02- life

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Heloísa Miller
🇧🇷 💵

  Vocês devem está se perguntando o porquê de eu não querer ver meu pai e por supostamente eu odiar ele, né isso?

Enfim, vou explicar.

Eu e meu pai sempre tivemos uma relação boa, ele me dava atenção e éramos uma família perfeita, mas obviamente uma família perfeita não era tão perfeita assim né.

Quando eu tinha em torno dos meus 7 anos, meus pais se divorciaram e foi um choque pra mim, já que na minha cabeça, eles eram destinados a ficarem juntos pelo resto da vida, casamento é assim e tem que ser comprido mas com os meus pais, isso foi diferente.

Meus pais tiveram uma discussão sobre os bens das nossas empresas, isso foi afetando tanto eles até chegar à afetar o casamento, e foi então que eles decidiram se separar.

Minha guarda ficou compartilhada e eu fiquei mais aliviada por eu passar od finais de semana com meu pai, pelo menos alguma presença paterna eu ainda tinha mas isso durou pouco, muito pouco.

Descobri que meu pai tinha se mudado para os Estados Unidos, mais especificamente Los Angeles, sem ao menos ter avisado à ninguém ou pelo menos ter me avisado.
Perguntei o motivo dele ter ido para outro país e ele apenas me disse que era porque tinha que resolver umas coisas do trabalha mas logo voltaria. Passei dias, noites e madrugadas tentando me comunicar com ele mas nada adiantava, ele apenas dava uma desculpa que estava ocupado e que o fuso horário não ajudava, então parei de tentar entrar em contato com ele.

O tempinho que ele disse que iria ficar lá em Los Angeles pra resolver negócios da empresa, durou anos e anos e nunca recebi nenhuma mensagem. A última vez que falei com ele foi quando ele me prometeu que iria me levar pra tomar sorvete assim que voltasse e eu como uma garota normal de 8 anos, fiquei feliz. Mas esse dia nunca chegou.

Nem nos meus aniversários ele me ligava pra mandar parabéns, nem mesmo no meu aniversário de 15 anos.
Obviamente essa era a idade mais esperada por uma garota por causa de festas, viagens, garotos e mais liberdade e isso não era algo diferente pra mim, sempre quis festa e ser mais livre e obviamente sempre comentei com meu pai isso, ele até disse que iria fazer A FESTA no meu aniversário de 15 anos, mas nem a própria data de nascimento da própria e única filha, ele lembra.

Deixei passar e prometi pra mim mesma que nunca mais iria esperar algo de homem. Meu ódio por homens começou por causa do meu pai e prosseguiu até o ensino médio, quando eu tive meu primeiro ficante sério.

Éramos considerados o melhor casal da escola, mesmo só ficando mas ele sempre quis deixar claro que tínhamos algo só pra ninguém chegar em mim, até porque eu era a garota mais bonita de toda a escola e bem cu doce também, então isso não era pra todos e o pior que nem eu lembro como ele, meu ex ficante, conseguiu ser meu ficante.

Peguei ranço e nojo dele quando descobri que ele mandava e pedia nudez para outras garotas da cidade inclusive da escola. Isso foi quando eu tive a primeira prova que macho é tudo igual.

Chegam como se realmente quisessem algo com você pelo seu caráter; te comem e depois te jogam fora como se fosse uma garrafa de plástico.

Homem não presta e não vai ser agora que vai prestar, não é mesmo?

Quem não acha ou penso assim, admiro muito porque não sei se fico com pena ou se fico rindo da cara da pessoa.

Lembrei de toda a minha relação com o meu pai e então coloquei na minha cabeça.

Preciso de um fã e nao de um namorado, sem me atenção não basta meu pai.

Só aceito isso, o mínimo ainda.

Voltando à realidade atual. Sou interrompida mentalmente, pela minha mãe que está chorando horrores e me aguarra com toda força.

— meu Deus, eu fiz uma cena e treinei tanto pra não chorar nesse momento mas tudo isso foi em vão — ela diz e me solta enxugando suas lágrimas

— calma mãe, não vou ficar por muito tempo. A senhora vai ser que logo passa — digo tentando tranquiliza‐lá um pouco

— difícil né, ver minha filha, minha única filha indo morar em outro país e longe de mim — ela fala e novamente desce mais lágrimas vindo dela

— assim nem parece que você estavam quase me jogando no jatinho até o tem e me obrigando à ir pra Los Angeles — brinco

— não era isso, Eloh'. Eu só quero que você consiga se reconciliar com seu pai e esse seu ódio por ele acabe — então era por isso?

— então saiba que isso não vai acontecer viu, só estou indo por ir e ver meus amigos — aviso, que realmente é oque vou fazer lá, não estou afim de me reconciliar com meu pai, não por agora.

— Não vou discutir com você por isso, tudo tem seu tempo e você tem todo o direito de aceitar ou não seja lá o que seu pai for falar — ela finalmente diz isso e eu concordo

— enfim, tchau — me despeço e dou um abraço na mesma — eu amo você!

— eu também amo você, meu amor — eu diz e logo vou para o local de embarque

Olho para trás antes de virar a cabine e mando um "tchauzinho" pra minha mãe. Sigo meu caminho e não consigo parar de pensar no que pode acontecer por lá.

Seja o que for, Los Angeles.

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