1 mês antes
O meu corpo é levado para frente e procuro o farol desligado, mas infelizmente o vermelho tomou posse do poste e todo o espirito aventureiro que pairava sobre mim foi substituído pelo medo de não conseguir ultrapassar aquele movimentado espaço. Os carros estavão em fileiras, enquanto a moto de Marke está em alta velocidade, e acredito que pedir para diminuir a velocidade o faria tentar ultrapassar todos os limites da sua moto do ano.
O seu ego é tão grande, que a sua vida parece ser um pouco menos importante que isso.
Agarro o seu corpo com tanta força que me pergunto se ele está conseguindo respirar, mas percebo que sim devido o seu sorriso rouco por baixo do capacete. Marke aumenta a velocidade e fico tensa, sabendo que ele havia feito de propósito.
Já ouço a buzina de carros e fecho os olhos, rejeitando qualquer chance de ver a morte diante de mim. O desvio que ele faz é tão inclinado que encolho os dois joelhos na esperança de não tocar no asfalto. O barulho de carros, buzinas, gritos e todos os tipos possíveis de pessoas, estavam a flor da pele. Talvez com raiva por um adolescente, com fama de um delinquente, arrisca a própria vida. Não apenas a dele, mas de qualquer outra pessoa que esteja no seu caminho.
Sinto o meu corpo querer saltar da moto algumas vezes, mas entrelaço os meus dedos e afundo o meu rosto nas costas de Marke. Depois de poucos minutos, com menos gritos e desespero, ele para a moto e ouço ele me chamar. Abro os olhos e me afasto dele, desço da moto e fico furiosa por ele não ter pensado em mim e na minha falta de segurança, devido a falta de capacete.
— Você é o quê? Louco? — Inquiri com raiva.
Marke desce da moto e tira o capacete, colocando sobre ela e se virando para mim, despreocupado.
— Você não pensou em mim, Marke. Quase morremos naquele lugar. — Grito com ele.
— Não seja dramática, Ya. — A sua voz é impaciente. — Sempre atravessamos os sinais quando estão no vermelho, a ideia foi sua.
— Eu estava sem capacete, droga.
— Você não se feriu, é o que importa. — Balança os braços e segura a minha mão, puxando o meu corpo para o dele. — Não sei ainda porque a amo tanto, sendo tão teimosa.
Marke puxa o meu corpo para o dele e bate o seu peitoral no meu, devagar. Tento não abrir o sorriso, mas é impossível, e resistir a ele também se torna inevitável. Os seus olhos azuis estão cada vez mais intensos, a cada vez que me olha, sinto que sempre será a primeira vez. A mesma intensa conexão, o saber que estamos juntos depois de tudo, evitando o julgamento do mundo inteiro.
Eu deixo o sorriso dominar a minha face e sinto as suas mãos se apoiarem no meu rosto com carinho, tudo isso enquanto suspiro.
— Você sabe que eu a amo, mesmo que brigue comigo a cada três minutos. — Ele conduz a sua voz enquanto rasteja a ponta do seu dedo na minha pele, olhando para mim com intensidade, e seguro a sua nuca, sentindo as pontas dos fios do seu cabelo loiro e uma pequena tatuagem desenhada no lado direito do rosto, que desce até o seu pescoço. Parece uma águia. — Se me odiasse a cada um minuto, eu ainda a amaria mil vezes mais.
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Um Anjo Em Forma De Lobo
Werewolf"Um anjo em forma de lobo" Em uma pequena região, em Cidade Vermelha, Yara Luther é a nova moradora, trazendo consigo a dor, a culpa e a esperança de adquirir uma nova vida após perder os pais em um acidente de carro. Irá dividir o apartamento com o...