Cansado ─ Kazutora Hanemiya

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E todo esse tempo você teve um jeito gentil de me segurarEntão, você poderia, por favor, me liberar desse jeito também?

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E todo esse tempo você teve um jeito gentil de me segurar
Então, você poderia, por favor, me liberar desse jeito também?

— “cuidadosamente” por Ben Platt

─ Está aberto, entre!

A primeira coisa que Kazutora vê quando abre a porta do seu apartamento é você, ajoelhado no chão da cozinha e catando pedaços de uma assadeira quebrada. Molho vermelho se espalhou por toda parte e sua mente o trai por um segundo, imaginando um acidente muito pior do que o que realmente aconteceu. Ele pisca duas vezes e começa a perceber os pequenos detalhes que finalmente desaceleram as batidas aceleradas de seu coração. Há pedaços de peito de frango ao lado da porta aberta do forno e o que ele pensa serem cenouras fatiadas ao lado do seu joelho direito.

Você sibila quando pega um pedaço do vidro quebrado, a ponta afiada beliscando seu dedo. Kazutora volta a si, arregalando os olhos ao perceber que estava parado ali.

─ Ei, deixe-me. Você vai se cortar ─ ele avisa, caminhando até você. Agarrando suas duas mãos, ele ajuda você a se levantar e a guia para a sala de estar. ─ Eu cuido disso ─ promete enquanto volta para a cozinha e começa a limpar a bagunça.

Você se deixou cair no sofá com um baque alto e soltou um suspiro exasperado.

─ Acabei de ter um dia horrível ─ você reclama ─ O trabalho foi um inferno, levei bronca por algo que não fiz –como sempre, só que dessa vez meu chefe falou assim: 'Tem que ter mais cuidado, não queremos perder um funcionário tão valioso".Como se ele fosse me demitir pelo erro de outra pessoa?!

Sua voz fica mais alta a cada minuto e você aproveita o fato de Kazutora estar em outra sala para manter o volume. Você esperou o dia inteiro para vê-lo e desabafar sobre como seu dia foi um desastre. Como sempre, ele escuta atentamente, o único barulho vindo da cozinha é um som suave de raspagem enquanto ele pega tudo e joga no lixo.

─ Então, fui à loja e é claro que o manjericão acabou. Diga-me, como uma loja tão grande fica sem manjericão? ─ [Nome] pergunta. Não há resposta da cozinha, então você continua. ─ Quero dizer, sim, eu poderia ter ido a outra loja, mas meus pés estavam me matando. Só não fui feita para trabalhar de salto o dia inteiro ─ você suspira cansado.

Você se reposiciona, agora sentado de pernas cruzadas no sofá. Colocando a mão direita no ombro esquerdo, você estica o pescoço, sentindo os músculos doloridos liberarem um pouco da tensão com um pequeno 'pop'.

─ Acabei preparando algo totalmente diferente do que havia planejado para o jantar. Tentei soltá-lo, mas quando ia colocá-lo no forno, ele escorregou das minhas mãos e...

─ Acho que devemos terminar.

As palavras morrem em seus lábios no momento em que você ouve seu namorado falar. O silêncio se torna alto e abrasivo enquanto você luta para entender o que estava acontecendo. Por que Kazutora estava terminando com você com uma voz tão pequena? O que o levou a chegar a essa conclusão? Por que ele decidiu trazê-lo agora? Você vira a cabeça para a porta da cozinha e o observa caminhar lentamente em sua direção, passos duvidosos enquanto se senta do outro lado do sofá, evitando seus olhos a todo custo.

𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄, 𝗻ijiro 𝗺ura𝗸ami Onde histórias criam vida. Descubra agora