Atenciosamente​

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Olá de novo, meu querido amigo ! Como tem passado ? Há tantos não lhe escrevo, por isso hoje, vim aqui novamente, para lhe contar sobre o mundo em que vivo atualmente, quero lhe manter informado de tudo!

Konstélliya tem se mostrado mais pacífica, curiosa e surpreendente desde a primeira vez que pus meus pés nestas terras. Lembro-me como se fosse ontem, de como fugi apavorado de um monstro, que mais tarde descobri se chamar Genoynmus, mesmo hoje, me sinto humilhado por ter sido afugentado por um bicho parecido com um besouro, de pernas longas iguais a um avestruz, dentes como os de tubarão, porém completamente inofensivo. Sua espécie age como os cachorros, quando bem tratados, devo acrescentar.

Nos primeiros ciclos de Zyn, ou nas primeiras semanas, se preferir, acreditava que esse mundo era projetado para matar seres humanos; nos céus, voavam pernilongos gigantescos de pele roxa e dura, só inseticida não daria conta. Na terra, fugia constantemente de Genoynmus, e outros animais idênticos aos desenhos que você fazia com 3 anos, e no mar ... o mar seria seguro se não fosse lar dos habitantes de Konstélliya, seres selvagem de pele brilhante como porcelana, habilidades físicas e mentais fora da realidade. Tinha muito medo deles, mas acredito que eles tinham mais medo de mim.

Fazem três Kristëllun que estou aqui, seguindo meus cálculos, vários anos terrestres. Já consigo falar o idioma daqui perfeitamente, isso graças a minha amiga Rhí, Princesa dos campos mais distantes desse mundo, nos conhecemos quando fui preso pelos guardas reais, depois de roubar uma fruta ... Em minha defesa, nunca imaginaria que aquilo que parecia uma suculenta maçã, era na verdade um fruto sagrado, cultivado a cada 200 anos... Eu estava com fome!

Fui levado diante dos governantes, e hoje sou uma espécie de objeto de pesquisa, chamado Fokun (estrangeiro).

Presto serviço no centro tecnológico do reino, atualmente, sou um inventor. Um tempo atrás fiz uma contribuição para o povo não portador de asas, ao construir uma máquina avançada, capaz de voar, percorrendo uma velocidade de até 850km/h. Dei o nome de avião.

A tecnologia aqui, é muito avançada! Enquanto os cientistas em nosso mundo procuram um jeito de provar a existência de seres extraterrestres, aqui, descobrimos o elixir da imortalidade!

Depois de muitos estudos, posso afirmar; onde estou é simplesmente um lugar esquecido de contos de fadas! Não encontro nada que comprove se estou em outro planeta, evidências como a flora, as constelações​ , me fazem crer que estou na Terra, porém, 'onde', eis a questão.

Tenho me adaptado bem, o clima é parecido com o do nosso mundo, as estações, no entanto, são em ordem contrária, sendo primeiro o outono, diferente do que estava acostumado, as folhas não caem e nem ficam alaranjadas, na verdade, as árvores mudam de cor por completo! Ficam translúcidas e o clima é frio. Depois temos o verão, sendo a pior estação! O ar é seco, o calor é insuportável, as árvores se fecham como flores e a água evapora. Temos que evacuar o reino, para um lugar no subsolo , feito a partir de magia. Depois temos o inverno. Ah sim! No inverno não tem neve, apenas ventos. Os lagos jorram e a temperatura não passa dos 20 °C. E a primavera é como a nossa, há muitas flores, é época de festas e muitos festivais, os dias são mais longos e durante a noite, o céu fica com muitos tons de lilás, nunca me canso de olhar! As estrelas dançam, formando figuras de seres míticos, contam a história de como tudo começou.

Foi em minha primeira primavera, que descobri que o nome Konstélliya é referente a uma deusa que aqui é adorada, segundo as histórias de Rhí, ela trouxe a sabedoria e magia para o povo. Há muitos templos para adorá-la, porém o que me chama atenção nessa deusa é o quanto ela é parecida com a minha mãe... A não ser pelos cabelos de cor dourada. Diferente dos konstélliyanos, sua pele não é de porcelana , e na minha opinião , ela não possui traços divinos ou fora do padrão, então, tenho quase certeza de que há muito mais mais​ nessa história, algo que as estrelas não contam. Ninguém sabe de onde ela veio, como ela chegou. Apenas que ela apareceu, falando em uma língua cantada, segundo a religião, jamais ouvida antes. Ela criou o idioma, criou a cidade e simplesmente partiu deixando para eles toda sua sabedoria, seus livros de magia, as histórias e uma cidade próspera. 'Ela' tem intrigado muito.

De H. L. RodriguesOnde histórias criam vida. Descubra agora