My Prince Dragon - Kiribaku

capítulo - 2

Eijirou não sabia o que estava acontecendo e ficou encarando aquele humano a todo custo paralisado, se perguntou várias e várias vezes se não estava alucinando, aquelas criaturas eram anormais. Deu alguns passos para trás notando aquele ser acordar aos poucos, nem viu quando suas amigas haviam sumido de lá.

Ele foi deixado sozinho com uma criatura indesejada no meio da floresta.

A respiração estava desregulada, jurava que teria um ataque cardíaco a qualquer momento de tanto puxar ar. Se afastou cada vez mais e se escondeu atrás do tronco de uma árvore sem deixar de encarar o humano que acordou totalmente de seu sono ou desmaio. Tentou não fazer nenhum som para chamar atenção e observou cautelosamente o rapaz.

Ele soltou um resmungo dolorido antes de abrir os olhos e piscar várias vezes tentando afastar a dor de cabeça.

Se levantou calmamente daquele lago e arrastou suas pernas para sair da água, olhou ao redor confuso, não sabia o que aconteceu ou como foi parar ali, estava tão confuso que nunca havia visto ou escutado sobre o lugar que estava. Era misterioso, os troncos escuros, as folhas claras e aquele brilho mágico flutuando no ar. A água estava no mais intenso e brilhante azul.

Retirou sua blusa molhada a torcendo para retirar o excesso daquele líquido misterioso com cheiro doce, olhou mais uma vez ao redor até notar um par de asas vermelhas e grandes atrás de uma árvore.

— Tem alguém aí? — Sua voz saiu meio rouca e ele se aproximou aos poucos enquanto olhava ao redor de forma desconfiada.

Kiri estava com tanto medo que saiu correndo para fugir, mas parece que não funcionou pois sentiu aquele humano o perseguindo pela floresta.

Enquanto ele corria, o humano fazia o mesmo, ele não desejava ficar sozinho no lugar misterioso. Quem sabe morrer de frio, fome ou para qualquer outro bicho.

Suas calças molhadas não eram agradáveis de usar.

O tênis estava encharcado e as meias eram incômodas. Era como pisar em uma poça d'água.

Eijirou começou a chorar desesperado não sabendo o que fazer. Viu uma brecha entre as árvores para poder voar para longe, só que foi impedido quando sentiu sua mão ser agarrada o fazendo olhar para aquele humano que parecia desacreditado do que via.

Parou bruscamente acima do campo verde. O humano à sua frente possuía um cheiro leve e diferente. O cabelo era espetado e claro, os olhos como rubis e as sobrancelhas franzidas em confusão, mas ele não parecia temer a nada.

— Você… o que você é? — perguntou chocado por olhar aquela criatura estranha a qual segurava a mão.

Asas vermelhas, os chifres escapando pela cabeça e a cauda arrastando no ar em um movimento cauteloso.

— Por favor, não me machuque —  A voz embargada pelo choro o fez tremer mais ainda, se sentindo forçado a pousar seus pés mais uma vez no chão.

— Interessante você sabe falar. — levou uma de suas mãos até o rosto daquela criatura analisando, o mesmo de cima a baixo. A pele era macia, mas os chifres eram grossos e duros como pedra. — Me diga, onde estou?

— E-Essa informação eu não posso dar a você humano, agora me solte. — afastou seu rosto da mão dele, rosnando para ser solto.

O humano franziu o cenho e o soltou. Os dois permaneceram se encarando, um com medo e o outro estranhamente calmo.

Seus pais tinham razão, os humanos eram criaturas assustadoras.

"Que criatura mais estranha, devo forçá-lo a falar?", encarava em silêncio com uma expressão neutra no rosto, por incrível que pareça não estava assustado só queria saber onde infernos estava.