Capitulo 2

185 3 0
                                    

GH.

Após a morena correr pro meio do baile, não consegui encontrar ela mais. Fico puto e subo na área de novo e vejo Andrezinho e Jhoninha  com as amigas dela e vou até a de cabelo cacheado que tava com Andrezinho.
-Cadê tua amiga?- pergunto.
- Não sei, ela não tava contigo?- pergunta e eu reviro o olho.- Ai essa Ana Luísa é foda.

"Ana Luísa..."

Gravo teu nome na minha cabeça e me sento de novo no banco e pego meu celular e procuro o Instagram da mesma e encontro.
Fico vendo suas publicações até alguém me cutucar, vejo que é Elen me olhando sorrindo.
Sorrio de volta.
-Senta ai vida.- digo e ela se senta no meu colo.- Sabia que tu ia colar em.- digo e ela envolve sua mão na minha nuca.
-Não perco a oportunidade de te ver, tu sabe.- diz e eu sorrio.

Elen é firmeza, mas não quero assumir ela, não agora. Minha cabeça só vai na morena, ou Ana Luísa.
Elen fica em cima de mim até eu jogar um verde pra nós vazar. Levo ela pra um canto afastado do baile e como ela ali mesmo.
Sem comer ninguém eu não fico, principalmente dia de baile.
Sempre fui assim, solto, odeio me prender e lógico se tem porque negar?

[...]

Eram umas 05:42 da manhã, o baile tava pra acabar. Andrezinho com Jhoninha já tinham vazado e eu sozinho ali.
Me levanto pra ir embora e já ordeno pro DJ parar a música e acabar com o baile.
Meio tonto, saio da quadra e pego minha moto saindo a milhão do baile e chegando em goma.
Abro a porta devagar, minha mãe ainda dormia.
Entro aos poucos e vou pro meu quarto e fico só de cueca e deito na cama e fico mexendo no celular vendo o insta dessa Ana Luísa.
Abro a mesinha do lado da minha cama e bolo um beck e acendo fumando pra tranquilizar.
Fumo e fico mais tranquilo, deito e acabo pegando no sono.

[...]

Acordo, olho no celular e eram 12:40, escuto os barulho das panela da minha mãe e levanto colocando uma bermuda e vou no banheiro.
Saio e vou até a cozinha e abraço minha mãe.
-Bom dia linda.- digo e ela dá um tapa no meu braço. - ai o agressiva.
-Pensa que eu não vi a hora que tu chegou.- diz e eu sorrio.- Toma vergonha nessa tua cara Gabriel, a mãe fica toda preocupada e tu fora de casa ainda.
-Relaxa véia, ocorreu tudo bem.- digo e dou um beijo em seu rosto.- Confia no pai.
- É, toma jeito nessa tua vida que as vezes nem sempre vai ocorrer tudo bem.- diz e eu mando beijo.- Ridículo.
- Ce me ama vai dona Cláudia.- mando coração.
-Infelizmente Senhor Gabriel, infelizmente.

Pego um café e pego um pão com mortadela e sento na sala e ligo a Tv, o radinho toca e vejo o que era.
-Domingo caralho, o que foi?
-Fala direito égua .- a voz de Andrezinho ecoa.-Bora assistir o jogo aqui em casa, já manda a apostinha ai.
- Trezentos conto no Flamengo com gol do Gabigol.- digo e mordo meu pão.
-Trezentos conto? Tá podendo em, se o Fluminense ganhar tu me dá isso.
-Se o Fluminense ganhar, falou certo.- dou risada e desligo o radinho.

Continuo assistindo Tv, termino meu café e vou pro meu quarto e arrumo a cama e tomo um banho gelado.
Saio do banho e pego uma bermuda e minha camisa do Flamengo. Coloco minhas corrente de ouro, uma com pingente com meu vulgo, outra com pingente de tigre e outra com pingente da cruz sagrada.
Coloco meu relógio de ouro, passo meu 212 e saio do quarto.
O almoço tava pronto, pego um prato e tiro pra comer com a minha mãe.
Sento na mesa com ela, só nós dois.
Sempre foi nós dois, desde que meu pai morreu quando eu ainda era moleque, eu tinha uns quinze anos na época, estudava ainda e nem tinha visão pro crime. Acho que o que me causou repulsa foi ver meu pai morrer na minha frente pra um bota preta, até hoje gravo a cara do arrombado.
Meu pai não era nada do que sou hoje, ele era trabalhador pá, acho que eu que desviei do caminho mesmo, tá ligado? Sei que a vida que eu levo é errada pá, mas foi a única forma de continuar sustentando em casa já que minha mãe não trabalha.
O foda é que a mídia sempre coloca nós como errado, a favela não tem só criminalidade tá ligado? Eu falo porque meu pai não era criminoso, por mais que hoje eu seja. Tem uma molecada daora, tem senhores, tem famílias, tem várias pessoas que não fazem parte do que eu faço.
E ver meu pai morrer me trás esses pensamentos desde aquele dia.

Pecado (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora