensando que algo mais do que físico estava ligando-a a mim. Mas suas palavras cruas tiveram o poder de esmagar essa esperança.

-Não há necessidade de deixar você trancada naquele quarto, definhando Basta saber que está aqui e que é minha pelo tempo que eu definir.

Desviei o olhar, em silêncio. Ela também não disse mais nada. Tentei não dar tanto valor ao que ela disse, pois o que importava era que estávamos ali e que ao menos ela confiava um pouco mais em mim. Tínhamos muito pouco tempo juntas e tudo foi intenso demais. Eu precisava me controlar, pensar, saber o que realmente era melhor para mim.

Talvez aquela viagem dela me desse a oportunidade de pensar em tudo mais friamente. Não quis estragar aquele tempo com ela. Assim,me esforcei para puxar outros assuntos:

- Você teve mesmo um caso com minha prima?

- Não diria que foi um caso. Alguns encontros.

- Você a usou.

Marilia deu de ombros, recostando-se na poltrona.

- Ela foi o meio mais eficaz de chegar a você. Maraisa. Mas valeu a pena. Como disse antes, nós nos divertimos muito.

-Teve alguma mulher que significou mais para você do que algumas trepadas?

- Trepadas. Palavra estranha vinda de alguém que até poucos dias atrás era virgem. - Ela estava sendo cínica.

A coleira -malilaOnde histórias criam vida. Descubra agora