Um Trisal E Um Bebê

falecida

*pov:been*

Hoje é dia 10/10, dia que eu acordei e cuidei primeiro do Alexey... Um descuido... Alexey tinha voltado a dormir e eu junto, acordei novamente para fazer o almoço, dei de comer para Alexey e percebi q minha mãe não tinha se acordado.

Normalmente ela assim que se acorda chama por meu nome, mas nesse dia não.

Depois de colocar Alex para dormir novamente, pois ele tinha ficado acordado a madrugada inteira comigo, eu fui até o quarto de minha mãe.

Estranho ela ainda estar dormindo...

Ela estava de costas para mim, fui até ela e cheguei perto com um beijo na bochecha.

Não senti sua respiração.
Seu rosto estava gelado e pálido.
Estava quente no dia.
Ela estava suando frio.

Demorei alguns minutos parado olhando ela até entender.

Minha mãe morreu as 13:41 dia 10 do mês 10... Ou pelo menos foi esse horário e data quando a encontrei.

Agora somos eu, Alexey e o papai, acho que ninguém mais sabe disso. Nem Marcel.

Ainda hoje, Marcel tinha marcado comigo de nós se encontrar na construção que ele tinha limpado e reformado.

"O canto dos cantos" foi como ele chamou o lugar, "um nome péssimo" eu disse a ele quando o mesmo me disse, mas estava pensando no momento como iria ir vê-lo, pois o Alex estava acordado e com energia.

Irei levar Alexey, único jeito, tomara que ele não bagunce no caminho, e que Marcel não se incomode.

Assim que cheguei no lugar Marcel estava com os pés nuns livros que o mesmo tinha levado para lermos juntos.

-ja chegou?- ele olhou pra mim, e seus olhos se encheram de brilho assim que viu Alexey -sim, eu trouxe o Alex, não se importa né?- falei entrando e sentando numa poltrona de frente a ele.

-claro que não!- ele disse tirando os pés dos livros e estendendo os braços para pegar Alex no colo -isso não é brinquedo Marcel Gard- disse num tom firme e ele fez uma cara de cachorro abandonado -por favor been Josef!- ele disse sorrindo, eu amava o sorriso dele então dei o meu irmão.

Nós ficamos conversando e então ele tocou num assunto recente -e como está a tia Margareth? Sua mãe está bem?- o nome de minha mãe era Margareth ou o nome da minha falecida mãe... -eu... A encontrei sem nenhum sopro...- tentei falar de uma forma que não doece em ambos e logo vi que doeu em ambos.

-sua mãe..- ele parou e abaixou a cabeça -meu pêsames... Que ela descanse...- ele disse no abafado e eu abracei meu joelhos apoiando meu queixo neles -obrigado... ela irá sim, com certeza- disse com firmeza novamente.

Tivemos alguns minutos de silêncio mas Alexey queria brincar com as maçãs que tínhamos colhido no dia anterior.

Sim, nós estávamos nos vendo quase todos os dias, era incrível passar a tarde com Marcel, mas meu pai não sabia.

-você quer brincar com uma maçã? Não quer algo melhor Alexey?- Marcel riu da cara que Alex fez quando essa frase saio de sua boca -acho que ele prefere a maçã- eu disse e nos rimos deixando Alex brincar com a maçã.

A tarde passou e nós nem percebemos, então voltamos pra casa por que nós dois tínhamos coisas pra fazer, e como meu pai diz "você e o Gard não deveriam vadiar por aí"

No mesmo dia a noite esqueci novamente a louça suja e esqueci de arrumar a cama dele para dormir.

Assim que meu pai chegou, ja deu pra ver como ficou furioso.

Ele gritou e xingou minha futura 3⁰ geração, assim como sempre, mas nesse dia foi um pouco diferente, não esperei isso dele.

Eu apanhei de Markos Josef
Eu apanhei de meu pai
Eu apanhei do homem que admirava

...eu fiquei parado, No chão da sala...

Ele foi tomar banho e eu não tinha mais emoções, até eu entender oque aconteceu, entrei em lágrimas, meu corpo doía e meu coração se partiu

Dia 15 do mês 10 já fazia 5 dias que todas as noites ele me batia por alguma coisa e já fazia 5 dias que eu passava a tarde com Marcel e Alex.

Marcel odiava me ver triste e cheio de dor então nesse dia, ele levou 4 colchões pro nosso canto.

-não acredito que fez isso- eu disse meio impressionado -claro que fiz- ele disse decidido e com um sorriso de satisfação -tua mãe e teu padrasto não vai sentir falta?- perguntei tocando nos colchões -não, eles tem mais alguns em casa, depois que o pai me abandonou e o Cristof se casou com a mamãe a nossas condicoes tem melhorado- ele deitou um colchão no chão.

Nós empilhamos os 4 colchões, dois um em cima do outro e mais dois do lado.

Coloquei Alex em 2 colchões e eu e Marcel jogamos cartas.

Olhei meu relógio sem perceber e já eram 18:11, faltavam 19 minutos pro pai chegar e eu me assustei com isso, talvez não chegasse a tempo.

Avisei rapidamente Marcel e paramos o jogo na metade, peguei Alex no colo e quase corri com ele no colo.

Cheguei em casa faltando 2 minutos pra o pai chegar, e a casa estava suja.