Why am I still here?

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O barulho dos gafanhotos acompanhava Castiel por onde ele fosse em suas madrugadas, era sempre uma rotina interessante para o garoto na realidade, talvez um pouco autodestrutiva mas isso não o incomodava, nunca incomodou.

A rotina da semana parecia estar roubando tudo de Castiel, mesmo que ele não fizesse muito, ir a escola e logo após fazer as tatuagens do dia, por mais que seu sonho de ser cantor fosse muito importante,, mais do que sua própria vida, o garoto não podia ficar sem trabalhar. Depender dos seus pais era tedioso, ele precisava de uma coisa para distraí-lo e de sobra ganhar algo com isso. E por incrível que fosse para todos os seus amigos, o ruivo gostava de desenhar e fazer tatuagens. Era como um hobby estranho que o trazia felicidade, seria o trabalho perfeito se nesses dias não tivesse que frequentar a escola.

Era estressante estar naquele lugar e não poder falar com ela, mas foi a mesma quem pediu por isso, e o ruivo era rancoroso demais para perdoá-la mas naquele momento era impossível não pensar nisso, não sabendo que aquela maldita morena estava no mesmo ambiente que ele, como poderia evitar de olhar para Bella durante as aulas? Como evitaria não imaginar ter a garota dos seus sonhos ao seu lado de novo? Era praticamente impossível para Castiel não olhar para ela e não pensar em todas as músicas, as noites, os sonhos, todas as coisas que viveu com Bella e as coisas que ele queria fazer com ela.

Mas a garota é ou era uma das coisas que deixava o ruivo vivo, que o fazia sentir como uma pessoa de novo como se ele finalmente existisse e estivesse experimentando esse mundo do jeito certo...do jeito dela.

Na primeira vez que sentiu isso foi naquela maldita peça teatral interativa, Castiel só conseguia pensar no quanto isso era ridículo, mas nunca diria em voz alta, não na frente de Bella ao menos. Ele tinha plena certeza que seria péssimo, mas a felicidade da garota e como ela parecia adorar só imaginar assistir a uma simples peça de teatro interativa o deixava curioso, para dizer o mínimo.

"Como em uma exposição de pensamentos e ações" era o que ela dizia que era aquilo, e não uma encenação feita todas as semanas.

E por incrível que pareça eles foram chamados para a atuar no palco. Ver a felicidade estampada no rosto dela em uma coisa que parecia ser o fim do mundo para ele, estar em público e improvisar? Isso era uma coisa que Castiel nunca pensaria em fazer, nem em seus piores pensamentos, ou pesadelos.

Mas não foi ruim, foi como uma coisa maluca que nunca deveria acontecer, mas aconteceu com ele e por Deus ainda bem que tinha acontecido.

Depois disso virou tradição, todos os sábados eles tinham um encontro assim, seja para ir ao cinema - uma das coisas que Bella não tinha vontade nenhuma de fazer - voltar ao teatro ou subir em cima do telhado dela e conversarem sobre qualquer coisa, às vezes nem conversavam, mas estar com ela, mesmo no silêncio, já o deixava melhor.

Com as brigas dos pais aumentando, Castiel se sentia cada vez pior e não sabia o porquê. O ruivo já era um adoscelente prestes a fazer seus dezoito anos, não deveria se importar. Ele não queria se importar.

Mas ficava cada dia mais difícil fugir desse sentimento ruim, Castiel tinha sorte de ter os amigos para apoiá-lo, principalmente Nathaniel, por mais que eles se odiassem, apenas o loiro sabia do que aquilo se tratava e de quanto isso é ruim para todos os lados.

Depois da briga, foi como se uma das bases que o mantinha de pé tivesse quebrado e se despedaçado por completo e agora estava praticamente sozinho, Lysandre e os outros tentavam ajudar e até conseguiam, de certa forma, saber que seus amigos se importavam tanto com ele já o deixava melhor ainda. Mas no meio da madrugada, quando todos os pensamentos dele voltavam à sua cabeça, ele não tinha para onde ir. Ao menos não mais.

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⏰ Última atualização: Mar 09, 2023 ⏰

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