Draco olhou para a lápide e fechou os olhos contra as lágrimas ardentes.
— Sinto muito… sinto muito por não ter confiado em você — Draco abaixou a cabeça e deixou as lágrimas caírem.
Ele ficou perto daquela lápide por um tempo. Ele havia ficado depois do funeral de Snape para poder se desculpar em paz. Ele não queria começar uma briga ou incomodar as pessoas, mas sentiu que deveria implorar pelo perdão do homem morto e queria vê-lo novamente. Para ter certeza de que ele estava vivo, para ter certeza de que Draco não havia sonhado com ele, de que o Menino Que Sobreviveu ainda estava vivo.
Dando um tapinha na lápide uma última vez, Draco se virou. Ele descansou a palma da mão no estômago. Ele sabia que não poderia cuidar do bebê dentro dele. Não com o Ministério à sua procura. Ele teve que se esconder e desistir.
Ele apertou a mandíbula para não chorar. Draco se recusou a se apegar; ele era apenas o portador. Não era o bebê dele, não podia ser. Era do Potter e só do Potter.
….Draco observou das sombras do outro lado da rua quando Potter abria a porta e olhava para o bebê enrolado em um cobertor. Ele observou Potter inclinar e pegar a carta que havia escrito.
"Cuide do nosso filho! "
Com o coração pesado, Draco se afastou de Grimmauld Place, mal conseguindo andar, a dor rasgando-o de onde ele havia acabado de dar à luz era imensurável. Não demorou muito para ele cambalear para um beco e desmaiar. Com um soluço abafado, Draco deixou a escuridão tomar conta, sabendo que seu filho estava seguro.
.…Harry passou a mão pelo cabelo, cerrando-o em um punho, a dor aguda foi uma distração suficiente para parar de gritar com o bebê. Não era culpa do bebê ter sido largado na porta dele dois meses antes e depois de uma enxurrada de testes no St Mungu's, Harry o levou para casa.
O bebê agora tinha cólicas e não havia nada que Harry pudesse fazer, mas ele não parava de chorar e tudo que Harry queria fazer era ir para algum lugar silencioso e escuro onde ele pudesse chorar e dormir. Harry não tinha nomeado o bebê. Ele não queria. Ele não queria assumir a responsabilidade e se apegar, apenas para que o outro pai aparecesse e o levasse embora.
No entanto, depois de dois meses, parecia menos provável. Harry agarrou o bebê contra o peito enquanto se ajoelhava diante do Flu.
— A Toca — ele gritou enquanto enfiava a cabeça nas chamas — Molly! — Ele ligou quando teve uma visão do chão da cozinha da Toca.
Passos soaram e os pés de Molly, depois as pernas e finalmente o rosto apareceram.
— O que é, querido?
— Ele não para de chorar, Molly. Não sei mais o que fazer e estou ficando louco, só quero que ele cale a boca, quero dormir. Eu realmente quero dormir.
— Afaste-se, estou passando.
Harry se afastou e segundos depois o Flu explodiu e Molly saiu. Ela pegou o bebê e enxotou Harry para a cama. Depois de alguns protestos indiferentes, ele foi agradecido. No caminho para seu quarto, Harry pensou sobre o que os curandeiros do St Mungus haviam dito. O bebê havia nascido de um homem, que não teve nenhum atendimento médico deles. Ele havia sido concebido no início de maio e Harry era o pai biológico.
Enquanto ele se deitava no escuro, Harry sabia do dia que eles estavam falando, maio, um dia após a morte de Voldemort, houve uma grande festa em Hogwarts, uma celebração da vida. Harry escapou, sentindo-se mal por estar tão feliz depois que tantos morreram e ele levou uma garrafa de Firewhisky com ele.
Ele tinha vagas lembranças de beijos quentes, toques fortes e um corpo duro sob o seu, mas não tinha ideia de quem era, e quando acordou pela manhã, o outro homem havia sumido. Ao adormecer, Harry tentou valentemente se lembrar, mas tudo o que o saudou foi a escuridão.
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While We Live ( Tradução )
FanfictionA morte não é a maior perda em vida. A maior perda é o que morre dentro de nós enquanto vivemos. ▷► ESSA HISTÓRIA NÃO É DA MINHA AUTORIA◅◄◅ CRÉDITOS TOTALMENTE PARA A AUTORA ORIGINAL @catcer1984 ( AO3 )