"If Walls Could Talk" (Zhongli × Childe)

Chapter 2: Reconciliation

"Contratos não podem ser usados para definir amizades ou mensurar sentimentos. Sendo assim, como eu deveria estimar o peso de minhas emoções?"

"Ah! Bem, é muito simples. Veja, você sentiria minha falta se eu partisse?"

"Obviamente."

"Vê? É simples. Sei que não é uma explicação tão minuciosa e a faz parecer até mesmo ridícula, mas eu acredito que a beleza de algumas coisas está na simplicidade."
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Childe sempre colocou guerreiros em um patamar alto de sua concepção.

Desde o primeiro jantar profissional que tiveram, Zhongli era alguém difícil de ler, um mistério atrativo escondido por trás da pele de um homem de aparência bonita e composta, de uma fala calma que carregava uma sabedoria tão antiga quanto a própria Liyue, parecendo conhecer as maravilhas do mundo como se fossem velhas amigas, com um carinho comumente reservado apenas para uma filha querida, impressionando até mesmo o mais entusiasmado dos estudiosos.

Ele não era um guerreiro, um superior, um oponente para uma batalha de vida ou morte; apenas o consultor de uma funerária localizada em um canto escuro e remoto do Porto, disposto a pacientemente corrigí-lo sobre sua conduta em terras estrangeiras, e alguém que o fatui gostava de ter como companhia.

Os dias foram se passando, e Childe descobria cada vez mais coisas sobre Zhongli, desde sua aversão a comida marinha até o estranho fato de parecer não saber aspectos básicos sobre o funcionamento do dinheiro. Enquanto andavam pelo Porto, ele contava a história de cada prédio, cada montanha, cada loja ou restaurante, cada casa de chá e ópera. Zhongli falava mais sobre Liyue do que sobre si mesmo, quase como se a cidade fosse uma parte dele e não o oposto, isso deixava Childe ansiando cada vez mais por descobrir o que aquele homem possuía através daquilo que os olhos podiam ver.

Eventualmente, a verdade veio, com conforto algum junto a ela.

Zhongli era Rex Lápis, Morax, o Arconte Geo, o deus do desenvolvimento, dos contratos, da história, das artes marciais, dos minérios e das montanhas; aquele que ergueu Liyue a partir de poeira e rochas a milhares de anos, destruindo centenas de outros deuses para manter a ordem e segurança de sua nação.

Zhongli era um deus.
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O sangue quente há muito alcançara seus lábios e escorria em uma linha fina pelo pescoço; tal sensação, incômoda para maioria das pessoas, era para Childe familiar e até bem vinda. O Harbinger não havia se esforçado muito para estancar a ferida, apenas se permitiu jogar levemente a cabeça para atrás; seus pensamentos ainda rodavam e voltavam, rebeldes, a minutos atrás, revivendo cada segundo e cada movimento do duelo.

Um leve arrepio que podia ou não se aproximar da sensação da vergonha apossou o corpo do rapaz. "Você praticamente se rendeu, e não havia chance para você sair vitorioso", admitiu para si mesmo, antes de sua atenção ser direcionada pelo som da porta da cozinha se abrindo, de onde Zhongli saiu segurando um lenço.

Childe estranhou, levando em conta que o sangue sobre o piso da madeira já havia secado, e provavelmente seria necessário mais do que um pano limpo para tirá-lo de lá, e Zhongli deveria saber disso também, então por que ele se incomodaria com tal tentativa inútil? E por que ele estava caminhando em sua direção?

- "Deixe-me ver."

O Harbinger levantou as sobrancelhas de forma um pouco confusa, levando certo tempo para se desprender de suas correções pessoais sobre a luta de minutos atrás e voltar para a realidade, entendendo que Zhongli estava se referindo ao ferimento em seu nariz.